INTERNACIONAL

Neste semestre, 30 jovens ingressaram na Universidade por acordos internacionais. Orientações sobre vida acadêmica e cuidados com a saúde mental marcaram recepção na última sexta-feira (16)

 

Intercambistas de 12 países tiveram primeiros contatos com a Universidade em programação de boas-vindas. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

Em poucos minutos de conversa, o sotaque da estudante Celia Chenin é facilmente confundido com o de um brasileiro. Natural de Toulouse, localizada ao sul da França, a jovem de 20 anos esteve no Brasil há quatro anos com o intuito de aprender português. Durante a estadia de um ano no país, conheceu diferentes cidades e pôde assimilar com facilidade o idioma. Na França, também teve oportunidade de estudar a língua de Camões.

 

Atualmente graduanda em Relações Internacionais e Ciência Política na Université de Science Po, em Paris, a francesa sentiu que poderia estreitar ainda mais os laços com a nação sul-americana. “Era uma evidência voltar para o Brasil, ainda mais porque sou especializada em estudos sobre relações internacionais na América do Sul”, conta. Celia integra o conjunto de 30 estudantes estrangeiros de graduação e pós-graduação que chegaram à Universidade de Brasília neste semestre. O grupo, composto por alunos de 12 países, foi recepcionado na manhã da última sexta-feira (16), no auditório da Reitoria, com programação especial preparada pela Assessoria de Assuntos Internacionais (INT).

 

“Vocês são fundamentais para que nossos alunos tenham uma visão mais ampliada dos desafios do mundo, dos problemas em outras regiões – que muitas vezes são parecidos com os nossos –, de diferentes maneiras de ver o mundo, aprender e se relacionar. Isso é muito enriquecedor”, disse o diretor da INT, Virgílio de Almeida, aos intercambistas na abertura da atividade. “A INT está de portas abertas para que a estadia de vocês na UnB seja a melhor possível”, acrescentou o gestor ao dar-lhes as boas-vindas.

Representantes da INT, do DEG e do Caep repassaram informações para auxiliar novatos na chegada à instituição. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

Ingressantes pelos convênios internacionais da UnB e programas de intercâmbio do Ministério da Educação (MEC), os novatos foram apresentados às ações desenvolvidas pelo Decanato de Ensino de Graduação (DEG) e receberam orientações sobre questões acadêmicas, como trancamento de matrícula, conversão das menções para o sistema de notas utilizados em suas respectivas universidades, aquisição do passe livre estudantil e normas de convivência para os residentes na Colina, área residencial da Universidade de Brasília. Também foram repassados esclarecimentos sobre condições essenciais para permanência dos estrangeiros no Brasil, como a regularização da situação migratória e a obtenção do seguro saúde.

 

Para fazer da passagem pela Universidade um marco positivo na vida desses estudantes, a professora do Instituto de Psicologia (IP) Sheila Murta deu dicas de como cuidar da saúde emocional. A docente coordena a Clínica Intercultural do Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos (Caep). O projeto atende estudantes de outras nacionalidades ingressos na UnB que estejam em situação de estresse emocional ou que necessitem de um espaço de acolhimento psicológico e escuta profissional. Os atendimentos são conduzidos por discentes dos últimos semestres do curso de Psicologia, sob supervisão de docentes.

 

Segundo Sheila Murta, transformações bruscas no ciclo da vida, como mudança de país, podem trazer oportunidades de crescimento pessoal, mas também desafios. A distância da terra de origem, das pessoas comuns ao círculo de convivência, como familiares e amigos, da rotina e da própria cultura, além das possíveis dificuldades em criar laços no novo país e das exigências da vida acadêmica, são experiências que, em determinadas situações, podem trazer agravos à saúde mental.

 

“Essa busca pela aprendizagem, saindo do próprio país e da própria comunidade e distanciando-se da família, é um risco, no sentido de que o caminho está aberto, não temos nenhuma segurança de que determinados desfechos ocorrerão, pois tudo está para ser construído”, destacou.

 

A docente afirma que esses impactos podem ser reduzidos com a integração dos estudantes às vivências da Universidade e da cidade. Construir laços de amizade, descobrir atividades de interesse no âmbito acadêmico e pessoal e buscar apoio institucional, seja na INT, nas coordenações de curso ou nas representações colegiadas, são alguns caminhos para tornar a experiência do intercâmbio mais proveitosa. A professora também colocou os serviços da Clínica Intercultural à disposição dos novatos. Os agendamentos são feitos pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

ACOLHIDA – Ter o auxílio de estudantes da instituição, sobretudo nos primeiros contatos com o novo espaço acadêmico, também favorece uma ambientação mais harmônica em terras estrangeiras. Para isso, a INT dispõe de um programa de apadrinhamento, que seleciona tutores voluntários para acompanhar os estrangeiros durante a permanência na Universidade. Os tutores também compareceram ao auditório da Reitoria na sexta-feira (16) para conhecer os recém-chegados.

 

Walyson Ferreira, 22 anos, terá sua primeira experiência como padrinho. O estudante de Letras-Português e graduado em Letras-Espanhol conheceu o programa por meio de uma amiga e projetou na iniciativa uma chance de vivenciar a cultura hispânica mais de perto. “É uma maneira de praticar o idioma e entrar em contato com a cultura que eu amo e intercambiar conhecimentos." declarou o discente, agora padrinho de um intercambista argentino.

 

Além da Argentina, Colômbia, Espanha e China estão entre os países com maior número de intercambistas na Universidade neste semestre. Durante os meses na instituição, eles aproveitam para descobrir as riquezas culturais do Centro-Oeste brasileiro, construir oportunidades de aprendizagem acadêmicas e profissionais, além de fortalecer os vínculos com o Brasil.

 

Essas são algumas das expectativas da francesa Celia Chenin. A estudante pretende conhecer melhor Brasília e estudar a questão ambiental no âmbito das relações internacionais. “Escolhi várias matérias sobre meio ambiente e proteção internacional, porque sou muito interessada na questão ambiental, ainda mais aqui no Brasil. Sempre considerei a Amazônia muito importante”, afirmou.

O reconhecimento do curso de Relações Internacionais da UnB como referência nacional atraiu a estudante francesa Celia Chenin. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

Já Stephania Silva, 23, estudante de Línguas Modernas, veio da Colômbia para aprender português e se aprimorar profissionalmente na área de comunicação. Na UnB, ela irá cursar, durante dois semestres, Comunicação Organizacional, um dos enfoques da graduação de sua universidade de origem. A jovem esteve no Brasil em 2017 como voluntária da AIESEC, organização focada em intercâmbio para o desenvolvimento de liderança. À época, encantou-se com o acolhimento e a cultura do país. “Gostei muito do jeito das pessoas, elas são muito prestativas para ajudar, muito amáveis e hospitaleiras”. A culinária está entre as suas melhores recordações. “Eu amo açaí”, compartilhou a colombiana. Enquanto estudante da UnB, mira encontrar oportunidades de estágio no seu campo de atuação.

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