SÉRIE: ENTREVISTAS GESTÃO 2024-2028

A decana Camila Areda inicia atividades no Decanato de Assuntos Comunitários com escuta e acolhimento das equipes internas. Trabalho será pautado na equidade e descentralização de serviços

Trabalhar de forma integrada e expandir presença nos campi são objetivos de Camila Areda para o Decanato de Assuntos Comunitários. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

O Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) é o quarto na série de entrevistas realizada pela Secretaria de Comunicação (Secom) com nomes da administração superior para a gestão 2024-2028. Voltado a ações de integração, inclusão e permanência na Universidade de Brasília, o decanato reúne cinco diretorias e oferece serviços diários à comunidade universitária. Desde o final de 2024, o DAC está sob a liderança da docente Camila Areda (FCTS – Campus UnB Ceilândia), que defende equidade e descentralização em atividades destinadas a estudantes. Professores e técnicos administrativos também estão no foco, com aposta em mais integração de equipes e aprimoramento de fluxos.

 

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As ofertas de serviços do decanato incluem a promoção de alimentação de qualidade, a concessão de auxílios de permanência estudantil, o suporte à acessibilidade, o acompanhamento psicológico e o estímulo a práticas de atividades esportivas e culturais. Compõem o DAC as diretorias de Acessibilidade (Daces), de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu), de Desenvolvimento Social (DDS), de Esporte e Atividades Comunitárias (Deac) e do Restaurante Universitário (DRU). As unidades da Casa do Estudante Universitário (CEU), integrantes dos programas de moradia estudantil, também estão vinculadas ao decanato por meio da DDS, que publica editais para alunos de graduação e de pós-graduação.

 

Com equipe técnica especializada composta por 15 servidores efetivos, seis intérpretes de libras por contrato temporário, dois estagiários e um motorista terceirizado, a Daces atendeu, em 2024, 941 estudantes (860 de graduação e 81 de pós) e cadastrou 289 novos alunos. 

 

A DRU é responsável pelas cinco unidades de Restaurante Universitário (RU) da UnB, localizados nos quatro campi e na Fazenda Água Limpa (FAL/UnB). Os RUs fornecem anualmente mais de 2 milhões de refeições (café da manhã, almoço e jantar) à comunidade universitária. Atualmente, mais de 11 mil estudantes acessam os RUs gratuitamente, subsidiados pela Universidade de Brasília.

 


"Entendemos que só teremos um futuro melhor se promovermos condições sociais alinhadas à preservação da natureza." Camila Areda, decana de Assuntos Comunitários da UnB.


 

Camila Areda dirige a pasta com o vigor de quem se descreve apaixonada pela gestão e pelo ensino. Farmacêutica bioquímica com graduação e doutorado realizados na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), a professora integra o corpo docente da UnB desde 2012. Para o trabalho no DAC, aplica experiência que acumulou nas coordenações do curso de Farmácia no campus UnB Ceilândia e da Universidade do Envelhecer (UniSER), programa de extensão em que atua há dez anos. Entre os desafios da nova missão, ela aponta o de “chegar aos quatro campi de maneira uniforme e integral”.

 

Confira a entrevista com a decana de Assuntos Comunitários, Camila Areda:

 

Como o decanato vai contribuir para a justiça socioambiental na UnB?

Ao promover qualidade de vida, justiça social, oportunidades de acessibilidade, segurança alimentar e permanência. E também trabalhando nas ações de saúde física e mental por meio da preservação ambiental e racionalização no uso de recursos ambientais e materiais, estaremos integrados à justiça socioambiental, proposta pela nova gestão da Universidade. Entendemos que só teremos um futuro melhor se promovermos condições sociais alinhadas à preservação da natureza. Na UnB, podemos somar os conhecimentos de diferentes culturas para esse objetivo. A integração de esporte, cultura e ações comunitárias também tem impacto profundo na vida dos discentes e na imagem da Universidade. Os projetos promovem um senso de pertencimento e comunidade, fortalecendo o desenvolvimento humano e contribuindo para a criação de uma sociedade mais justa e plural.


O que deve mudar na maneira como o decanato atua e o que será mantido?

