Em meio à situação orçamentária precária e ao cenário amedrontador de pandemia, a Universidade de Brasília (UnB) buscou o desenvolvimento institucional de forma consistente e estruturante. Procurando manter-se "atuante como sempre, necessária como nunca", como dizia o slogan de comemoração dos 60 anos, a UnB foi referência em diversos rankings, estando sempre entre as dez melhores universidades federais, participou de pesquisas importantes para o país e avançou na internacionalização e na extensão.
CIÊNCIA PARA O COMBATE À COVID-19 – Durante a pandemia de covid-19, a UnB atuou não só para garantir a segurança de sua comunidade acadêmica, como investiu em pesquisa, extensão e inovação, além de fortalecer o Hospital Universitário de Brasília (HUB) — que completou 50 anos em 2022 — para contribuir no enfrentamento da crise sanitária do país, exercendo com excelência seu papel social.
Em março de 2020, a reitora criou o Comitê de Pesquisa e Inovação de Combate à Covid-19 (Copei). A instância tem o objetivo de planejar, sistematizar e buscar viabilizar a execução de ações institucionais de pesquisa, inovação e extensão. Desde então, 223 projetos foram aprovados pelo comitê e mais de R$ 32 milhões foram investidos.
UnB PARA O MUNDO – A gestão de Márcia Abrahão tem focado fortemente no avanço da internacionalização da UnB. Pensada para formar cidadãos para o mundo, estudiosos das grandes questões mundiais e colaboradores na solução dos importantes problemas da humanidade, a Universidade se moderniza para acompanhar um mundo cada vez mais globalizado. Em 2018, foi lançado o primeiro Plano de Internacionalização da UnB.
Devido à pandemia, a mobilidade de estudantes, técnicos e professores foi interrompida. Neste ano, com o recuo da crise sanitária, essas atividades foram retomadas. Uma das coligações internacionais mais importantes da qual a UnB faz parte é a Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM). O intercâmbio com parceiros da AUGM permite o fortalecimento de parcerias entre países latino-americanos e a mobilidade entre docentes se prolonga com parcerias em produção científica e coorientação de estudantes de pós-graduação.
Outra ação importante rumo à internacionalização é a Proposta de Política Linguística da UnB, apresentada em agosto deste ano no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). A política pretende definir as diretrizes necessárias para a formação plurilíngue da comunidade acadêmica, englobando atividades de ensino, pesquisa, extensão, inovação e gestão universitária.
Em novembro de 2022, a UnB foi eleita presidente do Grupo Tordesilhas de Universidades, uma cooperação entre instituições brasileiras, espanholas e portuguesas para vínculos acadêmicos, culturais e socioeconômicos, e que visa colaborar nos campos de ciência, tecnologia e inovação. A Universidade compõe o grupo desde 2014 e atua em conjunto com outras 26 instituições brasileiras, 20 espanholas e nove portuguesas. No ano passado, a UnB ocupou a vice-presidência e atuou na captação de recursos, na interação com as outras universidades brasileiras e na ampliação da cooperação do grupo com outras regiões.
PILARES – Ensino, pesquisa, extensão e inovação são pilares e prioridades da Universidade de Brasília (UnB). No último biênio, a gestão fomentou condições para que a Universidade conseguisse exercer suas atividades-fim com qualidade e pudesse avançar no reconhecimento nacional e internacional.
EXCELÊNCIA E PROPÓSITO – Nos diversos rankings internacionais divulgados em 2022, que avaliam a qualidade de ensino, como a qualidade do corpo docente e da pesquisa, a influência no mercado, a inovação e a internacionalização, a UnB manteve-se entre as dez melhores universidades federais e entre as 15 melhores brasileiras, entre públicas e privadas. A Universidade é também destaque na América Latina e no mundo.
A UnB possui 193 pesquisadores entre os 10 mil melhores da América Latina, segundo o ranking Alper-Doger (AD) Scientific Index. O número representa aumento de 38 cientistas classificados em relação à avaliação divulgada em 2021. A UnB possui, ainda, 28 pesquisadores entre os 10% melhores do mundo.
