ESPECIAL 2 ANOS

Pesquisas sobre covid-19, reconhecimento em rankings acadêmicos e crescimento da extensão marcaram último biênio

UnB investiu em pesquisa, extensão e inovação nos últimos dois anos. Foto: Daiane Souza/Secom unB

 

Em meio à situação orçamentária precária e ao cenário amedrontador de pandemia, a Universidade de Brasília (UnB) buscou o desenvolvimento institucional de forma consistente e estruturante. Procurando manter-se "atuante como sempre, necessária como nunca", como dizia o slogan de comemoração dos 60 anos, a UnB foi referência em diversos rankings, estando sempre entre as dez melhores universidades federais, participou de pesquisas importantes para o país e avançou na internacionalização e na extensão.

 

CIÊNCIA PARA O COMBATE À COVID-19 – Durante a pandemia de covid-19, a UnB atuou não só para garantir a segurança de sua comunidade acadêmica, como investiu em pesquisa, extensão e inovação, além de fortalecer o Hospital Universitário de Brasília (HUB) — que completou 50 anos em 2022 — para contribuir no enfrentamento da crise sanitária do país, exercendo com excelência seu papel social. 

 

Em março de 2020, a reitora criou o Comitê de Pesquisa e Inovação de Combate à Covid-19 (Copei). A instância tem o objetivo de planejar, sistematizar e buscar viabilizar a execução de ações institucionais de pesquisa, inovação e extensão. Desde então, 223 projetos foram aprovados pelo comitê e mais de R$ 32 milhões foram investidos.

 

  • Picaps
    Em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade lançou a plataforma Picaps em abril de 2020. A iniciativa auxilia na tomada de decisões relativas ao enfrentamento da doença no Distrito Federal ao propiciar informações para os profissionais de saúde que atuam na atenção primária, com base em dados do fluxo de pessoas e dos grupos mais vulneráveis à covid-19
  • Lacen-DF
    No mesmo ano, a Universidade articulou-se para emprestar equipamentos e ceder servidores ao Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF), com o intuito ampliar a realização de testes de diagnóstico da covid-19.
  • Face shields
    Em março de 2020, entregou 50 máscaras modelo face shields, produzidas pelo Laboratório Aberto de Brasília da Faculdade de Tecnologia (FT), ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
  • Álcool em gel
    Em uma ação conjunta da Prefeitura (PRC), Decanato de Administração (DAF) e Instituto de Química (IQ), a UnB fabricou e distribuiu álcool em gel para a comunidade acadêmica no início da pandemia, período em que o produto estava frequentemente em falta nos mercados.
  • HUB
    Em 2021, o HUB foi essencial no período de vacinação. O hospital foi considerado referência no Distrito Federal para o tratamento de pessoas que apresentam evento adverso grave após a aplicação do imunizante. Os pacientes eram encaminhados pela Secretaria de Saúde (SES-DF) em caso de necessidade de internação hospitalar ou acompanhamento ambulatorial especializado. No caso do imunizante CoronaVac, o HUB chegou a receber uma homenagem no Senado Federal pela sua importância nas pesquisas da vacina. Superando a meta, o hospital reuniu 948 voluntários para os testes. O HUB foi um dos nove hospitais universitários que se disponibilizaram para oferecer leitos para pacientes de covid-19 de Manaus na fase mais crítica da doença na cidade. Ainda 2021, o Hospital Universitário ampliou serviços importantes para a população. Entre eles, estão a inauguração de 10 leitos de enfermaria de saúde mental e do Laboratório de Diagnóstico Molecular, com capacidade inicial de realizar 100 exames PCR por dia para detecção do novo coronavírus. O espaço representa um legado para o HUB, pois é uma estrutura permanente que poderá ser utilizada para o diagnóstico molecular de outras doenças. A diálise, que triplicou o número de vagas, foi outro destaque, passando de 32 para 120 pacientes.
  • HUB Card
  • Roberta Wichmann
    A pesquisadora da UnB Roberta Wichmann foi premiada pelos seus estudos contra covid-19. O projeto do qual faz parte, IACOV-BR: Inteligência Artificial para Covid-19 no Brasil, desenvolveu algoritmos de inteligência artificial para antecipar o diagnóstico e o prognóstico de covid-19.
  • Frontiers in Immunology
    Pesquisadores do Laboratório de Neurovirologia Molecular da Faculdade de Ciências da Saúde (FS) da UnB publicaram um artigo científico na revista Frontiers in Immunology que aponta o desequilíbrio na ação de certas proteínas celulares como principais responsáveis pelas formas mais graves da covid-19 em pacientes idosos do sexo masculino com determinadas comorbidades.
  • Câmera térmica
    Um grupo de pesquisadores da Faculdade UnB Gama (FGA), coordenado pelo professor Gerardo Antonio Idrobo Pizo, desenvolveu software para o uso de câmera térmica no combate à covid-19. O equipamento realiza triagem térmica da pele humana com a possibilidade de detectar sintomas de febre.
  • Vesta
    Após quase dois anos de pesquisas e testes, a UnB lançou para comercialização, em 2022, a máscara de proteção Vesta. Respirador do tipo filtrante, a Vesta é a primeira máscara com nanotecnologia de proteção contra vírus e bactérias, contendo uma barreira química feita de quitosana, uma molécula extraída da carapaça de crustáceos, como camarão e lagosta.

