Uma estrutura arrojada para garantir avanços científicos em saúde. Essa é a proposta do Laboratório de Tecnologia dos Medicamentos, Alimentos e Cosméticos (LTMAC), planejado para estimular a pesquisa e a inovação na área. Idealizado por novos professores da Faculdade de Ciências da Saúde (FS/UnB), o laboratório não tem similares no país. O espaço vai reunir equipamentos de última geração em edifício a ser projetado.
O LTMAC promete ser referência no desenvolvimento de pesquisa e na análise de fármacos e alimentos. “Há um carência de atuação acadêmica na região. Temos o polo farmacêutico de Anápolis e uma grande área de produção de alimentos no entorno de Brasília que demandam e justificam um espaço como esse”, diz a professora Taís Gratieri, do Departamento de Farmácia. Ela é uma dos quatro professores (ver abaixo) que propuseram a criação do laboratório.
A nova estrutura prevê espaços dedicados a cada uma das três áreas do LTMAC, além de áreas conjuntas para análises, núcleo para avaliação sensorial de produtos e salas de treinamento. A ideia é que o local também funcione como centro de formação e qualificação de recursos humanos. As instalações devem compor prédio de dois pavimentos com 400 m² de área total construída.
Outra aposta é que o laboratório impulsione os programas de pós-graduação e dê fôlego a cooperações científicas. O grupo envolvido no projeto desenvolve pesquisas em parceria com a Embrapa, a Rede Pró-Centro-Oeste e universidades nacionais e estrangeiras. Entre os estudos em curso estão o desenvolvimento de alimentos funcionais à base de sorgo e de passifloras (maracujás) silvestres, uso da biodiversidade amazônica no desenvolvimento de cosméticos e a produção de medicamentos naturais para o tratamento de tuberculose e infecções.
RECURSOS – O prédio do laboratório tem o custo estimado em R$ 4 milhões. Cerca de 60% dos recursos foram assegurados por meio de emendas parlamentares. A maior parte dos equipamentos será custeada com o apoio das agências de fomento. Nos últimos dois anos, os pesquisadores envolvidos no projeto conseguiram captar aproximadamente R$ 3 milhões em editais do CNPq, Capes e FAP-DF.
O LTMAC foi discutido e apoiado em reuniões colegiadas na Faculdade de Ciências da Saúde e na Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação (CPG/DPP). Ainda não há data determinada para a elaboração do projeto arquitetônico e a execução das obras.

JOVENS DOUTORES – Além de Taís Gratieri, vencedora de prêmios da Capes e da Unesco, a equipe que idealizou e propõe coordenar o laboratório é formada pelos professores Guilherme Gelfuso, Lívia Pineli e Marcílio Cunha Filho. Em comum, eles têm os currículos de peso, participação ativa em periódicos científicos e a juventude. São todos doutores ou pós-doutores e têm 33 anos, em média.
Guilherme tem pós-doutorado em Farmácia pela Universidade de Bath, na Inglaterra. Atua em pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de medicamentos contra doenças como câncer e tuberculose. Lívia é doutora em Ciências da Saúde pela UnB. Tem trabalhos focados em tecnologias e processamento de frutas e hortaliças ricas em compostos bioativos. Marcílio tem título de pós-doutorado emitido pela espanhola Universidade de Santiago de Compostela. Também premiado pela Unesco, o professor participa de estudos para o tratamento do câncer.