Na avaliação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) divulgada este ano, 12 cursos da UnB tiveram nota maior que no ano anterior e um terço das graduações obtiveram nota máxima. O exame estuda o rendimento dos alunos concluintes dos cursos de graduação a cada três anos, de acordo com o ciclo avaliativo das áreas do conhecimento.
Já a avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) mostrou que a UnB tem a maioria dos seus programas de pós-graduação com notas entre 5 e 7. De 38% do quadriênio 2013-2016, passou para 53% dos programas com essas duas notas. A escala de pontuação varia de 1 a 7. Os conceitos 6 e 7 expressam excelência em nível internacional. O conceito 5 significa excelência nacional.
INVESTINDO NA CIÊNCIA E NA INOVAÇÃO – O ano de 2022 foi bastante significativo para a pesquisa e inovação na UnB. Em julho, a Universidade sediou o maior evento científico da América Latina: a 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Mais de oito mil pessoas se inscreveram para prestigiar as mais de 200 atividades oferecidas, além do alcance de mais de 35 mil pessoas em programações e transmissões remotas.
A Diretoria de Pesquisa da UnB (Dirpe) debruçou-se no estímulo à pesquisa e à melhoria de indicadores acadêmicos. No último biênio, foram mais de R$ 7,6 milhões investidos nesse âmbito.
A diretoria também foi responsável pelo desenvolvimento das plataformas UnB Pesquisa e Stella Experta, que possibilitam, respectivamente, a busca e navegação no perfil dos pesquisadores da UnB e suas áreas de especialidades e a análise de dados estatísticos oriundos do Lattes dos pesquisadores da Universidade.
Houve ainda a consolidação e a otimização da infraestrutura laboratorial de pesquisa e inovação, com investimento de R$ 2.588.719,56 em dez projetos de chamadas públicas.
Para a valorização e reconhecimento da pesquisa elaborada na Universidade, a Dirpe lançou o Portfólio de Pesquisa da UnB: Impactos em Brasília e no Distrito Federal, que apresenta quase 200 projetos de pesquisa, extensão e/ou ensino, distribuídos entre as grandes áreas do conhecimento e por Unidades Acadêmicas.
No segundo semestre de 2022, a UnB atingiu o maior quantitativo de bolsas de iniciação científica da sua história: 1.800 estudantes foram contemplados para participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), no Pibic nas Ações Afirmativas (Pibic-AF) e no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti). Mais de R$ 13 milhões foram investidos em bolsas de iniciação científica no último biênio.
Em novembro de 2022, o Cepe criou um prêmio de inovação para estimular os pesquisadores de todas as áreas do conhecimento e disseminar a cultura de propriedade intelectual e a transferência de tecnologia na Universidade.
EXTENSÃO E O PAPEL SOCIAL DA UNIVERSIDADE – Depois de duas edições realizadas em formato remoto, a Semana Universitária voltou a ser presencial em 2022. A edição fez referência tanto ao centenário de Darcy Ribeiro quanto às comemorações dos 60 anos da UnB. Mais de 25 mil pessoas se inscreveram para participar das 1.050 ações realizadas.
A partir de janeiro de 2023, as atividades de extensão precisam compor, no mínimo, 10% do total da carga horária curricular dos cursos de graduação em todo o país.
A determinação vale para as instituições públicas e privadas e tem o objetivo de cumprir a Constituição Federal, que define o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Para debater essa temática, o Decanato de Extensão (DEX) criou o Fórum Permanente da Inserção Curricular de Extensão da UnB, que promoveu eventos para escutar a comunidade acadêmica e tirar dúvidas sobre o processo de adequação, que já está em curso na UnB.
O Centro de Estudos da Chapada dos Veadeiros (UnB Cerrado) foi inaugurado, após dez anos de atividade. O campus avançado fica no município de Alto Paraíso de Goiás, distante 230 km de Brasília. Também foi inaugurado, na mesma ocasião, o Polo de Extensão Chapada dos Veadeiros.
De acordo com a reitora, além de todas as contribuições acadêmicas que a Universidade levará à Chapada dos Veadeiros, o potencial turístico de Alto Paraíso e demais cidades vizinhas pode ser acrescido da expertise de diversas áreas da UnB, reforçando o diálogo constante com a comunidade.