GESTÃO

Em reunião convocada pela Reitoria, gestores relataram andamento das atividades domiciliares. Cepe se reúne na segunda (23) para deliberação

 

Diretores das unidades acadêmicas da Universidade de Brasília estiveram reunidos (virtualmente) na última sexta-feira (20) para discutir possibilidades para o calendário acadêmico. A reunião, realizada por meio da plataforma Zoom, foi convocada pela reitora Márcia Abrahão e pelo vice-reitor Enrique Huelva, para coletar relatos sobre o andamento do semestre letivo desde que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) decidiu suspender as atividades presenciais no último dia 12 de março, como medida preventiva ao contágio do novo coronavírus.

 

A reitora iniciou o debate lembrando que o cenário tem mudado muito rapidamente, com o aumento exponencial de casos de COVID-19, e que a Administração analisa, dia a dia, a necessidade de adoção de novas medidas, tanto do ponto de vista acadêmico quanto administrativo.

 

"Após a aprovação do Cepe, enviamos aos coordenadores de cursos orientações para a realização de exercícios domiciliares, para os docentes que considerassem isso possível em suas disciplinas”, lembrou a gestora, em referência à circular assinada pelos decanatos de Ensino de Graduação (DEG), Pós-graduação (DPG), Secretaria de Administração Acadêmica (SAA), Centro de Informática (CPD) e Centro de Educação a Distância (Cead).

 

“A SAA está enviando os e-mails dos estudantes aos coordenadores de cursos, mas ocorre que não temos as condições adequadas para o funcionamento das disciplinas a distância com a nossa estrutura atual. Além disso, o Sigra [sistema da graduação] está tecnologicamente superado e não conseguimos as informações necessárias em curto tempo”, avaliou.

 

"Há também muita heterogeneidade entre disciplinas e docentes, além de os estudantes terem condições muito diversas, alguns sem computador e acesso à internet. Com isso, estamos discriminando as pessoas. Por conta desses fatores, minha proposta é levar ao Cepe o pedido de suspensão do calendário acadêmico", acrescentou. O Diretório Central do Estudantes Honestino Guimarães e a Associação dos Docentes da UnB também já se manifestaram favoráveis à medida.

 

AVALIAÇÃO – A maioria dos diretores compartilhou de opinião semelhante à da reitora, além de levantarem outras preocupações. "Nós não temos a expertise necessária [para manter atividades a distância] e também não sabemos como estão as condições de saúde desses estudantes e de seus familiares", pontuou o diretor da Faculdade UnB Ceilândia (FCE), Araken Werneck.

 

Com os relatos ouvidos ao longo do debate, o vice-reitor decidiu convocar o Cepe, colegiado da Universidade que delibera sobre o calendário acadêmico. Se aprovada, a suspensão do calendário implicará uma espécie de "pausa", com as atividades sendo retomadas quando houver condições para tal. A reunião do Cepe está marcada para a próxima segunda-feira (23).

 

ALTERNATIVAS – Os diretores e a Administração também trouxeram questões sobre os efeitos do isolamento imposto à comunidade universitária pela crise de saúde. "A suspensão do semestre não pode criar um vazio nas pessoas, também temos responsabilidade nisso e vamos analisar a melhor forma de responder a essa nova demanda", observou o vice-reitor.

 

Uma das alternativas propostas é a criação de disciplinas especiais, vinculadas à graduação ou à extensão, para atividades de voluntariado e integração (virtual). Caso sejam aprovadas pelo Cepe, tais propostas poderiam servir ao acúmulo de créditos, para aproveitamento quando o semestre estiver normalizado.

 

PRIORIDADES – A reitora também aproveitou o encontro com os diretores para esclarecer dúvidas e trazer informes. Um dos pontos foi a realização dos serviços terceirizados no período de suspensão das atividades presenciais. "Fiz um despacho mais completo ontem [quinta-feira, 19] para todos os gestores de contratos, lembrando que a nossa prioridade, agora, é cuidar das pessoas e diminuir ao máximo a circulação, mantendo apenas os serviços essenciais", disse.

 

"A mesma lógica vale para o trabalho dos servidores. Não há forma de controlar o ponto quando estamos adotando o trabalho remoto, que funciona por metas e demandas. O mais importante é estarmos juntos, atuando de maneira coordenada e colaborando para salvar vidas", ressaltou.

 

 

 

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