GESTÃO 2016/2020

Professor do Instituto de Psicologia, decano Ileno Izídio assumiu em fevereiro de 2019. Medidas em prol do bem-estar serão voltadas a docentes, estudantes, e técnicos administrativos

 

A série publicada pela Secretaria de Comunicação (Secom) e pela UnBTV com os decanos da Universidade de Brasília segue com a entrevista ao professor Ileno Izídio da Costa, do Departamento de Psicologia Clínica (PCL/IP), nomeado para ocupar o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) a partir de fevereiro de 2019. Escolhido para substituir André Reis, o decano avalia o cenário atual do DAC e define como plano para o futuro o cuidado com a população universitária. 

Decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio concentrará esforços na promoção da saúde integral na Universidade. Foto: Júlio Minasi/Secom UnB

 

À frente do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), o professor Ileno Izídio, do Instituto de Psicologia da UnB, conhece bem os serviços oferecidos pela Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS), vinculada ao DAC e responsável por ações de assistência estudantil. Na década de 1970, Izídio ingressou na graduação em Psicologia da Universidade de Brasília, período em que também cursava jornalismo em uma instituição privada. Filho de nordestinos que migraram para a capital nos anos 1960, o universitário morava com a família em Taguatinga. Por dois anos, residiu na Casa do Estudante (CEU) e utilizou o benefício que garantia transporte e alimentação para alunos, à época chamado de bolsa-trabalho. Com sua própria trajetória, Ileno testemunha que auxílios desse tipo são essenciais para garantir a permanência de muitos alunos na universidade.

 

O mestrado e o doutorado de Ileno também foram desenvolvidos na UnB. Assim, já são mais de quatro décadas na instituição. Psicólogo há 35 anos, só de docência soma 27 anos de trabalho. Com foco de atuação em saúde mental, abuso de álcool e de drogas, criou o Grupo de Intervenção Precoce nas Psicoses (Gipsi) da Universidade de Brasília, o único do tipo em universidades do país. Também foi coordenador do Centro Regional de Referência para o Enfrentamento às Drogas (CRR) da UnB. Atualmente, coordena o Núcleo de Estudos, Pesquisas e Atendimentos em Saúde Mental e Drogas (Nepasd/IP), e participa do processo de definição de política institucional de saúde mental.

 

É a todo esse engajamento que o novo decano credita o convite feito pela reitora Márcia Abrahão para assumir o DAC. “Apareci no momento exato. As minhas causas não são causas fáceis e este chamado não chega à toa: são causas importantes. Cuidar do bem-estar das pessoas é minha missão”, afirma. Ileno Izídio chega ao cargo ocupado do final de 2016 ao início de 2019 pelo professor André Reis, que deixa o decanato para a realização de projetos pessoais.

 

Na entrevista, Izídio destaca que desenvolverá ações voltadas a toda a comunidade universitária: estudantes, professores e técnicos administrativos. O decano também ressalta que trabalhará em conjunto com as estruturas da administração superior. “Vamos tomar decisões colegiadas sobre como lidar com as limitações e sempre em parceria com os demais decanatos. Tudo na universidade está integrado”, avalia.

 

Quais ações iniciadas pelo ex-decano André Reis serão continuadas?

Os projetos em desenvolvimento irão continuar. Nesses dois anos, Reis colocou ordem na casa. Organizou as demandas que chegaram de tudo quanto é lado: bolsa, apoio à pesquisa, apoio permanência, criou editais para determinadas questões. O professor André Reis criou editais com temas fundamentais, o que dá publicidade e estabelece critérios para aplicar bem os recursos do serviço público. E isso é ótimo, pois não podemos atender questões pontuais – somos 50 mil pessoas na comunidade. Assim, a política do individual vai ficar na exceção, mas as grandes questões que envolvem a nossa comunidade, como a questão dos estudantes indígenas, negros, da diversidade sexual, de gênero, e também do esporte e da alimentação saudável, vão passar por editais. A ideia é dar continuidade ao que o professor André Reis começou e racionalizar e otimizar os encaminhamentos.

 

Quais são os desafios a serem enfrentados pelo DAC?

A questão da saúde integral na Universidade. Até então, a saúde não tinha ênfase executiva no decanato. Com meu perfil profissional, vou tentar implementar processos de escuta e orientação, mas não tem como oferecer cuidado, porque essa responsabilidade é do Estado. A ideia é encaminhar. A saúde mental tem sido um tema muito presente. A depressão, o estresse, o suicídio são resultados de fatores da nossa vida moderna. Não são resultados da atuação da UnB. É necessário descobrir como se manter equilibrado diante dos desafios da vida, com casa, trabalho, estudos. Na universidade também temos processos relacionais que afetam diretamente nossa saúde. E, se não estivermos bem, como fazer para lidar com isso no ambiente acadêmico? Quando se tem algum agravo de saúde mental na universidade, não se pode culpar a instituição. O agravo ocorre na universidade, mas a saúde mental é um processo de vida. A pessoa entra na UnB com seu processo de vida acontecendo. Não é culpa da universidade que a pessoa adoeça: a vida adoece. E na universidade também acontece muita coisa boa, positiva. Temos processos muito saudáveis na UnB e nas outras universidades também. Não é só problema. A campanha institucional UnB, sua linda! está aí para mostrar isso.

 

Quais são os novos projetos para o decanato?

Queremos fazer da UnB uma universidade promotora de saúde. É um movimento internacional, que começou na Europa, que vai inserir definitivamente a UnB como universidade promotora de saúde mental e da paz. Não vamos cuidar da saúde das pessoas, mas vamos promover ações para que a instituição contribua para a qualidade de vida, que envolve saúde física e mental. É um movimento acadêmico para propor ações com foco na saúde. Também estamos desenvolvendo trabalhos dentro de uma comissão de saúde mental, que é um comitê intersetorial com proposta interseccional, para desenvolvermos formas de lidar com as diversas situações que se apresentam em cada campi. Assim, haverá esforço nas áreas que promovem saúde: esporte, lazer, alimentação saudável, cultura e ações que incluam a diversidade, as pessoas com deficiência e em vulnerabilidade. E também instituímos o fórum estudantil, que reúne as lideranças estudantis, os centros acadêmicos, o Diretório Central dos Estudantes (DCE), as atléticas, os coletivos e a administração. A proposta é que ocorram reuniões mensais, com dois temas para serem debatidos, para podermos pensar em conjunto questões como a das festas, de segurança, de qualidade de vida e de saúde mental. É a atividade estudantil se integrando à administração. São temas de todos e a corresponsabilização é muito importante.

 

>> Confira na íntegra a entrevista da UnBTV:

 

 

Veja também:

<< Primeira reitora da UnB usará diálogo para superar desafios

<< Decano de Ensino de Graduação quer modernizar metodologias na UnB

<< Decana de Planejamento e Orçamento aposta em parcerias para manter excelência

<< Decana de Extensão quer dar visibilidade aos projetos da UnB

<< Decanato de Pesquisa e Inovação busca experiências bem-sucedidas para aplicar na UnB

<< Reestruturação e economicidade são prioridades para decana de Administração

<< Estímulo à capacitação de servidores é prioridade para o Decanato de Gestão de Pessoas

<< Empenho na internacionalização será fio condutor do DPG

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.