CAMPANHA

Estudo avaliará resultado das medidas implementadas nos campi da UnB ao longo de 2018

 

Pesquisa será aplicada durante o mês de novembro nos quatro campi. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

O comitê de segurança da Universidade de Brasília (UnB) realiza, ao longo do mês de novembro, uma nova rodada da pesquisa de vitimização nos campi da instituição. A iniciativa levantará, junto a três mil estudantes dos turnos matutino, vespertino e noturno, informações sobre crimes frequentes, sensação de segurança, avaliação dos serviços de vigilância e identificação de áreas com maior número de ocorrências.

 

Esta é a segunda edição do estudo. A primeira aconteceu no final de 2017 e ouviu 2.862 estudantes. Os resultados foram apresentados em abril deste ano. Com as novas informações, será possível apontar áreas críticas em busca de melhorias no espaço acadêmico e urbano. Além disso, a ferramenta contribuirá com subsídios para a formulação da Política de Segurança da UnB.

 

“A pesquisa convida a comunidade da UnB a compartilhar suas percepções e experiências e, assim, participar na melhoria da segurança nos campi”, comenta Mônica Nogueira, assessora do gabinete da reitora e membro do Comitê Consultivo Permanente para a Gestão de Segurança na Universidade, instância criada pela Reitoria no ano passado e que reúne membros da comunidade interna e externa. A proposta do comitê é fazer do estudo um elemento periódico de avaliação.

 

Vinte bolsistas foram selecionados, com o apoio do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), para aplicar o questionário em Ceilândia, Gama, Planaltina e Asa Norte. “O intuito é cobrir o máximo da experiência dos estudantes”, explica Allan Ribeiro, da Secretaria de Segurança Pública da Paz Social do Distrito Federal (SSP/DF), que é parceira da UnB na coordenação técnica da pesquisa.

O estudante Adler Gabriel da Silva é um dos 20 bolsistas que irão aplicar os questionários. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

“É fundamental que os estudantes participem. Os dados nos ajudam a mapear onde estão os maiores obstáculos e a aprimorar nossas estratégias e ações. Também contamos com a participação de todos no engajamento à campanha Segurança se faz em comunidade; afinal, uma Universidade mais segura depende de todos nós”, convoca a reitora Márcia Abrahão.

 

PONTOS DE ATENÇÃO – Este ano, a pesquisa incorporou novos itens, para dar maior profundidade no levantamento de informações relativas à segurança das mulheres na Universidade, por exemplo. A medida foi influenciada pela pesquisa Percepção da violência contra as mulheres no campus Darcy Ribeiro, realizada no âmbito do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem/Ceam) e orientada pela professora Lourdes Maria Bandeira, do Departamento de Sociologia (SOL).

 

Um impacto direto do estudo conduzido no Nepem foi a implantação do sistema de duplas mistas no patrulhamento das áreas da UnB. “O objetivo é atender questões específicas de gênero, garantindo uma atuação mais humana”, aponta o vice-reitor Enrique Huelva, que preside o comitê de segurança.

 

Ainda neste tema, a Diretoria de Diversidade (DIV/DAC), juntamente com a Diretoria de Segurança (Diseg), está desenvolvendo um protocolo para atendimento às mulheres vítimas de violência nos campi. O objetivo fundamental é impedir que a vítima se sinta constrangida e coagida durante o atendimento.

 

A ideia é capacitar os profissionais da segurança para agir nesses casos, como também esclarecer à comunidade acadêmica o que fazer em caso de sofrer ou testemunhar uma violência. Uma das pautas é a difusão do conceito de violência contra mulheres, ampliado este ano com a tipificação criminal da importunação sexual.

 

Para tanto, a UnB conta com o apoio da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM). “A DIV já identificou a necessidade de ampliar o protocolo para abranger outras questões de violência e opressão, como as raciais, LGBTfobia e demais grupos”, aponta Susana Xavier, diretora da DIV. A elaboração do protocolo deve ser concluída no primeiro semestre de 2019.

 

AÇÕES – Entre as medidas implantadas na Universidade este ano, após a deliberação do comitê de segurança, estão a nova estratégia para as rondas, a colocação de cadeiras de observação nos estacionamentos do campus Darcy Ribeiro e a instalação de câmeras.

 

Ainda há desafios a serem superados, mas dados da Secretaria de Segurança Pública revelam que há uma queda no número de ocorrências – na comparação entre os registros feitos de janeiro a setembro de 2017 e de 2018.

 

Marcelo Durante, da Subsecretaria de Gestão da Informação da SSP/DF, aponta que, em geral, houve queda de 15% nos atentados contra o patrimônio da UnB. Os campi do Gama e Darcy Ribeiro apresentam quedas de 25% e de 17% nas notificações de ocorrências, respectivamente. 

Subsecretário de Gestão da Informação da SSP/DF, Marcelo Durante destaca importância da notificação das ocorrências criminais nos campi. Foto: Amália Gonçalves/Secom UnB

 

No comparativo, foram 717 ocorrências totais no Darcy Ribeiro, em 2017, contra 592, este ano. Roubos e furtos de veículos caíram 8% e 3%, respectivamente. Ainda assim, a quantidade de notificações de roubos em veículos (quando são levados objetos que estavam dentro do automóvel), subiu 9%.

 

Marcelo Durante frisa que ainda há subnotificação. Ele destaca que registrar as ocorrências é essencial para conseguir desenvolver um retrato mais fiel da situação. “Em resumo, o levantamento serve para quantificar a ação policial”, comenta.

 

A pesquisa de vitimização, por sua vez, permite registrar o clima, ou seja, identificar as manchas de violência mais próximas à realidade e para destinar ações a cada área nos quatro campi.

 

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