ECONOMIA

Pesquisa inédita mapeia o impacto econômico da instituição. Sem a Universidade, taxa de desemprego local subiria dos atuais 13,2% para 16,9%

 

Pesquisa inédita aponta que UnB é responsável pela geração de 44.998 empregos no Distrito Federal. Arte: Igor Outerial/Secom UnB

 

A Universidade de Brasília é responsável pela geração de 44.998 empregos no Distrito Federal, o que equivale a 3,7% das vagas de trabalho na região. Se a Universidade não existisse, a taxa de desemprego subiria de 13,2% (conforme números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, de 2019) para 16,9%. Os dados são resultado de pesquisa inédita acerca do impacto econômico da instituição no DF e no Brasil. Ao se considerar o país todo, a UnB responde por 52.690 vagas de emprego.

 

A presença da Universidade garantiu a movimentação de R$ 4,2 bilhões na produção de bens e serviços do DF, em 2019, sendo os setores de imóveis e alimentação alguns dos mais impactados. De toda a renda gerada na região no ano passado, R$ 2,4 bilhões vêm da UnB, o que equivale a 1% do PIB local. O número também é significativo quando comparamos com o orçamento recebido pela instituição no ano passado, cerca de R$ 1,7 bilhão. Ou seja, a UnB retorna à economia R$ 700 milhões a mais do que nela é investido.

 

"Nosso foco foi identificar o quanto a Universidade contribui para o PIB, a geração de empregos formais e informais e a arrecadação de impostos. O estudo não permite medir os impactos da qualificação de mão de obra dos egressos da UnB", explica a professora Milene Takasago, da Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas (Face/UnB).

 

A pesquisa foi realizada a pedido do Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO) por pesquisadores da Face e da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). "Temos contado cada vez mais com a expertise de nossa comunidade, tanto para a solução de problemas da sociedade quanto para questões internas. Este é mais um exemplo desse tipo de articulação. Os dados são mais uma forma de mostrarmos a nossa importância, neste caso, para a economia do DF", comenta a reitora Márcia Abrahão. "Os resultados mostram como o impacto da Universidade é gigantesco e abarca áreas não ligadas às nossas atividades-fim", reforça.

 

Além da professora Milene, participaram do levantamento a doutoranda em Economia Aplicada Maria Carolina Correia Marques e o professor Moisés Vassallo, da Unifei. "Este tipo de estudo não costuma ser comum no Brasil, ainda mais com esse detalhamento. Com dados fornecidos pelo Nereus [Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo], conseguimos fazer a análise da matriz regionalizada, englobando 149 setores da economia", detalha o professor Moisés.

 

METODOLOGIA – A pesquisa foi realizada por meio da aplicação de duas técnicas, em conjunto. Primeiro, foi feita pesquisa direta com estudantes e servidores (técnicos e docentes), para apurar o gasto médio e a estrutura de consumo. Foram preenchidos questionários por 1.203 estudantes, sendo 315 deles oriundos de fora do DF. O gasto médio mensal deste grupo é de R$ 2.298,84. Os setores mais movimentados por eles são: imobiliário, varejo de supermercado e alimentação fora do domicílio. 

 

Os dados apurados nesta fase foram expandidos para a totalidade dos estudantes, considerando o padrão de consumo deste grupo e do outro, os que são originalmente da cidade. Atualmente, cerca de 36% dos discentes de graduação e pós vêm de fora do DF. "A movimentação dos estudantes é relevante para os resultados, porque eles são numerosos. Além disso, todos têm um gasto razoavelmente alto, que está ligado ao custo de vida em Brasília", observa Moisés.

 

A pesquisa direta foi realizada com 395 servidores. O mapeamento da estrutura de consumo mostrou que os maiores gastos são com poupança (11%), atividades imobiliárias (10%), supermercado (10%) e saúde privada (9%). Foram utilizados dados do Portal da Transparência referentes aos salários e feito um cruzamento com as informações sobre a estrutura de consumo.

 

>> Confira aqui o resumo executivo da pesquisa

 

VISÃO REGIONALIZADA – Na outra etapa do estudo, os pesquisadores fizeram a aplicação da chamada matriz de insumo e produto, que permite mapear as relações setoriais na economia. Basicamente, com essa técnica, é possível identificar como a compra de um bolo de morango em uma das lanchonetes da UnB ou mesmo fora da Universidade movimenta a economia do DF e do país.

 

Para essa fase, o grupo de pesquisadores contou com o apoio do professor Joaquim José Guilhoto, no Nereus. "O IBGE costuma divulgar as matrizes setoriais, mas não de forma regionalizada. Isso exige um esforço computacional muito grande, mas conseguimos obter com os colegas da USP", conta o professor Moisés.

 

Com o acesso à matriz, foi possível apurar os impactos diretos (a compra do bolo gera receita para a confeiteira); indiretos (a mesma compra movimenta a agricultura, a produção de máquinas e equipamentos etc.); e induzidos (com a renda gerada pela venda do bolo, a confeiteira comprou uma televisão, ou seja, movimentou o setor de produção de eletrodomésticos).

 

"O que agregamos à economia, principalmente local, é muito importante. São dados que precisam ser apropriados pela comunidade da UnB e passados para gestores públicos", defende a professora Milene. "A presença da UnB na região traz diversos benefícios, que vão além da educação qualificada por nós oferecida."

 

 

Se precisar de mais tempo para ler as informações, posicione o cursor sobre a imagem. A transição será pausada. Arte: Igor Outeiral/Secom UnB

 

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