GESTÃO PÚBLICA

Docentes assumem cargos decisivos e poderão contribuir para avanços nas áreas científica, econômica, de saúde e patrimonial nos próximos anos

Em ordem de aparição nas fotos, docentes da UnB com cargos no atual governo: Mercedes Bustamante, Nelson Barbosa e Swedenberger do Nascimento Barbosa. Andrey Schlee também está confirmado em diretoria do Iphan. Fotos: Raquel Aviani/Secom UnB, Marcelo Camargo/Agência Brasil e Walterson Rosa/Ministério da Saúde

 

A Universidade de Brasília estará presente em importantes esferas de tomadas de decisão do governo federal. Nas primeiras semanas de mandato, os docentes Mercedes Bustamante, Nelson Barbosa Filho, Swedenberger Barbosa e Andrey Schlee foram confirmados como presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), secretário executivo do Ministério da Saúde e diretor de Patrimônio Material e Fiscalização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), respectivamente.

Professora do Departamento de Ecologia (ECL/IB) da UnB, Mercedes Bustamante é cientista referência em temas ambientais. Membra da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências dos Estados Unidos, já atuou no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação de 2010 a 2013. Nos últimos anos, tem sido figura constante entre os pesquisadores mais citados na América Latina e no mundo. Em 2018, foi condecorada com a Ordem Nacional do Mérito Científico, reconhecimento máximo no país a profissionais com contribuições relevantes à ciência.

Sobre a gestão à frente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, instituição diretamente ligada ao funcionamento das universidades no país, Bustamante deixa mensagem positiva. "Quero tranquilizar os bolsistas: o pagamento das bolsas está assegurado. À comunidade acadêmico-científica, digo que ampliaremos o diálogo e manteremos uma comunicação constante. Quanto aos servidores da Capes, lembro de ficar impressionada com a qualidade dos quadros quando fui diretora. Eles devem ser valorizados", disse durante a cerimônia de posse.

Nelson Barbosa é professor do Departamento de Economia (ECO/Face) da UnB. O docente integrou o grupo técnico de Economia na transição para o atual governo federal. Durante a gestão de Dilma Roussef, foi ministro do Planejamento e ministro da Fazenda, pastas em que também ocupou outros cargos de liderança. Entre 2005 e 2006, foi assessor econômico da presidência do BNDES; anos depois (2009-2013), assumiu como presidente do conselho do Banco do Brasil.

Como principal desafio na diretoria do BNDES, Nelson destaca: "recuperar o papel do BNDES no financiamento do desenvolvimento, com foco na geração de emprego e sustentabilidade ambiental, em bases fiscais sustentáveis". Ele acredita que a bagagem acumulada como pesquisador da Universidade será de grande valia para projetar avanços econômicos. "Meus cursos e pesquisas na UnB se concentravam em crescimento econômico, economia monetária e transição energética, três áreas de grande atuação do BNDES."

Professor do Centro Internacional de Bioética e Humanidades (CIBH), Swedenberger do Nascimento Barbosa é pesquisador associado e representante da Cátedra Unesco de Bioética da UnB. Titular da Academia Brasileira de Odontologia, Swedenberger já foi gestor nos níveis federal e distrital. Atuou como secretário executivo da Casa Civil da Presidência da República no primeiro mandato de Luis Inácio Lula da Silva, e como assessor especial e chefe de Gabinete Adjunto de Gestão e Atendimento do Gabinete Pessoal do presidente da República. No DF, foi secretário de governo entre 1996 e 1998 e chefe da Casa Civil de 2012 a 2014.

O pesquisador elenca como um dos pontos de atenção para a gestão no MS o fortalecimento do papel da ciência na promoção da saúde. "A ciência e o compromisso com a saúde e a vida das pessoas presidirá todo esforço de nossa atuação. Acabou o tempo do negacionismo, que contribuiu criminosamente para a morte de milhares de brasileiros e brasileiras", diz. Swedenberger pontua que sua experiência em bioética na Universidade terá impacto positivo para exercício do cargo, tendo em vista que a "transversalidade [da área], incorporada às diferentes politicas públicas, fortalece a cidadania com base na dignidade humana".

Docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Andrey Schlee estará à frente, pela segunda vez, da diretoria de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan. O professor já esteve no cargo de 2011 a 2019. Junto às suas demais diretorias, o Iphan tem tido atuação decisiva na avaliação e recuperação do patrimônio público depredado durante os atos de vandalismo ocorridos no último domingo (8), na sede dos Três Poderes, em Brasília.

Andrey foi diretor da FAU de 2004 a 2011 e atuou como coordenador da área de Arquitetura e Urbanismo e Design da Capes. Além de dedicar-se a pesquisas sobre preservação do patrimônio cultural e arquitetura brasileira, também teve trajetória em defesa da melhoria do ensino de Arquitetura e Urbanismo, com participação em comissões no Enade e Inep, e em consultoria para a área de Arquitetura e Urbanismo no Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. 

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