O aposentado Antônio Magalhães sofre de insuficiência renal desde criança. Há três anos, começou a fazer três sessões de hemodiálise por semana, cada uma com duração de três horas e meia. Segundo ele, um processo bastante sofrido. “É muito ruim ficar preso a uma máquina e ainda ter que lidar com o mal-estar causado pelo tratamento”, conta.
No dia 5 de abril, Antônio recebeu um telefonema que mudou sua vida. Um funcionário do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) informou que havia um rim compatível para doação e que ele poderia realizar o transplante. A cirurgia correu bem e agora Antônio já faz planos. “Sou baiano e depois da hemodiálise nunca mais fui para a minha terra. Assim que me recuperar, vou poder viajar. Vou para a Bahia!”, garante ele.
Na mesma semana da cirurgia de Antônio, o HUB realizou outros quatro transplantes de rim. Até agora, já foram oito cirurgias em 2018. “Lidar com o transplante é algo nobre porque muda a vida do paciente de forma significativa. Ele readquire a capacidade de trabalhar e consegue uma reinserção social”, explica o chefe da Divisão Médica do HUB, Rodolfo Lira.
O número de transplantes depende da oferta de órgãos, por isso a importância de conscientizar a população. “Temos que implantar uma cultura de doação mais contínua e lembrar as instituições de saúde sobre a importância de identificar possíveis doadores”, afirma o professor e chefe da Unidade de Transplante do HUB, Rômulo Maroccolo Filho.
A dona de casa Sueli do Couto também teve a oportunidade de começar uma vida nova. Ela perdeu um dos rins aos três anos de idade. Nos últimos cinco anos, esteve dependendo de máquinas de hemodiálise. No dia último dia 6 de abril, surgiu um doador compatível e ela recebeu um novo rim. “Sempre tive esperança que ia conseguir o transplante. Vai mudar muita coisa na minha vida, vou sair da máquina de hemodiálise, poder fazer mais atividades. Estou muito feliz”, conta Sueli.
NÚMEROS – A Unidade de Transplante do HUB realiza transplantes de rim e de córnea. Em 2006, o serviço foi inaugurado com o transplante de rim e já fez 279 cirurgias. Em 2008, o hospital passou a realizar também o transplante de córnea. Ao todo, já foram feitos 541 procedimentos, 58 em 2017 e seis este ano.