Pretendemos trabalhar de forma integrada com a comunidade, ouvindo estudantes, técnicos e docentes, sempre planejando ações baseadas nas demandas apresentadas. Temos como objetivo atuar na prevenção da saúde física e mental, utilizando a equipe – extremamente dedicada e competente – e a capacidade já disponíveis por meio de campanhas e promoção de rodas de conversa sobre assuntos referentes à saúde mental e também por meio de atividades físicas, culturais e artísticas. Manteremos em execução atividades relacionadas à acessibilidade, ao atendimento psicológico, ao apoio a atividades artísticas e culturais, à promoção de atividades esportivas e lazer e aos atletas da comunidade universitária, assim como ao auxílio para permanência de estudantes.

 

Quais são as principais prioridades desta gestão? Por que foram escolhidas como foco inicial?

Para estudantes, a equidade e a descentralização. Equidade no atendimento às diferentes comunidades dentro da comunidade acadêmica, entendendo e promovendo acolhimento e sensação de pertencimento, por meio da acessibilidade, da promoção de saúde mental, do incentivo e do desenvolvimento de atividades esportivas e de lazer, da liberdade artística e cultural, da segurança alimentar e dos auxílios permanência. Descentralização ao olhar a UnB como um ambiente, dentro do Distrito Federal, composto de quatro campi, cada um com suas especificidades e características próprias e que precisam ter mais atividades do DAC. Para técnicos, criar um ambiente de trabalho mais leve, saudável e alegre. Promover a integração das equipes, a melhoria dos fluxos de trabalho e da relação com os estudantes assistidos. Para docentes, divulgar e promover a formação nas atividades desenvolvidas pelo decanato, especialmente sobre políticas disponíveis e sobre inclusão e acessibilidade na educação superior.


Quais são os principais desafios do decanato atualmente? O que será feito para superá-los? Qual estratégia será adotada?

Nosso principal desafio é chegar aos quatro campi de maneira uniforme e integral. Também precisamos promover saúde mental e romper com preconceitos de qualquer tipo e com o capacitismo na Universidade. Além disso, pretendemos melhorar as condições de moradia estudantil, de atendimento às mães servidoras e estudantes e adequar o Restaurante Universitário nos campi. Por meio de uma gestão participativa e compartilhada, pretendemos ouvir as diferentes necessidades e propostas de melhoria. Iniciar com atividades pontuais que ampliem e levem as ações do DAC aos diferentes campi e, junto com docentes e servidores, atuar na promoção de cursos e campanhas educativas e preventivas. Em relação a ações que exigem investimento financeiro, deveremos ter ações articuladas para viabilizá-las. Nosso papel inicial será levantar as mudanças e adequações, elaborar projetos de melhorias e, posteriormente, verificar se há linhas de financiamento disponíveis.

 

Quais ações estão sendo implementadas nesses primeiros dias da gestão e como se relacionam com as ações de longo prazo do decanato?

Os primeiros dias de gestão foram marcados por escuta, acolhimento e interação com as equipes das diretorias do DAC e com os demais decanatos. Esses momentos foram prioridade central. Só podemos pensar em mudanças nas políticas e nas formas de agir se conhecermos profundamente onde estão as necessidades e entraves para uma convivência mais harmônica e inclusiva. As ações de longo prazo se iniciarão envolvendo as comunidades, levantando as demandas, formulando ou reformulando as políticas-alvo do DAC e, posteriormente, viabilizando a implantação.

 

Como você planeja envolver a comunidade universitária nas decisões e projetos do decanato?
Pretendemos reativar os fóruns estudantis e criar fóruns de discussão para temas específicos da comunidade.

 

Que mensagem você gostaria de deixar para a comunidade universitária?
Estamos iniciando uma nova gestão, precisamos desse tempo de escuta e planejamento para poder projetar os próximos quatro anos do decanato. Sabemos da urgência de algumas mudanças e estamos integralmente comprometidos em realizá-las. Por isso, toda nossa equipe está envolvida. Acreditamos que políticas efetivas são feitas e implantadas envolvendo a comunidade alvo. Nosso principal objetivo é escutar, acolher e promover o sentimento de pertencimento e inclusão a toda comunidade da UnB. Só conquistaremos resultados positivos se todos – estudantes, servidores e docentes – fizerem parte desse movimento.

 

SERVIÇO – O DAC funciona no Bloco Eudoro de Souza (BAES), campus Darcy Ribeiro, Asa Norte. Telefone: (61) 3107-2319. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Atendimento de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 19h30.

 

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