 

UnB PARA O MUNDO – A gestão de Márcia Abrahão tem focado fortemente no avanço da internacionalização da UnB. Pensada para formar cidadãos para o mundo, estudiosos das grandes questões mundiais e colaboradores na solução dos importantes problemas da humanidade, a Universidade se moderniza para acompanhar um mundo cada vez mais globalizado. Em 2018, foi lançado o primeiro Plano de Internacionalização da UnB.

 

Devido à pandemia, a mobilidade de estudantes, técnicos e professores foi interrompida. Neste ano, com o recuo da crise sanitária, essas atividades foram retomadas. Uma das coligações internacionais mais importantes da qual a UnB faz parte é a Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM). O intercâmbio com parceiros da AUGM permite o fortalecimento de parcerias entre países latino-americanos e a mobilidade entre docentes se prolonga com parcerias em produção científica e coorientação de estudantes de pós-graduação.

 

UnB avançou ainda mais na internacionalização Arte: Igor Outeiral/Secom UnB

 

Outra ação importante rumo à internacionalização é a Proposta de Política Linguística da UnB, apresentada em agosto deste ano no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). A política pretende definir as diretrizes necessárias para a formação plurilíngue da comunidade acadêmica, englobando atividades de ensino, pesquisa, extensão, inovação e gestão universitária.

 

Em novembro de 2022, a UnB foi eleita presidente do Grupo Tordesilhas de Universidades, uma cooperação entre instituições brasileiras, espanholas e portuguesas para vínculos acadêmicos, culturais e socioeconômicos, e que visa colaborar nos campos de ciência, tecnologia e inovação. A Universidade compõe o grupo desde 2014 e atua em conjunto com outras 26 instituições brasileiras, 20 espanholas e nove portuguesas. No ano passado, a UnB ocupou a vice-presidência e atuou na captação de recursos, na interação com as outras universidades brasileiras e na ampliação da cooperação do grupo com outras regiões.

 

PILARES – Ensino, pesquisa, extensão e inovação são pilares e prioridades da Universidade de Brasília (UnB). No último biênio, a gestão fomentou condições para que a Universidade conseguisse exercer suas atividades-fim com qualidade e pudesse avançar no reconhecimento nacional e internacional. 

 

EXCELÊNCIA E PROPÓSITO – Nos diversos rankings internacionais divulgados em 2022, que avaliam a qualidade de ensino, como a qualidade do corpo docente e da pesquisa, a influência no mercado, a inovação e a internacionalização, a UnB manteve-se entre as dez melhores universidades federais e entre as 15 melhores brasileiras, entre públicas e privadas. A Universidade é também destaque na América Latina e no mundo. 

UnB teve melhora expressiva em rankings. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB

 

A UnB possui 193 pesquisadores entre os 10 mil melhores da América Latina, segundo o ranking Alper-Doger (AD) Scientific Index. O número representa aumento de 38 cientistas classificados em relação à avaliação divulgada em 2021. A UnB possui, ainda, 28 pesquisadores entre os 10% melhores do mundo.

 

Na avaliação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) divulgada este ano, 12 cursos da UnB tiveram nota maior que no ano anterior e um terço das graduações obtiveram nota máxima. O exame estuda o rendimento dos alunos concluintes dos cursos de graduação a cada três anos, de acordo com o ciclo avaliativo das áreas do conhecimento.

 

Já a avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) mostrou que a UnB tem a maioria dos seus programas de pós-graduação com notas entre 5 e 7. De 38% do quadriênio 2013-2016, passou para 53% dos programas com essas duas notas. A escala de pontuação varia de 1 a 7. Os conceitos 6 e 7 expressam excelência em nível internacional. O conceito 5 significa excelência nacional.

