O Instituto de Química (IQ), localizado no campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, recebeu alunos do Projeto Enem Inclusivo e Especial. Organizado pela Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin) do Distrito Federal, a iniciativa prepara estudantes do Ensino Especial para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A visita ocorreu no final de outubro.
Na ocasião, alunos do último ano do Ensino Médio com deficiência, transtornos funcionais, Transtorno do Espectro Autista (TEA), altas habilidades ou superdotação participaram de atividades no Instituto Central de Ciências (ICC) e no Laboratório de Pesquisas em Ensino de Química (LPEQ/IQ).
Desde 2019, o projeto oferece aulas adaptadas com intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras), audiodescrição e apoio pedagógico, promovendo igualdade de condições no Enem. A visita ao IQ reforçou o compromisso com a inclusão e incentivou o interesse dos participantes por carreiras científicas.
VISITA – Responsável por coordenar as atividades na UnB, o professor Gerson Mól explicou que o interesse dos alunos motivou a visita, já que a UnB é a principal referência de graduação em Brasília. Durante a programação, os estudantes conheceram o LPEQ e visitaram instalações avançadas, como a Central Analítica e o Laboratório de Química Tecnológica.
“Fui procurado porque trabalho com essa temática há mais de 20 anos. E também pedi a outros professores que recebessem os alunos, para que conhecessem laboratórios mais avançados”, destacou o professor. O grupo ainda realizou um tour de ônibus pelo campus.
Os estudantes foram recepcionados de forma descontraída, com o professor vestido de alquimista para apresentar conceitos de química. “O nível de interesse deles chamou nossa atenção. Estavam animados por estar na UnB e vivenciar experiências na Química”, relembrou Gerson.
Segundo ele, o principal objetivo da visita foi mostrar que a ciência é interessante e acessível, além de ser uma oportunidade de aproximar os alunos da Universidade. “Pela empolgação dos estudantes, acredito que conseguimos tornar a Química mais atrativa, mesmo para quem não pretende seguir carreira na área”, comentou.
PARCERIA – A visita ao Instituto de Química foi o início de um trabalho conjunto para promover a inclusão no ensino superior. “A ideia é que esse tenha sido o primeiro de muitos encontros. Estamos planejando ações futuras, como discussões sobre empregabilidade e formas de tornar a universidade mais inclusiva para esses estudantes”, explicou o professor.
Ele ressaltou a importância do projeto para ampliar o acesso à universidade e lembrou as dificuldades que os estudantes enfrentam em cursinhos tradicionais. “Hoje, a presença de alunos da inclusão é cada vez maior na Universidade. Precisamos mudar nossa visão de educação para sermos cada vez mais inclusivos e garantir que concluam suas formações”, afirmou.