A administração superior da UnB visitou, na sexta-feira (19), a Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV), para ouvir as principais demandas da unidade. Professores e técnicos relataram melhorias no diálogo com a Reitoria e na limpeza do campus, mas reclamaram da burocracia, da falta de espaço e da insegurança.
“Nossa principal demanda é a construção de uma nova sede e de um prédio de laboratórios; as instalações do ICC são muito precárias”, resumiu a diretora da FAV, Simone Perecmanis. “Também nos falta docentes e técnicos de laboratório”, acrescentou. A construção de um prédio para a faculdade está na lista de prioridades do plano de obras da UnB, aprovado pelo Conselho de Administração (CAD) em abril.
A professora Márcia de Aguiar Ferreira criticou o andamento dos processos de progressão funcional, que, segundo ela, são massacrantes. “É um trabalho chato e cansativo, porque a instituição não acredita no que está declarado no meu currículo Lattes e parece partir do princípio de que eu estou mentindo”, desabafou. “Temos que elaborar um memorial comprobatório a cada dois anos, é muito desestimulante.”
A burocracia também foi criticada pela servidora técnica Ludmilla Leite Guedes, que trabalha na secretaria da pós-graduação em Saúde Animal. “Percebemos que nossa autonomia foi muito diminuída. Coisas que poderiam ser resolvidas conosco agora precisam ir para a Secretaria de Administração Acadêmica (SAA)”, contou.
A decana de Pós-Graduação, Helena Shimizu, explicou que esse movimento de centralização está ocorrendo para melhorar os processos. “Percebemos que os alunos de pós estavam completamente fora do sistema, então, estamos fazendo um esforço para regularizar isso”, esclareceu.
MANUTENÇÃO – Muitos docentes reclamaram da demora para o atendimento de demandas de manutenção. “Havia chuva caindo dentro de dois laboratórios, mandei memorandos para a Prefeitura e não obtive resposta”, contou o professor Ernandes de Alencar. No Hospital Veterinário (Hvet), o problema é a ausência de caixa d’água. Nos dias de racionamento e estabilização, além de haver comprometimento do atendimento ao público, os estudantes ficam sem aula.
O prefeito do campus, Valdeci Reis, explicou que as bases para a colocação das caixas já estão finalizadas e a licitação, perto do fim. Ele pediu paciência da comunidade. “Temos uma demanda represada muito grande e, infelizmente, não conseguimos chegar a todas as unidades ao mesmo tempo.”
CAs – Outra preocupação externada por professores e técnicos diz respeito à ocorrência de festas nos centros acadêmicos do ICC. “Queremos a retirada dos CAs que circundam a faculdade. As salas de professores ficam atrás desses espaços, nosso trabalho fica muito comprometido pelo barulho e pelos excessos que acontecem nas festas”, disse a diretora da FAV.
A reitora Márcia Abrahão lembrou que já havia acolhido a reclamação desde o início da gestão e que há uma comissão (formada por estudantes e por diretores de áreas abrigadas no ICC) trabalhando para encontrar uma solução à questão.
Márcia também destacou as ações que vêm sendo tomadas para melhorar a sensação de segurança da comunidade, embora reconheça que muito ainda precisa ser feito. “Temos um contrato de segurança que é um dos mais caros da Universidade e que não tem atendido às nossas necessidades”, disse. Uma comissão está revendo todos os contratos da instituição, estudando possibilidades de ajustes e de mudanças nos termos das prestações de serviços.
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