 

INVESTINDO NA CIÊNCIA E NA INOVAÇÃO – O ano de 2022 foi bastante significativo para a pesquisa e inovação na UnB. Em julho, a Universidade sediou o maior evento científico da América Latina: a 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Mais de oito mil pessoas se inscreveram para prestigiar as mais de 200 atividades oferecidas, além do alcance de mais de 35 mil pessoas em programações e transmissões remotas.

Avaliação da Capes revelou que a maioria dos programas de pós-graduação da UnB é de excelência. Foto: Beto Monteiro/Ascom UnB

 

A Diretoria de Pesquisa da UnB (Dirpe) debruçou-se no estímulo à pesquisa e à melhoria de indicadores acadêmicos. No último biênio, foram mais de R$ 7,6 milhões investidos nesse âmbito.

 

A diretoria também foi responsável pelo desenvolvimento das plataformas UnB Pesquisa e Stella Experta, que possibilitam, respectivamente, a busca e navegação no perfil dos pesquisadores da UnB e suas áreas de especialidades e a análise de dados estatísticos oriundos do Lattes dos pesquisadores da Universidade.

 

Houve ainda a consolidação e a otimização da infraestrutura laboratorial de pesquisa e inovação, com investimento de R$ 2.588.719,56 em dez projetos de chamadas públicas.

 

Para a valorização e reconhecimento da pesquisa elaborada na Universidade, a Dirpe lançou o Portfólio de Pesquisa da UnB: Impactos em Brasília e no Distrito Federal, que apresenta quase 200 projetos de pesquisa, extensão e/ou ensino, distribuídos entre as grandes áreas do conhecimento e por Unidades Acadêmicas.

 

  • Pesquisa na UnB
  • Inovação Tecnológica
  • Iniciação Científica
    No segundo semestre de 2022, a UnB atingiu o maior quantitativo de bolsas de iniciação científica da sua história: 1.800 estudantes foram contemplados para participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), no Pibic nas Ações Afirmativas (Pibic-AF) e no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiy). Mais de R$ 13 milhões foram investidos em bolsas de iniciação científica no último biênio.
  • Cepe
    Em novembro de 2022, o Cepe criou um prêmio de inovação para estimular os pesquisadores de todas as áreas do conhecimento, disseminar a cultura de propriedade intelectual e a transferência de tecnologia na Universidade.

 

No segundo semestre de 2022, a UnB atingiu o maior quantitativo de bolsas de iniciação científica da sua história: 1.800 estudantes foram contemplados para participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), no Pibic nas Ações Afirmativas (Pibic-AF) e no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti). Mais de R$ 13 milhões foram investidos em bolsas de iniciação científica no último biênio.

 

Em novembro de 2022, o Cepe criou um prêmio de inovação para estimular os pesquisadores de todas as áreas do conhecimento e disseminar a cultura de propriedade intelectual e a transferência de tecnologia na Universidade.

A partir de janeiro de 2023 a extensão passa a compor, no mínimo, 10% da carga curricular dos cursos de graduação. Foto: Beto Monteiro/Ascom UnB

 

EXTENSÃO E O PAPEL SOCIAL DA UNIVERSIDADE – Depois de duas edições realizadas em formato remoto, a Semana Universitária voltou a ser presencial em 2022. A edição fez referência tanto ao centenário de Darcy Ribeiro quanto às comemorações dos 60 anos da UnB. Mais de 25 mil pessoas se inscreveram para participar das 1.050 ações realizadas. 

 

A partir de janeiro de 2023, as atividades de extensão precisam compor, no mínimo, 10% do total da carga horária curricular dos cursos de graduação em todo o país.

 

A determinação vale para as instituições públicas e privadas e tem o objetivo de cumprir a Constituição Federal, que define o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Para debater essa temática, o Decanato de Extensão (DEX) criou o Fórum Permanente da Inserção Curricular de Extensão da UnB, que promoveu eventos para escutar a comunidade acadêmica e tirar dúvidas sobre o processo de adequação, que já está em curso na UnB.

Após dez anos em atividade, o Centro de Estudos da Chapada dos Veadeiros foi inaugurado. Foto: Beto Monteiro/Ascom UnB

 

O Centro de Estudos da Chapada dos Veadeiros (UnB Cerrado) foi inaugurado, após dez anos de atividade. O campus avançado fica no município de Alto Paraíso de Goiás, distante 230 km de Brasília. Também foi inaugurado, na mesma ocasião, o Polo de Extensão Chapada dos Veadeiros.

 

De acordo com a reitora, além de todas as contribuições acadêmicas que a Universidade levará à Chapada dos Veadeiros, o potencial turístico de Alto Paraíso e demais cidades vizinhas pode ser acrescido da expertise de diversas áreas da UnB, reforçando o diálogo constante com a comunidade. 

 

 

 

 

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