SEMUNI 2023

Evento para estudantes das licenciaturas mobilizou intercâmbio de experiências no aprendizado profissional. Mudanças no PAS estiveram em pauta

Diretora de Planejamento e Acompanhamento Pedagógico das Licenciaturas, Eloísa Pilati celebrou avanços recentes nas matrizes do PAS em mesa junto aos professores Rosane Borges (IdA), Sayd Macedo (SEEDF) e Paulo Lima Júnior (IF). Imagem: Reprodução


O Anfiteatro 10 do Instituto Central de Ciências (ICC) tornou-se pequeno para a quantidade de estudantes de licenciatura que o ocupavam na tarde desta quinta-feira (28). Em sua maioria vinculados a programas da UnB para incentivo à formação docente, eles se encontraram para trocar experiências e aprender mais sobre práticas na educação durante o I Seminário Internacional de Formação de Professores UnB+Escola.

O evento, inédito na Semana Universitária (Semuni), integra as atividades do programa especial de extensão UnB+Escola, resultado de parceria entre a Diretoria de Planejamento e Acompanhamento Pedagógico das Licenciaturas do Decanato de Ensino de Graduação (Dapli/DEG) e o Decanato de Extensão (DEX).

“Nesse evento, a gente coloca os estudantes em diálogo junto com os professores e fortalece o processo de valorização dos docentes, de entender a importância da docência como profissão e a relação teoria-prática dentro da escola. Isso ressignifica a formação de professores, motiva os estudantes, motiva os docentes, aumenta a excelência na educação”, ressaltou a diretora da Dapli, Eloísa Pilati.

PAS EM FOCO – Na abertura, professores integrantes da Comissão de Acompanhamento do Programa de Avaliação Seriada (PAS), constituída por equipes da UnB e de escolas do Distrito Federal, compartilharam as atualizações implementadas na seleção em 2023. O intuito da apresentação foi incentivar os futuros docentes a trabalhar os conteúdos do exame no ensino médio.

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As novidades buscaram atender a demandas de educadores das redes públicas e privadas do DF, que já sinalizavam a necessidade de melhorias. “Uma atualização do PAS é que a gente não tem mais dez objetos do conhecimento, e sim quatro áreas, que são as matrizes linguagens, matemática, ciências e humanidades. As provas continuam interdisciplinares, mas agora cada estudante vai saber exatamente o que vai acontecer naquele ano [do Subprograma]”, apontou Eloísa Pilati.

A docente reforçou que os conteúdos e competências avaliados na prova estão mais bem especificados para cada etapa, tanto para os professores das escolas quanto para os estudantes. Essas mudanças também vão ao encontro da proposta de motivar ainda mais os alunos de ensino médio a ingressar na UnB pelo PAS.

“As pesquisas da UnB mostram que os estudantes que ingressam pelo PAS têm ótimo rendimento e baixíssima taxa de evasão. São estudantes que, como se prepararam por três anos para entrar na Universidade, já chegam muito mais maduros, preparados e conscientes”, afirmou a diretora.

ALTERAÇÕES NAS MATRIZES – O componente de Artes ganhou maior destaque, incluindo discussões sobre o impacto na sociedade e a circulação e difusão de produtos artísticos. Já a Matemática passou a ser um componente separado, mais dialógico com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e com as demais matrizes do PAS, a partir da inclusão de obras de referência interdisciplinares para esta área.

Em relação à prova de Ciências Naturais, o professor do Instituto de Física (IF) e um dos representantes da área na Comissão de Acompanhamento do PAS, Paulo Lima Júnior, também mencionou avanços, já que os conteúdos passaram a estar mais atrelados a questões sociocientíficas e históricas da contemporaneidade.

“A matriz foi desenvolvida para que ela gere reflexão sobre como a gente organiza nosso currículo, como a gente prepara e realiza nossas práticas de ensino na escola: nós professores que formamos professores aqui na Universidade, nós professores da Secretaria de Educação e da rede privada, e nós estudantes das universidades e das escolas”, comentou.

Professor da SEEDF, Fernando Sousa discutiu junto aos estudantes das licenciaturas da UnB a aplicação das teorias de aprendizagem com foco na promoção da diversidade. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


Também participaram da discussão os professores do Instituto de Artes (IdA) da UnB Rosane Borges e da Regional de Brazlândia da Secretaria de Estado da Educação (SEEDF) Sayd Macedo.

Outros dois assuntos foram discutidos no evento na quinta (28) e sexta-feira (29): as teorias de aprendizagem e psicológicas, com o professor Fernando Sousa, da SEEDF, e as tensões e possibilidades à formação docente, com Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

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APRENDIZADO NA PRÁTICA – A proposta do UnB+Escola é fomentar a formação continuada de docentes e aproximar a UnB da educação básica no DF, além de contribuir para o incentivo à inovação entre estudantes das licenciaturas.

Em 2023, o programa selecionou, por meio do edital Licenciaturas em Ação, 30 projetos para serem apoiados no desenvolvimento de atividades que incentivem a inserção de licenciandos no cotidiano escolar, fortaleçam a pesquisa e a extensão na educação básica, elaborem materiais inovadores para estes espaços e atuem a partir do PAS.

Ainda na quinta (28), estudantes e docentes contemplados apresentaram suas iniciativas no seminário, para trocar experiências. Atualmente, a UnB também possui mais de 600 bolsistas ligados ao Programa de Iniciação à Docência (Pibid) e à Residência Pedagógica. São duas modalidades diferentes de programas federais com foco no aprendizado de habilidades da docência. Ambos integram a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica.

Bolsistas contemplados no edital Licenciaturas em Ação compartilharam propósitos e êxitos alcançados por seus projetos junto às escolas do DF. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


A ideia do Pibid é que estudantes de licenciatura possam dar o pontapé na prática docente já nos anos iniciais do curso a partir de atividades nas escolas públicas, além de se aproximar da realidade dessas instituições. Já a proposta da Residência Pedagógica, criada em 2018, é oferecer a oportunidade de aprofundar e aperfeiçoar o aprendizado aplicado dos futuros professores na segunda metade do curso.

“É fundamental que as licenciaturas tenham apoio, primeiro por causa do público: 75% dos estudantes das licenciaturas vêm das escolas públicas. A gente tem um índice de alunos que precisam da bolsa para permanecer na universidade. De um lado, esses projetos ajudam nisso. De outro lado, eles fazem uma coisa super importante na formação de professores, que é apoiar o estudante [de licenciatura] a fazer a formação dele dentro do espaço escolar”, frisou Eloísa Pilati.

Na UnB, os discentes atuam em mais de 40 projetos, em diversas áreas do conhecimento, que levam educação a cerca de 40 escolas públicas do DF. Na tarde desta sexta-feira (29), as iniciativas ganharam destaque junto ao público, dentro da programação do Seminário, durante o Ocupa ICC, momento com exposição de pôsteres e vídeos dos projetos, no Anfiteatro 10.

 

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