SÉRIE: ENTREVISTAS GESTÃO 2024-2028

Decana Renata Aquino elenca a recomposição dos quadros técnicos e a descentralização de processos entre os desafios para a pesquisa e a inovação

Pioneira do campus UnB Planaltina, Renata Aquino vai liderar o DPI na nova gestão da UnB. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB 

 

A série de entrevistas com as novas decanas e os novos decanos da gestão 2024-2028, realizada pela Secretaria de Comunicação (Secom), segue com o panorama e as perspectivas do Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI). Estabelecido em 2016, é o mais recente entre os decanatos e atua para melhorar indicadores da Universidade de Brasília.

 

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Ampliar a produção científica e o alcance das pesquisas desenvolvidas na UnB são compromissos do DPI. O decanato promove, coordena e supervisiona as políticas relacionadas à pesquisa e à inovação na Universidade. A instituição encerrou 2024 com 847 grupos de pesquisa ativos e reúne mais de 6,5 mil pesquisadores, mais de 8,3 mil estudantes e quase 800 técnicos entre os atuantes certificados de suas produções.

 

A infraestrutura para abrigar esses recursos humanos inclui mais de 700 laboratórios, 77 núcleos e 37 centros de pesquisa (seis deles integrados). Para contribuir para a excelência dos trabalhos, o DPI dispõe de secretaria administrativa, assessoria e duas diretorias: a de Pesquisa (Dirpe) e a de Apoio a Projetos Acadêmico (DPA). Além disso, faz parte da atual estrutura organizacional o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT).

 


“Uma das prioridades do DPI é viabilizar a tramitação de processos com mecanismos menos burocráticos, sem retrabalho e repetição de etapas, evitando a sobrecarga, atendendo às exigências legais e garantindo transparência.”

Renata Aquino, decana de Pesquisa e Inovação da UnB.


 

Cabe à docente Renata Aquino (FUP) liderar, desde novembro de 2024, esse decanato estratégico, que, em 2018, também passou a ter atuações administrativas relacionadas à Câmara de Projetos, Contratos e Instrumentos Correlatos (Capro/DPI). Pioneira da Faculdade UnB Planaltina (FUP) – dedicada ao ensino de Ciências Naturais –, Aquino é professora associada 4 e pesquisadora PQ2, na classificação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É mestre em Química e doutora em Físico-Química pela UnB. O segundo título foi obtido em cotutela com a Universidade de Sorbonne (Campus Paris VI), na França.

 

Confira a entrevista com a decana de Pesquisa e Inovação, Renata Aquino:

 

Como o decanato vai contribuir para a justiça socioambiental na UnB?

Reconhecemos e pactuamos a justiça socioambiental como linha estrutural do projeto de Universidade que defendemos. Temas como a emergência climática, transição energética e enfrentamento às desigualdades devem ser incluídos como diretrizes nas ações do decanato. Mais profundamente, a transversalidade, a criatividade, a capacidade de produção de conhecimento presentes na pesquisa e inovação produzidas na UnB devem ser fomentadas visando mobilizar o potencial da Universidade na resposta a estas questões.

 

O que deve mudar na maneira como o DPI atua e o que será mantido?

Entendemos que o DPI é o mais recente dos decanatos, com crescimento de demandas e tramitação de processos, e que ainda conta com equipe bastante reduzida. Buscaremos recompor o quadro de servidores, o que não é um problema isolado do DPI, mas da universidade pública em geral, com o aumento de sistemas e burocracias e a pouca competitividade da carreira dos Taes [servidores Técnicos-Administrativos em Educação]. Deste modo, além da recomposição, processos de desburocratização e descentralização permitirão a coparticipação nos processos finalísticos da Universidade. Ademais, buscaremos viabilizar um encontro periódico de inovação, como o espaço de interlocução, proposições e debate entre os coordenadores de pesquisa e inovação das unidades acadêmicas, possibilitando a escuta e a disseminação da cultura de inovação e de informações e oportunidades para toda a comunidade universitária.

 

Quais são as prioridades desta gestão? Por que foram escolhidas como foco inicial?

Uma das prioridades é viabilizar a tramitação de processos com mecanismos menos burocráticos, sem retrabalho e repetição de etapas, evitando a sobrecarga, atendendo às exigências legais e garantindo transparência. Nesse contexto, a médio prazo espera-se viabilizar um escritório de projetos no DPI para apoiar as(os) coordenadoras(es) de projeto, assegurando agilidade na tramitação e prestação de contas. Outra prioridade é o investimento na divulgação científica dos resultados de pesquisa e inovação, ampliando e tornando mais ativo e interativo o portfólio de pesquisa da UnB com a divulgação dos laboratórios multiusuário de pesquisa, os centros de pesquisa, os laboratórios credenciados à prestação de serviços tecnológicos, entre outros. Do ponto de vista da inovação, mais esforços serão aplicados para ampliar os licenciamentos das tecnologias produzidas, favorecendo a transformação de ativos protegidos em produtos e serviços. Nesse caso, também investiremos em transparência passiva e ativa em relação à pesquisa e aos projetos desenvolvidos e acompanhados pelo DPI e pela Capro. Do ponto de vista da infraestrutura de pesquisa, é foco do DPI a viabilização e manutenção das iniciativas de caráter multiusuários, visando à eficácia, sustentabilidade e otimização dos recursos públicos. Nesse caso, a busca de soluções e estratégias para a operacionalização, recuperação e manutenção de equipamentos e laboratórios será prioridade do decanato. Somando-se a isso a manutenção e eventual ampliação do escopo dos editais internos, importantes para que o decanato efetive sua missão institucional.

 

Quais são os principais desafios do DPI atualmente? O que será feito para superá-los? Qual estratégia será adotada?

As questões orçamentárias, a redução de investimentos em CT&I [ciência, tecnologia e inovação] e na infraestrutura de pesquisa, como os cortes na Fundação de Apoio [FAPDF], por exemplo, representam desafios à continuidade e manutenção das pesquisas. Entendemos que a comunicação com a sociedade, de modo mais específico, destacando a importância dos investimentos de CT&I na melhoria da qualidade de vida e nos indicadores econômicos e sociais é um dos papeis do DPI na defesa dos investimentos em pesquisa.

 

Quais ações estão sendo implementadas nesses primeiros dias da gestão e como se relacionam com as ações de longo prazo do decanato?

Priorizamos neste início o levantamento de dados e processos internos ao decanato e suas diretorias, bem como o bom andamento da tramitação e prestação e contas de processos acadêmicos no contexto do encerramento do ano, considerando as janelas de fechamento do ano fiscal e de possibilidades do orçamento público. Essas atividades, além de permitir diagnóstico com olhar interno ao decanato, estão diretamente ligadas à iniciativa de criar na estrutura do DPI um escritório em apoio à tramitação e à prestação de contas de projetos.

 

Como planeja envolver a comunidade universitária nas decisões e projetos do decanato?

Buscaremos viabilizar um encontro periódico de inovação, como o espaço de interlocução, proposições e debate entre os coordenadores de pesquisa e inovação das unidades acadêmicas, possibilitando a escuta e a disseminação da cultura de inovação e de informações e oportunidades para toda comunidade universitária.

 

Que mensagem você gostaria de deixar para a comunidade universitária?

Sabendo da importância da comunicação com a sociedade a respeito de CT&I, gostaria de reforçar que estamos disponíveis no e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

SERVIÇO – O DPI está localizado no edifício do CDT, no campus Darcy Ribeiro, Asa Norte. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Telefone: (61) 3107-4224.

 

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