Como posso colaborar com a segurança da Universidade? A quem devo recorrer em uma situação de risco? Quais atitudes preventivas posso tomar na minha rotina diária? Responder a essas perguntas e esclarecer a comunidade é o objetivo da campanha Segurança se faz em comunidade, lançada no início do segundo semestre letivo de 2018 pela administração superior da Universidade de Brasília.
A iniciativa é do comitê estratégico criado no fim do ano passado. “Trata-se de um espaço permanente de diálogo para o planejamento da segurança na Universidade”, define o vice-reitor Enrique Huelva, membro do Comitê Consultivo Permanente para a Gestão de Segurança na UnB. De acordo com ele, tal empenho é inédito na instituição. Como parte da campanha, diversas ações estão sendo estruturadas para a prevenção de atos de violência nos campi.
"A segurança perpassa toda a Universidade e envolve também a comunidade. Ela só é possível se for de todos e para todos", introduz Huelva. O vice-reitor destaca que a sensação de segurança é diferente para cada pessoa que circula pelos campi, e isso tem sido levado em consideração. “Quem anda de ônibus pode ter uma impressão diferente de quem usa carro próprio ou aqueles que estudam à noite têm uma percepção muito diversa daqueles que frequentam o campus durante o dia”, exemplifica.
O elemento da diversidade, junto à própria dimensão da UnB, que possui quatro campi com mais de 55 mil pessoas em três períodos de funcionamento, dão a complexidade do tema. "Por isso, há um esforço de integração inteligente dos diferentes elementos que compõem a segurança, levantando informações que vão subsidiar nossas estratégias", garante Enrique Huelva.
Uma das fontes utilizadas pelo grupo foi a pesquisa sobre a sensação de insegurança da comunidade na Universidade, realizada com apoio da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF). "Pudemos reconhecer as áreas que pedem mais atenção e as fragilidades que precisam ser superadas", aponta a professora Mônica Nogueira, assessora de Assuntos Estratégicos do Gabinete da Reitoria (GRE).
Fazem parte do comitê representantes da Prefeitura da UnB (PRC), da Diretoria de Segurança (Diseg/PRC), do Gabinete da Reitoria (GRE), dos decanatos de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO), de Administração (DAF), de Assuntos Comunitários (DAC), da Secretaria de Infraestrutura, da Faculdade do Gama (FGA), do Instituto de Ciências Sociais (ICS) e do Governo de Brasília (GDF).
Como a área da segurança é dinâmica, o grupo permanente reúne-se com regularidade, avaliando as medidas já implantadas, revendo as metas e apontando novas medidas. “A palavra-chave é sistematização. A partir disso, a proposta é criar futuramente a Política de Segurança da UnB”, enfatiza o vice-reitor.
PERSPECTIVA INTEGRADA – O plano de ações elaborado pelo Comitê de Segurança contempla diferentes frentes de atuação e abordagem, desde a melhoria na infraestrutura à capacitação continuada e atividades educativas.
Exemplo da coordenação de esforços é a otimização das rondas motorizadas. No campus Darcy Ribeiro, a dinâmica foi reformulada de modo a atender os cerca de 400 hectares da UnB na Asa Norte. "Dividimos o campus em quatro setores – norte, sul, leste e histórico – e disponibilizamos um carro por setor, possibilitando uma melhor cobertura", explica o diretor de Segurança, Josué Guedes.
Outra ação é a radiocomunicação, que facilita o acesso rápido em situações de risco. Quando o vigilante identifica uma possível ameaça à segurança, ele avisa à central e, em cerca de um minuto e meio, uma viatura vai ao local dar apoio. Os corredores de segurança também foram criados para dar proteção aos pedestres e ciclistas em horários de pico e períodos de deslocamento.
Estudante, assista o vídeo abaixo e conheça a proposta dos corredores de segurança:
Na última semana, quem circula pelo Darcy Ribeiro já deve ter notado outra novidade: as cadeiras de observação. Instaladas nos principais estacionamentos do campus, elas possibilitam aos vigias um amplo campo de visão destas áreas. Como as cadeiras são elevadas e têm a identificação do serviço de segurança da UnB, espera-se que a medida contribua para inibir infrações.
Por demanda de coletivos feministas da Universidade, o comitê implantou o sistema de duplas mistas no patrulhamento das áreas da UnB. “O objetivo é atender questões específicas de gênero, garantindo uma atuação mais humana”, aponta Huelva.
A medida foi influenciada pela pesquisa Percepção da violência contra as mulheres no campus Darcy Ribeiro, realizada no âmbito do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem/Ceam) e orientada pela professora Lourdes Maria Bandeira, do Departamento de Sociologia (SOL).
Além disso, para orientar o agente de segurança em situações diversas, estão sendo elaborados protocolos de segurança, com base na primeira etapa de capacitação desses profissionais.
EFETIVO – Atualmente, a força de segurança da UnB é constituída por duas equipes: vigilância e portaria. Ao todo, entre servidores e terceirizados, são 540 profissionais atuando 24 horas por dia nos quatro campi – FCE, FGA, FUP e Darcy Ribeiro.
A principal diferença entre o vigilante e o porteiro é que este tem a função patrimonial, controlando o acesso de pessoas, bens e correspondência nos edifícios e instalações institucionais. O vigilante, por sua vez, pode atuar também na segurança de bens e pessoas, em áreas internas e externas.
“A contratação de terceirizados foi necessária em função da extinção desses cargos no quadro de servidores das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes)”, explica o diretor da Diseg, Josué Guedes, destacando que a demanda da Universidade só tem aumentado nos últimos anos.
Apesar do crescimento da necessidade de atuação, o desempenho das forças disponíveis tem melhorado. Dados da Diseg demonstram que, na comparação entre o 1°/2017 e o 1º/2018, houve redução entres as ocorrências mais comuns registradas nos campi, relacionadas a pessoas (uso de drogas, ameaça, agressão) e veículos (colisões, furtos). Mesmo assim, é importante enfatizar que os estacionamentos da UnB são públicos e não possuem serviço de guarda de veículos.
Os números indicam ainda que as ocorrências globais registradas a cada semana caíram de 594 para 534 entre os dois períodos. Embora o número de notificações tenha aumentado nos últimos seis meses.
ORIENTAÇÕES – Toda ocorrência ou situação de potencial perigo deve ser informada à central de segurança da UnB, por telefone, nos números a seguir, a depender do campus em questão. Campus Darcy Ribeiro 3107 6222; Faculdade UnB Ceilândia (FCE) 3107 5859/6222; Faculdade UnB Gama (FGA) 3107 8905; Faculdade UnB Planaltina 3107 8076/8006. Os telefones recebem chamadas 24 horas por dia.
Envolvida desde o início da atual gestão na busca por soluções para melhorar a sensação de segurança na UnB, a equipe da Diseg é responsável por atender os chamados e orientar a vítima sobre como proceder. “Cada caso implica acionar um órgão específico”, explica Josué Guedes.
“Também é imprescindível fazer o registro na UnB, pois muitas vezes ele é feito somente em instituições externas e não somos informados”, reforça o diretor da Diseg. A notificação é importante para monitorar as infrações na UnB e propor medidas preventivas.
Ao longo deste semestre, a Secretaria de Comunicação da UnB divulgará outras matérias informativas sobre as iniciativas de segurança que estão sendo promovidas ou intensificadas a partir da campanha Segurança se faz em comunidade. Permaneça atento aos veículos de comunicação institucional. Até lá, saiba o que você, estudante ou trabalhador da UnB, pode fazer para ajudar a sua instituição a ser mais segura: