SEMUNI

Reitora Márcia Abrahão mediou conversa com Soraya Smaili, da Unifesp, e Francisco Tamarit, de Córdoba

Francisco Tamarit, da Universidad Nacional de Córdoba (UNC), reitora Márcia Abrahão e Soraya Soubhi Smaili, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), participaram da mesa de encerramento da Semuni 2022. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

A Semana Universitária (Semuni) da Universidade de Brasília em 2022 trouxe centenas de pessoas ao contexto dos campi! Para fechar com chave de ouro, a cerimônia de encerramento foi marcada por um debate com dois professores expoentes na defesa da universidade autônoma e pública. Soraya Soubhi Smaili, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Francisco Tamarit, da Universidad Nacional de Córdoba (UNC), participaram da mesa Educação na América Latina hoje: a universidade necessária, que remontou à instituição pensada por Darcy Ribeiro. A reitora da UnB, Márcia Abrahão, foi mediadora do debate, realizado no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo) na manhã de sexta-feira (2).

Soraya Smaili, ex-reitora da Unifesp, destacou a importância de a universidade estar de acordo com seu tempo, em diálogo com a sociedade e manter-se questionadora. Darcy Ribeiro dizia que a extensão das universidades deve ser organizada “como um serviço público que a universidade deve à sociedade que a mantém”. A professora destacou a força e a capacidade instalada das universidades em resposta à pandemia de covid-19.

“Tivemos um movimento amplíssimo, tanto das universidades federais, que partiram para atender a população, fazer pesquisa e fazer também aquela extensão da forma preconizada por Darcy Ribeiro. Esse movimento foi tão forte que só as universidades federais conseguiram atender uma população de 40 milhões de pessoas em seus mais de 500 campi das 68 universidades federais”, reforçou. Ela chamou ainda atenção para a queda no financiamento da educação superior pública. “Os dados são dramáticos para nós.”

O argentino Francisco Tamarit destacou que o conhecimento faz parte do mundo globalizado. Mas defendeu uma maior integração e cooperação entre as universidades da América Latina. Para o professor, é preciso se libertar da ideia de que a agenda do conhecimento está ligada ao Estado. “A universidade continua sendo a instituição que está no território, aplicando o conhecimento”, disse.

Soraya Smaili, ex-reitora da Unifesp, chamou atenção para a força das universidades. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Ele emocionou-se por estar no memorial dedicado ao antropólogo Darcy Ribeiro, que conheceu pessoalmente. “Nunca imaginei que estaria aqui. Estou conhecendo o pensamento do Darcy, do Anísio Teixeira”, comentou. E reforçou a importância da autonomia e da geração de conhecimento livre das universidades. “Por uma nova ideia de civilidade. Aquilo que o Darcy sempre falava, que nós temos que construir nosso próprio percurso.”

A reitora Márcia Abrahão explicou aos presentes que a Semana Universitária é parte da comemoração dos 60 anos da Universidade de Brasília e destacou que o tema desta edição foram os cem anos de Darcy Ribeiro. Ela também trouxe dados sobre a Semuni. “A Semana Universitária teve mais de 25 mil inscritos, um total de 1.050 ações, contou com o envolvimento de 134 técnicos, 717 docentes, 2.183 discentes e 769 membros externos em todas as áreas do conhecimento”, enumerou.

“Tivemos também ações nos campi do Gama, Ceilândia e Planaltina. Tivemos 73 escolas visitantes. Foi muito bonito ver os jovens que um dia entrarão pra UnB passeando pelos campi. Apesar de todas as dificuldades orçamentárias, a Universidade tem conseguido manter a excelência. Tivemos 80 estudantes bolsistas, contratamos 54 ônibus para visitação de estudantes de escolas públicas do DF, garantimos lanche para esses estudantes”, complementou a reitora.

SONHO POSSÍVEL – A estudante Caroline Carreiro, que está no quinto semestre do curso de Medicina Veterinária da UnB, deu um depoimento sobre a importância da Semuni. Ela, que foi aluna de escola pública a vida toda, veio à UnB na Semana Universitária de 2019, como estudante do ensino médio. Ali entendeu que poderia fazer parte da comunidade acadêmica da UnB. Nesta edição, teve a oportunidade de apresentar um projeto de extensão.

“Foi muito importante pra mim ver a mostra do curso de Medicina Veterinária em 2019. Me marcou muito a semana universitária”, lembrou. “Me emocionou relembrar desde o momento em que eu almejava entrar na faculdade até chegar aqui e estar falando pra vocês da minha experiência. Viver a extensão é muito importante porque pude me aproximar mais da minha área. Isso me abriu muito mais as portas e a minha visão pra minha área de interesse, os cavalos. As matérias não conseguem proporcionar toda essa ligação com os assuntos de nosso interesse.”

Ao convidar a estudante para falar, o decano de Extensão em exercício, Alexandre Pilati, destacou que o protagonismo estudantil é um dos princípios fundamentais da extensão.

 

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