A UnB figura entre as principais universidades empreendedoras do país e é a primeira do Centro-Oeste, segundo o ranking da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior). Neste ano, a instituição ocupa a oitava posição, são dez casas avançadas em relação a 2016.
A lista é elaborada a partir de pesquisa sobre a percepção dos estudantes em relação ao tema em suas respectivas instituições. Cinquenta e cinco universidades foram avaliadas em seis indicadores: inovação, extensão, cultura empreendedora, internacionalização, infraestrutura e capital financeiro.
A Universidade de Brasília foi destaque no último quesito, no qual obteve o oitavo lugar, bem como em extensão e em internacionalização, com a 10ª e 11ª colocação, respectivamente. Nesses índices, a instituição esteve à frente das demais ranqueadas do Centro-Oeste. “Fizemos um trabalho intenso com os alunos neste ano, no sentido de fomentar a cultura da inovação”, justifica o diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da UnB, Sanderson Barbalho.
Um exemplo concreto do envolvimento dos discentes é a empresa júnior AD&M Consultoria Empresarial. Ela foi reconhecida em 2017 como empresa júnior (EJ) de alto crescimento a nível nacional, além de já ter sido considerada, em 2016, como EJ de alto impacto e a que mais faturou no Brasil.
A estudante Bruna Resende, presidente institucional da AD&M, considera o apoio dos docentes e da instituição como um todo, bem como o aumento no número de organizações na UnB como fatores que impactaram o desempenho. O crescimento foi significativo: em 2016 eram 29 empresas juniores institucionalizadas, já em 2017, elas somam 36.
“Isso significa um aumento de universitários fazendo parte do Movimento de Empresas Juniores e o empreendedorismo crescendo na Universidade”, observa. Segundo a estudante, o sucesso da entidade também se reflete na qualidade da UnB. “Quanto maior nosso faturamento, mais recursos temos para investir em educação empreendedora na Universidade”, resume.
AÇÕES – Barbalho considera a ampliação dos investimentos em empreendedorismo como um dos principais motivos para o bom desempenho da UnB no ranking. Soma-se a essa percepção o trabalho de aproximação com as unidades acadêmicas realizado pelo CDT, além do próprio direcionamento da administração superior para o fortalecimento da área.
“Temos na base os alunos com uma crescente demanda, no topo a Reitoria com uma visão de fomentar o empreendedorismo e a inovação e um braço operacional que está a fim de fazer isso acontecer”, analisa. Apesar dos avanços, o diretor sinaliza a necessidade de maiores investimentos para melhoria nos índices. A ampliação das parcerias internacionais e a criação de uma política de inovação estão entre as propostas para 2018.
A criação do Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), no fim de 2016, agregou ainda mais esforços para que a UnB figurasse como protagonista em empreendedorismo. À frente da pasta, a decana Maria Emília Walter menciona como estratégias adotadas os estímulos para consolidar a inovação nas diversas áreas do conhecimento e para envolver a comunidade acadêmica.
Iniciativas como o Inovatech, evento realizado nos quatro campi da UnB, as Jornadas UnB de Inovação, além da formação de redes de colaboração em pesquisa, corroboram a afirmação. “Essas ações integradas criam um espaço para se falar de inovação dentro da Universidade. Naturalmente isso tende a ser refletido nos rankings”, acrescenta a decana.
INCENTIVO – Abrir mais espaço para que os alunos possam desenvolver suas habilidades no mundo dos negócios em sala de aula foi outro avanço. Neste ano, o CDT ampliou a oferta para a disciplina de Introdução à Atividade Empresarial, que passou de 170 vagas, no ano anterior, para 600, em 2017. E a expectativa é que em 2018 a atividade atenda cerca de 1.200 alunos de toda a Universidade.
O diretor do Centro enxerga nisto uma oportunidade de aproximar os estudantes da área empreendedora, tendo em vista o ambiente profícuo de Brasília. “Na capital existe um ecossistema de inovação muito forte. Todas as organizações que mexem com a área no país estão aqui e temos uma geração que busca muito fazer inovação e empreendedorismo”, considera.