Quase três meses após o feminicídio da estudante Louise Ribeiro, no campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB), o Conselho de Segurança (Conseg) reuniu-se pela terceira vez, na tarde desta quinta-feira (2), no auditório da Reitoria. As reuniões foram retomadas após o assassinato.
A decana de Assuntos Comunitários, Thérèse Hofmann, presidiu o encontro. O prefeito do Campus, Marco Aurélio Gonçalves, relatou as ações em segurança realizadas pela gestão nos últimos dois meses. “Segurança é prioridade para esta administração”, afirmou.
O prefeito explicou que, entre as medidas tomadas para garantir que os quatro campi da UnB estejam mais seguros, está integração da portaria com os vigilantes e a necessidade de ter um sistema de iluminação em funcionamento que atenda às demandas da população universitária.
Marco Aurélio relatou que a prefeitura tem se empenhado para garantir que não falte manutenção ou material para o sistema de iluminação. Apesar das melhorias, afirma que o processo está em andamento. “Pretendemos evoluir bastante”, comentou. Questionado sobre o procedimento para comunicar à prefeitura pontos em que faltam iluminação, Gonçalves indicou a possibilidade de se recorrer aos contatos: Plantão Elétrico (3107-3333); Plantão de Segurança (3107-6122); Whatsapp para emergências em segurança (61 99263-5760) e e-mail da prefeitura (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).
Representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) lembrou o site criado por programador egresso da UnB, que serve para indicar problemas em estrutura e em segurança nos quatro campi da universidade. As notificações são encaminhadas para o DCE, que articula com a prefeitura ações para resolver as questões apresentadas.
O prefeito relatou a retomada dos serviços de jardinagem em maio, após suspensão dos trabalhos entre fevereiro e o mês passado. “Com a retirada do mato alto, amplia-se a sensação de segurança nos campi”, comentou.
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PATRULHAS – Marco Aurélio reforçou que as atividades de porteiros e vigilantes passaram a seguir nova rotina, agora com foco na interligação dos setores. “Em todos os contratos, procuramos reduzir o quantitativo de funcionários. Com exceção dos seguranças, que queremos ampliar”, ressaltou. Com o intuito de melhorar a rotina, os vigilantes passaram a ter controle eletrônico de rondas, que registra horário, percurso e frequência das patrulhas. Além disso, empresa contratada realiza vigias motorizadas pelo campus.
A Polícia Militar, representada na reunião pelo capitão Da Silva, do 3º Batalhão da PM, continua contribuindo para o esquema de segurança da Universidade. Dezesseis policias fazem patrulha em bicicletas ao redor do campus. Destaca-se que parte do efetivo que atende à UnB é formada por egressos e que metade da equipe é composta por policiais mulheres.
Marco Aurélio lamentou a qualidade das estatísticas obtidas, pois, segundo ele, falta registro de ocorrências. De acordo com os dados coletados, as principais queixas envolvem incidentes com veículos. Por ano, são notificados cerca de 40 furtos no interior de carros; 5 furtos de automóveis e 700 registros de carros abertos. “Pedimos a contribuição da comunidade, para que registrem os ocorridos”, comentou. Estes dados são usados para reforçar ações das equipes de vigilância e da PM nos locais com segurança vulnerável.
VIOLÊNCIA DE GÊNERO - Thérèse Hofmann apresentou relatório das atividades desenvolvidas pelo DAC desde a última reunião, em maio. Uma delas é o Orange Day, evento de combate à violência contra mulheres, realizado em parceria com a ONU Mulher, que ocorre todo dia 25 do mês.
O estudante Marcelo Holanda, 26, graduando em Letras/Espanhol na UnB, apresentou o abaixo-assinado online, organizado por ele, com o intuito de pedir que a instituição promova debates sobre a violência de gênero.
Holanda, que reuniu-se com o reitor Ivan Camargo para apresentar a demanda, comentou que conversa com o DAC para elaborar atividades conjuntas, entre elas, a colaboração para a realização de edição do Orange Day. “Precisamos fomentar o debate constante sobre este tipo de violência, especialmente porque, a cada semestre, cerca de 3 mil estudantes ingressam na Universidade”, encerrou.
A próxima reunião do Conseg está marcada para 5 de julho, às 14h, no auditório da Reitoria. A entrada é aberta a todos interessados.