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Na última sexta-feira (23), o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) reinaugurou a sede de sua Diretoria de Acessibilidade (Daces), no Instituto Central de Ciências (ICC) Norte, campus Darcy Ribeiro, Asa Norte. Agora, as servidoras e os servidores que atuam na Daces ganham um local mais adequado para realizar o atendimento de pessoas com deficiência da comunidade da Universidade de Brasília.
O investimento na reforma e no mobiliário foi de aproximadamente R$ 80 mil, proveniente de recursos próprios. “Estamos em um novo momento, em que consolidamos, cada vez mais, a Diretoria de Acessibilidade, com uma equipe altamente capacitada e comprometida com o atendimento da nossa comunidade. Avançamos muito, mas ainda há muito o que fazer”, afirmou o decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio.
Na reabertura da Daces, a UnB recebeu visita técnica de Ricardo Lins, secretário de Acessibilidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e coordenador do Colégio de Gestores dos Núcleos de Acessibilidade das Universidades Federais (Conacessi) da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Também participaram do evento o secretário de Infraestrutura, Augusto Dias, e o prefeito da UnB, Valdeci Reis.
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A reforma contemplou a construção de um sanitário acessível dentro da Daces e de uma copa para que os estudantes possam fazer refeições com menos estímulos sensoriais. Além disso, uma sala está especialmente preparada para as intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e do laboratório de tecnologias assistivas – com a disponibilização de scanner de voz, Linha Braille, lupa eletrônica, entre outros equipamentos. Houve ainda a renovação dos computadores e das cadeiras e a instalação de piso tátil e sinalização da diretoria.
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Atualmente, há cerca de 700 estudantes com alguma deficiência cadastrados na Daces. “É uma celebração das conquistas que alcançamos com muita luta. Tivemos quatro anos de grande restrição orçamentária, uma pandemia e o retorno às atividades presenciais, o que envolveu muita articulação para a gente organizar as atividades, explica a diretora da Daces, Sinara Zardo. “São várias realizações, tanto na qualificação dos serviços que são ofertados por meio de editais e acolhimentos da diretoria quanto na questão de infraestrutura e no redirecionamento do trabalho que desempenhamos e que geram resultados concretos na permanência.”
A estudante de mestrado em Ciências Mecânicas Késsia Tainá Silva tem deficiência visual e transtorno do espectro autista. Ela entrou na Universidade em 2011, para fazer graduação, e conta que observou grandes mudanças em relação à acessibilidade de lá para cá. “Ao longo desses anos, eu tenho notado, especialmente depois que a Daces foi implementada, em 2022, um fato muito interessante, que é a institucionalização das práticas de acessibilidade. Antes, apesar da boa vontade das pessoas, as coisas eram improvisadas. E hoje a gente tem uma Política de Acessibilidade bem estabelecida”, avalia. A Política de Acessibilidade foi aprovada pelo Conselho de Administração (CAD) em 2019.
O secretário de Acessibilidade da UFRN, Ricardo Lins, salientou que a UnB desenvolve um trabalho de referência em relação à criação de espaços de inclusão e acessibilidade. De acordo com ele, é fundamental que haja o fortalecimento dos núcleos que atuam com essa temática nas universidades do país. Após o evento de reinauguração, Ricardo Lins realizou uma roda de conversa com a equipe técnica da Daces sobre inclusão e acessibilidade na educação superior, relatando a experiência na UFRN.
AVANÇOS – Recentemente, a reitora Márcia Abrahão entregou a primeira van acessível da UnB à Daces. O investimento foi de R$ 310 mil. E, com um investimento aproximado de R$ 500 mil, foram instaladas plataformas inclinadas e elevadores no Instituto de Ciências Exatas (IE) e na Faculdade de Comunicação (FAC), no Instituto Central de Ciências (ICC) Norte.
>> UnB adquire primeira van para dar acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida
Além disso, entre 2023 e 2024, a Universidade destinou R$ 500 mil em editais para aquisição de tecnologia assistiva e, neste ano, fez um aporte inicial de R$ 300 mil para fomentar a produção desses recursos, com o apoio de docentes de diversas unidades acadêmicas.
O número de acolhimentos da Daces aumentou 92% desde sua criação, em 2020. O número de estudantes cadastrados na diretoria aumentou 45%, passando de 380, em 2020, para 700, em 2024. Todos os discentes cadastrados são apoiados pela Daces e têm prioridade de matrícula nas disciplinas obrigatórias de seus cursos de graduação e pós-graduação.