ESPORTE

Jovens que treinam no Centro de Excelência em Saltos Ornamentais da UnB ajudam seleção brasileira a bater recorde de medalhas em sul-americano juvenil

Jovens atletas nas instalações do Centro Olímpico. Foto: Luís Gustavo Prado/Secom UnB

 

O sul-americano juvenil de saltos ornamentais disputado em abril rendeu recorde de medalhas à delegação brasileira que competiu em Cali, na Colômbia. No total, foram 24 medalhas – o dobro do conquistado na edição anterior, em 2015. Dos nove atletas que competiram, garantindo o segundo lugar geral na competição ao Brasil, seis treinam diariamente no Centro Olímpico (CO) da Universidade de Brasília. Anna Lúcia dos Santos, Kawan Pereira, Luís Felipe Moura, Paula Rayssa, Rafael Max e Rebeca Nascimento são os jovens promissores.

No torneio de 2015, realizado em Lima, no Peru, apenas dois atletas que treinavam na UnB integraram a delegação. Na ocasião, o Centro de Excelência em Saltos Ornamentais havia sido inaugurado há apenas um ano. Em 2017, a mostra de que o investimento no esporte rende bons frutos veio não apenas com os ouros, pratas e bronzes no peito dos meninos e das meninas, mas também pelos resultados gerados no âmbito social.

Luís Felipe trouxe quatro medalhas de bronze do campeonato sul-americano juvenil disputado em Cali. Foto: Luís Gustavo Prado/Secom UnB

 

Luís Felipe Moura, um dos medalhistas do último sul-americano, com quatro bronzes, surgiu no projeto Saltando para o Futuro, iniciativa da UnB com outras entidades, como Ministério do Esporte, CBDA e Correios. Com vistas ao desenvolvimento do esporte, mas sobretudo dos pequenos esportistas, o projeto, que existe desde o início das atividades do Centro de Excelência, tem como objetivo formar atletas aptos a competir em nível nacional, internacional e olímpico. Para participar, o jovem tem que estar matriculado na rede pública de ensino, com a frequência em dia, notas regulares e ter entre 5 e 12 anos de idade.

DESTAQUES – Aos 14 anos, Luís Felipe treina na UnB desde os 11. Ele já disputou dois sul-americanos, um pan-americano e um mundial pela seleção brasileira de saltos ornamentais. Morador do Gama, o jovem encara com disciplina e determinação o ritmo intenso dos treinos, sempre conciliados aos estudos. "Acordo às 5h da manhã e tenho de estar no treino às 7h30. Depois vou para escola e dali direto para casa. Faço as tarefas da escola e vou dormir, para no outro dia fazer tudo de novo”, descreve. O garoto pretende disputar uma olimpíada e obter diploma em Educação Física.

Outro atleta que tem se destacado é Kawan Pereira. O sul-americano de Cali foi sua primeira competição internacional e, logo de início, ele conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata. Kawan mora na mesma cidade e tem a mesma idade do companheiro de seleção Luís Felipe. O jovem campeão destaca a importância da estrutura disponível no Centro de Excelência em Saltos Ornamentais. "Aqui tudo é ótimo, os professores, os aparelhos. Lá no Gama, nós não tínhamos nada, aqui todas as nossas necessidades são supridas", declara. Apesar de treinar no CO da UnB, ele representa o complexo do Gama nas competições que disputa.

Em sua primeira competição internacional, Kawan Pereira conquistou dois ouros e uma prata. Foto: Luís Gustavo Prado/Secom UnB


EVOLUÇÃO
 – Gabriel Serra é um dos treinadores que atuam no projeto. Para ele, a influência da infraestrutura no desenvolvimento dos competidores é notável. "Antes, os atletas que se destacavam levavam entre seis e sete anos para começarem a saltar com um grau de dificuldade próprio das competições. Com as instalações do Centro de Excelência, essa estimativa caiu. Hoje, com quatro anos de treinamento eles já mostram esses resultados", afirma.

Para o técnico, o projeto envolve muito mais que o esporte em si. "Aqui os atletas têm acompanhamento psicológico, fisioterapeutas e nutricionistas. Também temos a área pedagógica, que atua na relação entre o aluno e a escola", menciona. Serra cita um caso recente para exemplificar o trabalho. "No final do ano passado tínhamos um garoto que estava classificado para o mundial júnior na Rússia, mas pelo baixo rendimento escolar e o perigo de reprovação ele não viajou. Ficou em Brasília recuperando suas notas.”

Para manter os resultados já alcançados e mirar alvos mais ambiciosos, o treinador ressalta a necessidade de manutenção dos investimentos no projeto. Segundo ele, a contratação de profissionais competentes para lidar com os novos talentos é uma das prioridades. "Os resultados demonstram como o trabalho vem acontecendo. Em apenas três anos, o Centro de Excelência trouxe muitas repercussões positivas. Esperamos continuar recebendo todo o apoio por parte das entidades competentes."

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