Em apenas cinco anos, mudou o perfil dos estudantes de graduação da UnB: o percentual de alunos de cor parda e preta cresceu e o relativo a universitários de cor branca, diminuiu. Em 2012, os discentes que se autodeclararam pardos representavam um percentual de 33,7% dos ingressos na UnB, enquanto os que preencheram os dados como pretos totalizavam 8,6%; e os que se identificaram como brancos eram 53,6%. Já em 2017, os pardos subiram para 40% e os pretos para 10,6%, ao passo que os brancos decresceram para 46,5%. Veja no quadro abaixo.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (25), durante o IV Fórum de Avaliação da UnB, e incluem o levantamento socioeconômico e demográfico da população estudantil, a formação escolar, as formas de inserção na Universidade, além de questões de gênero, etnia, raça e perspectivas futuras. O encontro, organizado pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) e pelo Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO), reuniu especialistas da UnB e de outras instituições a fim de discutir a importância do processo de avaliação interna para os avanços na qualidade acadêmica.
A consolidação das informações apresentadas é feita semestralmente pelo Observatório da Vida Estudantil da UnB, por meio de questionários online que são entregues à instituição durante o registro acadêmico. O Observatório é vinculado ao Centro Avançado de Estudos Multidisciplinares (NEAL/CEAM) da Universidade.
A significativa mudança percebida no aumento dos estudantes declarados pretos ou pardos – em 2017, eles somam 54,8% do corpo discente –, e a proximidade entre o número de alunos que entraram via sistema de cotas e pelo sistema universal foram explicados pela pesquisadora do Observatório Layla Teixeira. Para ela, os números resultam da expansão do número de vagas, da ampliação dos campi, da descentralização da oferta e da diversificação das formas de ingresso.
“Tínhamos pouquíssimos dados sobre o aluno da UnB com esse grau de detalhamento. Em pouco tempo, ficou claro que esse material se tornaria um insumo institucional para o desenvolvimento de políticas por parte da Universidade”, afirma Layla Teixeira. Confira abaixo alguns dados levantados pela pesquisa:
PLANEJAMENTO – Com transmissão ao vivo pelo Facebook da UnBTV, o fórum foi parte da XVII SemUni. Presidente da CPA, Cláudia Griboski considera o momento oportuno para a reflexão sobre o tema. “É importante avaliarmos o período atual para subsidiar a construção do novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)”, ressalta. Em fase de elaboração, o PDI estabelecerá as metas da UnB e estratégias para alcançá-las nos próximos cinco anos (2018-2022).
Griboski apresentou à comunidade o Plano de Autoavaliação Institucional para o triênio 2017-2019. O projeto tem por objetivo organizar as ações de avaliação da Universidade, de acordo com o ciclo proposto pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), e desenvolver atividades que possam contribuir para aprimorar as práticas acadêmicas. Entre as ações, estão previstas visitas técnicas às unidades para o acompanhamento do resultado nas avaliações externas e projeções de melhorias.
Além desta, outras atividades, como avaliação discente, pesquisa de egressos, consulta à comunidade acadêmica, seminários e estudos integram o projeto. Os resultados das ações deste período serão divulgados em relatórios parciais, ao final de cada ano letivo, sendo cada um deles dedicados a diferentes dimensões da avaliação prevista pelo Sinaes. “A UnB vê a avaliação como indutora de políticas e como subsídio à tomada de decisão”, afirma a presidente da CPA.
Como parte da programação do fórum, uma mesa-redonda discutiu a articulação entre o PDI e a autoavaliação. “A autoavaliação contribui no sentido de que a própria instituição faça uma revisão de sua realidade e dos objetivos que estavam traçados, propondo novas ideias diante das fragilidades e aspectos fortes”, apontou a professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Maria do Carmo Peixoto, convidada do evento.