MATEMÁTICA

Atuando como voluntários ou apresentando pesquisas, alunos da UnB inspiram e são inspirados durante Congresso Internacional de Matemáticos

 

Daniella Santaguido, Maria Luíza Goulart e Mateus Fleury são alguns dos representantes da Universidade de Brasília no Congresso Internacional de Matemáticos (ICM). Foto: Thaíse Torres/Secom UnB

 

A entrega da medalha da Olimpíada Brasileira de Matemática (Obmep) deste ano faz parte da programação oficial do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), que acontece no Rio de Janeiro. O evento premia estudantes de escolas públicas – e privadas, a partir desta edição –, e é promovido pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).

Na plateia, familiares animados e emocionados acompanhavam a entrega das medalhas aos premiados. A expectativa sobre os jovens é grande e transcende o evento em si, já que um dos objetivos da Obmep é identificar talentos e incentivar seu ingresso em universidades e outros ambientes científicos e tecnológicos.

Mirelly Oliveira estuda Matemática na UnB. Ela estava presente na cerimônia desta quinta-feira (2). A aluna também participou das olimpíadas nos tempos de colégio. "Sempre gostei muito de matemática. As competições me ajudaram a perceber como eu tinha facilidade e que poderia continuar fazendo aquilo."

Estar na premiação fez com que ela recordasse sua trajetória, que foi compartilhada com os premiados de 2018. "Foi muito bom estar com eles e poder falar um pouco de como é a matemática, dizer que eles podem seguir esse caminho", conta. A estudante concluiu a licenciatura no último semestre e agora pretende terminar o bacharelado e seguir para o mestrado.

VOLUNTARIADO Voluntária no evento mundial, Mirelly viu na oportunidade uma forma de assegurar sua presença no evento. "Pensei que era uma boa ideia para poder assistir às palestras e estar em um encontro desse porte.” Apesar da expectativa, ela diz que não tem conseguido participar de muitas atividades.

Outro voluntário, Marcelo Lima, estudante do sexto semestre do bacharelado em Matemática na UnB, está tendo outro tipo de experiência. "Consegui ver o que queria, como a entrega da medalha Fields", comemora. Ele considera que a oportunidade tem sido boa para o que pretende fazer na carreira profissional: seguir na pesquisa. "Trabalho com matemática aplicada à economia e o trabalho do ganhador do prêmio Gauss é muito inspirador", afirma.

UnB EM FOCO Um trabalho desenvolvido no Programa de Educação Tutorial (PET) em Matemática da Universidade de Brasília foi apresentado no ICM na tarde desta sexta-feira (3). As alunas de graduação Hanna Rezende e Melissa Luiz, orientadas pela professora Raquel Dörr, levaram ao público dados sobre a discrepância entre ingressantes e concluintes, homens e mulheres, nas diferentes habilitações e níveis oferecidos na UnB. Os resultados demonstram que o cenário de desigualdade entre os grupos persiste, mas que já há uma mudança discreta no perfil dos graduandos e pós-graduandos da instituição.

Hanna Rezende e Melissa Luiz apresentaram em evento internacional trabalho desenvolvido na UnB. Foto: Alexandre Campbell/ICM2018

 

"É uma tendência pensar por essa perspectiva. Pretendo seguir com essa ideia para o mestrado", diz Hanna. "Percebemos que a UnB está melhor que muitas outras instituições nesse quesito", completa Melissa.

"A apresentação das meninas lotou e despertou o interesse de pessoas de muitos lugares”, elogia a professora Luciana Ávila, coordenadora do PET/MAT da UnB. “Essa temática é essencial, como vimos pelo encontro de mulheres que precedeu o ICM", acrescenta.

NOVAS PERSPECTIVAS Maria Luíza Goulart e Daniella Santaguido são alunas do sexto semestre da licenciatura em Matemática e participam da iniciação científica na UnB. Amigas desde o primeiro semestre, viajaram juntas ao ICM. Uma estimula a outra a seguir carreira.

"Quando entrei, não queria saber de docência. Foi a Malu quem me mostrou essa perspectiva e hoje estou investindo nisso", conta Daniella. “Estou muito feliz que estejamos aqui. Tivemos acesso a trabalhos atuais e isso nos abre possibilidades para novas linhas de pesquisa", destaca Maria Luíza. "O PPG/MAT é muito bom, mas no congresso vi ainda mais possibilidades. Conhecemos um alemão em uma das apresentações e queremos ver se conseguimos fazer em Brasília algo semelhante à plataforma com que ele trabalha", projeta.

Para o estudante Mateus Fleury, do oitavo semestre de licenciatura em Matemática, estar no evento é uma chance de se preparar para o futuro. "Já participei de outros congressos, mas nada tão grande. Dificilmente conseguiria ir em uma edição fora do Brasil." Ele pretende cursar pós-graduação na área de Análise de Equações Diferenciais Ordinárias.

 

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