EDUCAÇÃO PARTICIPATIVA

O estudo feito na pós da Faculdade de Educação analisa a confecção de revistas como forma de expressão para jovens em idade escolar

 

O doutorando e professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal Vinícius de Souza realizou uma pesquisa sobre zines que tem chamado atenção, inclusive na Europa. Ao estudar essas publicações como forma de expressão dos alunos, ele foi premiado pela Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, onde realiza doutorado-sanduíche. A pesquisa venceu a categoria Propostas Inspiradoras, da Semana Temática da Docência 2023. Na UnB, é orientado pela professora Wivian Weller, da Faculdade de Educação (FE).

Acima, podemos observar um exemplo de trabalho produzido por aluna do ensino médio. Imagem: Divulgação

 

A pesquisa Zines como um Acesso ao Mundo da Juventude Brasileira - uma Análise Interpretativa Entre Desenhos e Palavras rendeu mais uma conquista. Por meio dela, Vinícius ganhou bolsa de estudos na residência científica da Universidade de Salzburgo, na Áustria. Souza acredita que esse reconhecimento aconteceu em razão de movimento crescente entre essas instituições de ensino superior, que têm agido na formação de futuros professores incentivando novas didáticas de ensino e de participação estudantil. 

 

“Esse meu período de intercâmbio está me levando a conhecer diferentes práticas em sala de aula para incentivar a participação e envolvimento dos estudantes. O zine é um tipo coletivo de ensino e aprendizado. Tenho percebido que esse tipo de didática participativa da construção do conhecimento tem sido, cada vez mais, valorizada dentro das instituições europeias”, compartilha o professor.

 

Para a residência científica, que tem início em março, a expectativa é seguir a pesquisa usando a experiência como fator norteador. “Espero aprender mais sobre não só a história dos zines, como também sobre a produção de zines pós movimento punk e sua entrada no movimento feminista, a partir dos anos 1990 – a professora da universidade da Áustria é especialista nesse assunto”, conta. Souza espera também conhecer o projeto austríaco do uso de zines como ferramenta pedagógica. Lá, além de ser usado em escolas, também é aplicado em universidades.

 

FORMA DE EXPRESSÃO – Os zines surgiram a partir da expressão fanatic magazine. São auto-publicações feitas comumente de forma manual sobre assuntos diversos e normalmente compostos por textos e imagens. Com o estudo, o objetivo de Vinicius foi analisar a extensão desse tipo de conteúdo para os jovens como representação deles mesmos, suas experiências e o ambiente que os cerca.

Os zines funcionam como forma de compartilhamento e de expressão de opiniões. A vasta possibilidade de formatos e de abordagens os tornam ferramentas preciosas. Foto: Arquivo pessoal

 

“Eu tinha um conjunto de 57 zines desenvolvidos entre os anos de 2015 e 2019. Todo esse material foi elaborado de forma coletiva com meus alunos e alunas do Centro de Ensino Médio 01 do Paranoá. Portanto, serviu de convite para pesquisar sobre o tema e conhecer mais sobre essa temática”, explica.

 

Vinicius conta ainda que a experiência na utilização dessas produções foi fantástica. Os zines foram uma consequência das discussões realizadas em sala de aula. “Chegamos a participar de dois circuitos de ciências da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Tudo isso com o envolvimento dos estudantes que viam os zines como o resultado empírico das aulas de filosofia”, relata.

 

Para conhecer mais sobre zines, confira o artigo publicado pela edição nº 30 da revista Darcy, de autoria de Vinícius Souza e Wivian Weller. Aqui.

 

>> Confira a edição nº 30 da Darcy, a revista de jornalismo científico da Universidade de Brasília

 

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