INCLUSÃO

Ministério da Educação quer disponibilizar o Projeto Participar, voltado à inclusão de portadores de deficiência intelectual, para 93 mil escolas públicas

 

A partir de março de 2014, os professores da rede pública terão um novo aliado na educação de jovens e adultos com dificuldades de aprendizagem decorrente de deficiências como o autismo e Síndrome de Down. O Ministério da Educação (MEC) quer levar o projeto pioneiro Participar, software criado por estudantes do curso de Licenciatura em Computação da Universidade de Brasília (UnB), para 93 mil escolas públicas.

 

A plataforma educacional, que pode ser baixada gratuitamente aqui, foi desenvolvida para auxiliar na alfabetização, inclusão digital e exercício da cidadania de portadores de necessidades especiais. Traz aos usuários atividades com recursos visuais e sonoros e já vem sendo utilizada em 650 escolas públicas do Distrito Federal, além de unidades da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em todo o Brasil.

O Ministro Aloizio Mercadante, o professor Wilson Veneziano e o reitor da UnB Ivan Camargo participaram de reunião no Ministério da Educação. Foto: Acervo pessoal

 

Além do software Participar, que já se encontra em sua segunda versão, o Ministério da Educação quer disponibilizar ainda outros dois programas criados na UnB: a plataforma Somar, para ensino de matemática aplicada ao cotidiano de portadores de deficiência intelectual, e Aproximar, para apoio educacional ao ensino de gestos sociais a autistas clássicos. “Essas três ferramentas educacionais foram testadas, em caso real de uso, em escolas públicas e estarão disponíveis para uso gratuitamente no portal do MEC”, conta o professor Wilson Veneziano, responsável pelos projetos e orientação dos estudantes envolvidos na criação dos programas.

 

De acordo com ele, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, determinou ainda que o MEC, junto com a Universidade de Brasília, produza vídeoaulas para a capacitação de professores da rede pública. “[O vídeo] mostrará um passo a passo de como utilizar os softwares na prática pedagógica”, explica Wilson.

 

A iniciativa vem ao encontro do movimento pela educação inclusiva, impulsionada pela Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU), adotada pelo Brasil em 2007. Dados do último Censo Escolar realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que de 2005 a 2011 houve um crescimento no número de matrículas de jovens com alguma necessidade especial em escolas regulares.

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