DIREITOS HUMANOS

Iniciativa busca ampliar inclusão e garantir a permanência de estudantes com deficiência, transtornos do espectro autista e altas habilidades/superdotação

A Andifes aprovou a criação do colégio em junho. A UnB integrou o grupo formado por núcleos de acessibilidade das universidades federais que propuseram a medida. Foto: Divulgação

 

A Universidade de Brasília participou da comissão que elaborou a proposta de criação do Colégio de Gestores de Acessibilidade das Universidades Federais da Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), aprovado na 169ª Reunião Extraordinária do Conselho Pleno da Andifes, em 27 de junho. A UnB é uma das instituições que fará parte do recém-criado Colégio de Gestores de Acessibilidade, com a participação de universidades das cinco regiões do país.

“A acessibilidade é tema transversal nas universidades. Envolve políticas para estudantes, técnicos e docentes. Por isso, a importância de criarmos um colégio específico para tratarmos de acessibilidade na Andifes, que está empenhada em fortalecer as políticas de inclusão nas nossas instituições federais. O colégio atuará em parceria com a Comissão de Direitos Humanos e Inclusão, formada pelos(as) reitores(as) e vice-reitores(as)”, explicou a reitora da UnB e presidente da Andifes, Márcia Abrahão.

A criação do colegiado se deu após uma solicitação apresentada pelos gestores dos núcleos de acessibilidade das universidades federais. Inicialmente, o grupo será formado por dez instituições das cinco regiões do país: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Jataí (UFJ), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Acre (Ufac), Universidade Federal de Ouro Petro (Ufop), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

UnB ATUANTE – “Nós participamos do processo de articulação com os núcleos de acessibilidade de todo país, da elaboração da proposta de criação do colegiado e da defesa da iniciativa na reunião da Andifes. Agora, temos um espaço de diálogo e proposições junto aos reitores das universidades federais para que a acessibilidade seja assumida como pauta prioritária, visando a efetivação dos direitos das pessoas com deficiência”, detalhou a diretora de Acessibilidade da UnB Sinara Zardo, membra da Comissão de Inclusão e Acessibilidade, que elaborou o texto apresentado à Andifes.

A UnB vem investindo em equipamentos de acessibilidade, como elevadores, plataformas e rampas. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

Entre os objetivos do novo Colégio de Gestores de Acessibilidade, está propor à Andifes as diretrizes e o plano anual de metas e mapear as necessidades das universidades federais no que se refere à acessibilidade para estudantes com deficiência e para o público das altas habilidades/superdotação.

Além disso, o grupo vai atuar para fortalecer o trabalho em rede entre os núcleos de acessibilidade das universidades federais e fomentar intercâmbios e cooperações com foco na acessibilidade para todos os membros das comunidades.

FÓRUM – A proposta de instituir um colégio voltado à temática foi um dos resultados do 4º Fórum Nacional de Coordenadores de Núcleos de Acessibilidade, realizado em março, pela UFRN, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do Ministério da Saúde (Secadi/MEC). O evento contou com a participação de 71 Instituições Federais de Educação Superior, que elegeram os membros da Comissão de Inclusão e Acessibilidade.

Na proposta de criação do Colégio de Gestores de Acessibilidade, a comissão destacou que há 79.262 estudantes da educação especial no ensino superior no Brasil. Entre 2003 e 2022, houve aumento de 1.460% nas matrículas de pessoas desse grupo – que compreende pessoas com deficiência, Transtornos do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades/superdotação.

ACESSIBILIDADE NA UnB – A Universidade de Brasília criou uma política de acessibilidade em 2019 e tem investido na compra de equipamentos e tecnologias de acessibilidade, em programas de assistência estudantil e em bolsas, além de melhoria na infraestrutura física. Atualmente, são mais de 700 estudantes cadastrados e atendidos pela Diretoria da Acessibilidade (Daces), criada em 2020 na estrutura do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC).