A Comissão de Legislação Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados aprovou, na última terça-feira (17), requerimento para moção de desagravo à Universidade de Brasília, devido aos ataques sofridos pela instituição por parte do ministro da Educação, Abraham Weintraub. O pedido foi feito pela deputada Erika Kokay (PT/DF), para quem as falas de Weintraub “atentam diretamente contra o princípio constitucional da autonomia universitária, da impessoalidade e da legalidade na Administração Pública.”

“O ministro vem constantemente testando as instituições e a permanência da democracia”, criticou a parlamentar, que esteve com a reitora Márcia Abrahão para entregar a moção.
No texto aprovado pela CLP, há referência às acusações constantes do titular da Educação sobre a presença de “plantações extensivas de maconha” em universidades federais, “sem provas que fundamentem tais declarações, ofendendo assim a honra e a imagem dos servidores docentes e técnico administrativos em educação e estudantes”.
A reitora agradeceu a Kokay e lembrou que, para além dos ataques à imagem da Universidade, há riscos orçamentários. “O Projeto de Lei Orçamentária para o ano que vem não contempla sequer recursos suficientes para as despesas obrigatórias, na unidade orçamentária da UnB”, disse, lembrando que o mesmo ocorre com outros órgãos públicos federais. Ela também destacou a solidariedade que vem recebendo de parlamentares da bancada do DF.

“Deputados e senadores, de várias legendas, têm me procurado para prestar apoio e ver como podem nos ajudar neste momento de dificuldades, em que temos um gestor de educação fazendo ataques tão incisivos às instituições que deveria defender”, relatou. “A UnB é uma universidade de excelência, que muda a vida das pessoas do DF e do Entorno.”
APOIO – No mesmo dia, a reitora esteve com a senadora Leila Barros (PSB), que também prestou apoio à UnB. “Sabemos que ajustes são necessários, mas cortar investimentos em educação é um absurdo. Deveria existir um pacto para a educação, para que os recursos para essa área fossem sempre garantidos”, defendeu a senadora.