RECONHECIMENTO

Pesquisador Samuel Goldenberg, graduado e pós-graduado em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília, é premiado com a mais importante honraria em Ciência e Tecnologia do país

 

Foto: Divulgação ICC/Fiocruz Paraná

 

Formado pela Universidade de Brasília e diretor do Instituto Carlos Chagas da Fundação Oswaldo Cruz do Paraná, o pesquisador Samuel Goldenberg foi agraciado com a edição 2017 do Prêmio Almirante Álvaro Alberto. Concedida pelo CNPq em parceria com a Fundação Conrado Wessel e a Marinha do Brasil, a premiação é considerada como a mais importante honraria em Ciência e Tecnologia do país.

 

TRAJETÓRIA – Crescido em Brasília, Goldenberg conta que estudou em escolas públicas da cidade desde a terceira série primária – como era designada à época. Em 1970, ingressou na UnB para cursar Medicina. Contudo, as experiências da iniciação científica no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular e no Laboratório de Biofísica fizeram com que ele repensasse sua trajetória. “Desde o Ensino Médio eu lia sobre Biologia Molecular, era algo que me interessava. Percebi que queria seguir esse caminho e então mudei para Biologia”, conta o pesquisador, que formou-se em Ciências Biológicas em 1973.

 

Ainda no último semestre da graduação, Goldenberg foi aprovado para ingressar na primeira turma de mestrado em Biologia Molecular da UnB, formação que obteve em 1975. O pesquisador faz questão de mencionar a contribuição dos docentes Carlos Morel, Eugen Gander e Isaac Roitman em sua trajetória. “Tive o privilégio de ter professores excepcionais na Universidade de Brasília. Essas pessoas me mostraram o caminho a seguir e foram fundamentais na minha formação. Tenho um carinho enorme pela UnB e a considero como minha casa”, afirma.

 

Sobre o tempo de universitário, o pesquisador relembra: “A Universidade de Brasília estava ainda em construção e a gente tinha o sentimento de que estava construindo algo juntos. Existiam professores tutores que nos ajudavam muito. Era uma estrutura que realmente propiciava o crescimento para o estudante que tivesse o mínimo de interesse. Eu não tinha vontade de voltar para casa. Eu tinha um grupo de amigos e a gente ficava no laboratório estudando, virava a noite. Não importava se era sábado, domingo ou feriado. Os professores e o ambiente nos motivavam muito. Era uma aventura".

 

Após concluir o doutorado na Université Paris Diderot (Paris 7), em 1981, o biólogo regressou para o Brasil, a convite do professor Carlos Morel, para trabalhar na Fiocruz. Desde então, é pesquisador da Fundação e atualmente diretor da unidade regional no Paraná. Goldenberg é Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq – Nível 1A, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Diagnóstico em Saúde Pública (INCT) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências.

 

RECONHECIMENTO – Isaac Roitman, professor emérito da UnB e coordenador do Núcleo de Estudos Sobre o Futuro (n-Futuros/CEAM/UnB), é participante da história de Goldenberg e garante que a Universidade recebeu com muito orgulho a notícia sobre a premiação. “Estamos orgulhosos pelo Samuel. É uma alegria saber que a UnB faz parte da formação de pessoas que estão contribuindo com a sociedade, com o Brasil e com o mundo. Esse prêmio também é um indício para uma avaliação de longo prazo da Universidade, pois nos mostra aonde nosso egresso tem chegado”, opina o docente.

 

“Me sinto honrado pela premiação. Acho que esse reconhecimento não envolve apenas a mim como indivíduo. No fundo é de todas as pessoas que participaram da minha trajetória, de todas as instituições em que estive envolvido. Estou há 35 anos na Fiocruz, uma instituição que tem a pesquisa como uma de suas prioridades e que sempre me deu todas as condições para desenvolvimento das minhas atividades. Além disso, me sinto extremamente honrado porque me considero um fruto do CNPq, já que, durante toda a minha formação, fui bolsista, desde a iniciação científica na universidade. Sem esse apoio não teria chegado a lugar nenhum", agradece o Goldenberg.

 

O PRÊMIO – O Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia foi instituído em 1981, ainda como Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia, e consiste no reconhecimento do pesquisador cuja contribuição científica ou tecnológica seja de relevante valor para o progresso da sua área. A honraria é concedida anualmente, em sistema de rodízio, a uma das três grandes áreas do conhecimento: Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; e Ciências da Vida.

 

A premiação consiste em medalha, diploma, importância em dinheiro equivalente a R$ 200 mil e uma viagem à Amazônia a bordo do navio de assistência hospitalar, oferecida pela Marinha do Brasil ao cientista agraciado. A cerimônia pública de entrega da honraria está prevista para maio, no auditório da Escola Naval do Rio de Janeiro.

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