INOVAÇÃO

Estudantes de Engenharia Elétrica realizam mestrados bem-sucedidos e são contemplados com doutorado na Agência Espacial Alemã e em universidades do Japão e da Alemanha

Foto: Isa Lima/UnB Agência

 

A Universidade de Brasília, por meio do trabalho de seus pesquisadores, conquistou méritos importantes na área aeroespacial neste ano. Alunos de Engenharia Elétrica, Marco Marinho, Ricardo Kehrle e Stanley Ramalho são nomes promissores da área. Os três concluíram o mestrado e já estão a caminho do doutorado fora do país.

 

Marco, Ricardo e Stanley fazem parte do grupo do Laboratório de Processamento de Sinais em Arranjos de Sensores (LASP) da UnB. Os três são orientados pelo professor João Paulo Lustosa, do departamento de Engenharia Elétrica.

 

No ano passado, Marco Marinho teve a oportunidade de trabalhar na Agência Aeroespacial Alemã (DLR). O estudante, que à época fazia mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da UnB, foi convidado a realizar sua pesquisa em Munique.

 

Após nove meses no país, Marco voltou ao Brasil e já tem data para retornar à Alemanha para realizar doutorado. “Sinais de posicionamento GPS” é o tema da pesquisa, que está sendo apoiada pela UnB e pela Agência Aeroespacial Alemã. A intenção é desenvolver uma solução de GPS mais segura. Em janeiro de 2015, o aluno embarcará para o país europeu.

 

“É um reconhecimento importante para a universidade, pois mostra que a instituição forma engenheiros tão bons quanto os que são formados fora”, avalia Marco Marinho.

 

A cooperação com a DLR foi iniciada em 2012, quando o professor João Paulo foi docente visitante na Universidade Técnica de Munique. Essa parceria gerou outros frutos, como a atuação do pesquisador alemão Felix Antreich como professor visitante especial na UnB. Antreich, que chefiou o trabalho de Mario Marinho em Munique, recebeu bolsa do programa Ciências Sem Fronteiras para lecionar no Brasil.

 

INOVAÇÃO - Ainda na área aeroespacial, recentemente a UnB fechou um acordo de cooperação com a Universidade de Wakayama do Japão na área de construção de microsatélites e nanosatélites. O representante dessa cooperação é Ricardo Kehrle, que foi aceito pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e pelo CNPq para desenvolver microsatélites no Japão pelo período de um ano.

 

Ricardo é coorientado pelos pesquisadores da agência alemã e, dessa forma, seu doutorado é parte de um projeto ainda maior, envolvendo Brasil, Alemanha e Japão.

 

O aluno explica que os microsatélites podem ser aplicados na detecção de queimadas pelo globo terrestre. “Por serem pequenos, eles geralmente têm a missão mais específica e um desenvolvimento mais rápido, então são ideais para estudo e para uso das universidades” afirma.

 

Ricardo, como representante da UnB, irá trabalhar em Tóquio em conjunto com a Agência Espacial Japonesa, a Universidade de Tóquio e a Universidade de Wakayama, bem como vários outros parceiros internacionais.

 

Já o estudante Stanley Ramalho conclui mestrado em Engenharia Elétrica neste ano e, em fevereiro de 2015, embarca para o doutorado na Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha. Lá ele será bolsista da Agência Espacial Brasileira.

 

A bolsa é fruto de uma parceria entre o CNPq e a AEB, que se uniram para o desenvolvimento de atividades espaciais. Stanley explica que a linha de pesquisa é a construção de um Middleware SOA, programa de computação que faz mediação entre outro software, para comunicação entre satélite e uma base terrestre.

 

O aluno conta que a sua expectativa para o doutorado é de grande crescimento pessoal e profissional. “Poderei partilhar conhecimentos com excelentes pesquisadores alemães em tecnologias espaciais, e voltar para o Brasil para aplicar o conhecimento adquirido no exterior”, afirma. “Será uma forma de retribuir à universidade e ao país o investimento na minha formação”, completa Stanley.

 

O professor João Paulo Lustosa destaca que os projetos tiveram aspectos bastante positivos. “O primeiro deles na parte tecnológica; vemos que qualquer desenvolvimento que se faz no Brasil é altamente importante, ainda mais sendo na área aeroespacial, que é uma área bastante sensível”.

 

Além disso, o docente conta que há esforço para formar alunos no nível próximo ao dos alemães. “Tentamos manter o nível alto para que seja igual ou até melhor que dos lugares de ponta no mundo todo”. Para João Paulo, a cooperação é importante para a visibilidade da UnB e abre portas para a contratação de alunos da instituição.

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