Docente da Faculdade de Educação faleceu na última segunda-feira, aos 75 anos

 

Foto: Arquivo pessoal

 

A Universidade de Brasília comunica, com pesar, o falecimento do professor Elício Pontes. A Faculdade de Educação manifestou estado de luto pela morte do "amigo e poeta das tecnologias". O docente não resistiu a uma forte hemorragia e morreu nesta segunda-feira (25). O velório será nesta quarta (27), a partir das 14h, e o sepultamento às 16h, na Capela 4 do Cemitério Campo da Esperança.

 

Elício Bezerra Pontes nasceu em Nova Russas, no Ceará, em 1941. Na juventude, viveu em Crateús e em Fortaleza, onde formou-se em Pedagogia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Fez mestrado em Tecnologias da Educação na norte-americana University of Southern California e doutorado na Universidad Nacional de Educación a Distancia, na Espanha. Atuou também, como radialista e jornalista.

 

Professor da UnB por 40 anos, Elício foi um dos fundadores da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), chefe do Departamento de Métodos e Técnicas (MTC) e diretor do Centro de Educação Aberta, Continuada e a Distância (Cead). Foi um dos precursores da utilização de tecnologia como ferramenta de ensino na UnB.

 

Muito querido entre os colegas, gostava de ser visto como metade professor, metade poeta. Na carreira, escreveu quatro livros de poesias: Corpos Terrestre, Corpos Celestes (2001), Os Olhos do Tempo (2009), Metade de Mim é Verso (2011) e Eterno Finito (2014).

 

Colega de departamento há mais de 20 anos e amiga de Elício, a professora Maria Alexandra Rodrigues o descreve como um grande companheiro de trabalho e elogia sua sensibilidade ímpar, a generosidade, a alegria e o prazer do colega em ser educador. “Além de grande amigo, era um grande professor, um grande poeta e um grande professor-poeta”, diz.

 

“Foram quase 40 anos de minha vida na UnB, sem contar que desde os nove, dez anos, já me chamavam de professor: eu lia e escrevia cartas para pessoas analfabetas, além de ler romances de cordel quase toda noite, pra uma roda de não leitores... A poesia em minha vida começou por aí”. (Elício Pontes)

 

Não, a escola não é de todo inútil.
O menino que sonhava durante a aula
Foi castigado pelo mestre:
“Escreva mil palavras
Sem cometer erros”.
Ele escreveu a palavra amor
E virou poeta.

O Aprendiz – extraído do livro Eterno Finito

 

Confira mais um texto da Faculdade de Educação em homenagem a Elício.