Professores dos cursos de Enfermagem, Medicina, Nutrição, Odontologia e Saúde Coletiva participaram da IV Jornada Pedagógica, realizada na última semana pelas direções das Faculdades de Ciências da Saúde (FS) e de Medicina (FM) da Universidade de Brasília, com o objetivo de mapear a atual situação das mudanças curriculares e a reorientação da formação dos cursos dessas faculdades. O encontro também promoveu intercâmbio e sistematização das experiências e inovações pedagógicas desenvolvidas.
A Jornada contou com a participação da professora Léa Anastasiou, consultora pedagógica com expertise em reforma curricular em cursos da área da saúde. O evento foi coordenado pelas professoras Dayde Mendonça, Dais Rocha e Cláudia Griboski. Segundo a coordenação, a Jornada ocorreu, também, para ampliar o debate e fortalecer o processo de formulação dos saberes pedagógicos em cada área.
Ao final dos dois dias de debates, que envolveram 92 docentes entre 12 e 13 de setembro, foi elaborada uma lista de encaminhamentos e propostas. Dentre elas, destaca-se uma proposição para mudar o ponto de vista sobre o processo de ensino. "A ideia é tirar o foco do que o professor tem que ensinar e mudar para o que o estudante tem de aprender. A ideia é sair do plano de ensino conteudista para um processo construído a partir de competências verificáveis e salientar a produção de conhecimento mais significativo”, explica Dais Rocha.
Outro encaminhamento indica a necessidade de investimento em metacognição e em inteligência emocional. Segundo Rocha, deve-se reconhecer que a aquisição de conhecimento se dá em rede. “A neurociência já demonstrou que o aprendizado se dá com tudo o que temos contato”, diz. Há previsão para a constituição de um grupo interprofissional de apoio pedagógico aos cursos (Grupo de Estudo e Apoio Pedagógico da Área da Saúde) que acompanhará o cronograma de trabalho dos Núcleos Docentes Estruturantes (NDE). O grupo fará também o mapeamento da aplicação das metodologias ativas de aprendizagem e outras inovações pedagógicas.
A Jornada também propôs avanços no monitoramento das ações dos cursos e articulação segundo o território (com periodicidade semestral e anual) com envolvimento de estudantes, docentes e da comunidade.