
O ranking Alper-Doger (AD) Scientific Index apontou que 193 pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) estão entre os 10 mil melhores da América Latina. O número representa aumento de 38 cientistas classificados em relação à avaliação divulgada em 2021. A UnB possui, ainda, 28 pesquisadores entre os 10% melhores do mundo.
Entre as diversas áreas de pesquisa que classificam a UnB, estão: química, ecologia, geociências, biomedicina, ciência política, física quântica e psicologia. Docentes da UnB com amplo reconhecimento nacional e internacional, como Mercedes Bustamante, Flávia Biroli e Paulo Suarez, integram a classificação. O decano de Pós-Graduação, Lucio Rennó, é um dos pesquisadores da área de ciência política que também figura na lista.
De acordo com Rennó, o AD Scientific Index é utilizado na identificação de instituições e países que concentram os pesquisadores mais produtivos e influentes. "O ranking é baseado exclusivamente na produção e no impacto dos pesquisadores individuais. É diferente de outros que levam em consideração aspectos institucionais, organizacionais e coletivos das instituições. O AD considera apenas a produção científica e sua relevância, baseada em citações."
O decano ainda destaca a relevância do ranking no acompanhamento da produção dos cientistas ao longo dos anos, permitindo compará-los por área de conhecimento. "Ele é importante para identificar o grau de internacionalização das instituições, pois mostra como seus pesquisadores são influentes internacionalmente e permite ajustar as estratégias de recrutamento nas instituições, na contratação de pesquisadores e de fomento à pesquisa."
EXCELÊNCIA E DESAFIOS – A primeira colocada entre os 193 pesquisadores da UnB, Mercedes Bustamante, professora do Departamento de Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas (IB), ocupa a 368ª posição entre os 10 mil da América Latina. Ela ressalta o mérito da UnB e de seus pesquisadores em vencer as barreiras que atingem as universidades públicas brasileiras, além dos impactos da pandemia.

“Mesmo com todas as dificuldades, nossas instituições demonstraram capacidade em lidar com os obstáculos e manter sua missão de contribuir com a geração de conhecimento, formação de recursos humanos e melhoria das condições de vida para a população. Educação e ciência demandam investimentos constantes e condições estáveis para que possam gerar benefícios de longa duração”, diz.
A pesquisadora e professora no Instituto de Ciência Política (Ipol/UnB) Flávia Biroli considera que a ciência no Brasil segue resistindo, apesar dos sucessivos ataques às condições para a pesquisa. “As universidades públicas são o principal espaço de produção científica e de formação competente de novos pesquisadores. Para nós, brasileiros, trabalhar em pesquisa se tornou um desafio cotidiano com a ciência sob ataque, em razão da hostilidade e do desmanche do orçamento por governantes que não têm compromisso com a educação e com o conhecimento.”
A professora também reconhece o importante papel da luta da UnB perante esse cenário. “Rankings como o AD Scientific Index captam a ressonância do trabalho que fazemos com o suporte institucional da nossa Universidade. A UnB tem lutado bravamente para manter as condições para a pesquisa, com compromisso com a liberdade acadêmica."
A reitora Márcia Abrahão afirma que é uma alegria ver colegas serem reconhecidos internacionalmente pelos trabalhos que desenvolvem na UnB. “O compromisso da nossa gestão é continuar dando condições para que a pesquisa seja desenvolvida com excelência, mesmo nesses tempos de seguidos cortes no orçamento das universidades e da pesquisa científica no Brasil.”
CRITÉRIOS – O AD Scientific Index classifica e analisa o desempenho de cientistas e sua respectiva produtividade acadêmica. O índice inclui a pontuação de artigos dos últimos cinco anos dos pesquisadores. Mercedes Bustamante acredita que a metodologia utilizada pelo ranking demonstra a relevância da constância na pesquisa. “O ranking considera uma janela de cinco anos e isso mostra a importância de um trabalho continuado e que envolva uma rede de colaboração com discentes, colegas da UnB e de outras instituições.”
A decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi, diz ser um grande orgulho ter tantos pesquisadores da UnB classificados no AD Scientific Index. “A ampliação do número de pesquisadores da UnB é notável, ainda mais se considerarmos o quão desafiador é fazer pesquisa no país, principalmente nesses últimos anos. Parabenizo os que constam da lista e todos que fazem de nossa Universidade uma instituição de excelência.”
Leia também:
>> Universidade pública em defesa das vacinas
>> UnB é a sétima melhor universidade federal, aponta ranking THE
>> Lourdes Bandeira recebe título de Professora Emérita
>> Reconhecimento a servidores antigos na UnB ganha nova categoria
>> Pesquisador da UnB integra comitê sobre potencial de pandemia e epidemia da OMS
>> UnB lança editais de dois prêmios de direitos humanos
>> Jardim de Sequeiro da UnB recebe prêmio internacional
>> Atletas da UnB conquistam nove medalhas nos Jogos Universitários Brasileiros
>> Governo federal faz novo corte na educação e inviabiliza funcionamento das universidades
>> Pesquisa da UnB analisa relação entre consumo de drogas e suicídios no DF