GESTÃO

Em entrevista à Secom UnB, o jornalista e professor aposentado da FAC fala sobre os desafios à frente da EBC

Hélio Doyle: "Nossa principal tarefa, no momento, é fazer uma separação clara entre o que é informação pública e informação de governo". Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

 

O jornalista e professor aposentado da Faculdade de Comunicação da UnB Hélio Doyle (72) foi nomeado pelo presidente Lula em 14 de fevereiro como o novo presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Natural do Rio de Janeiro, Hélio é formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília, onde cursou o mestrado em Comunicação. Lecionou durante 28 anos na UnB, de 1985 a 2013.

Com uma carreira dinâmica, atuou em várias frentes. Foi repórter, editor e chefe de redação em diferentes veículos no país. Nas décadas de 1970 e 1980, colaborou com a revista norte-americana Time e com a Deutsche Presse Agentur. Presidiu o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal de 1980 a 1986. Trabalhou ainda como assessor de imprensa e consultor de comunicação, fundando, em 2005, a WHD Comunicação.

Recebeu diversos prêmios, entre eles, o Abril de Jornalismo, em 1978, pelo conjunto de reportagens políticas publicadas na revista Veja e o Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, em 1991, na categoria Programa de Televisão com Os fonemas da alegria, do programa Estação Ciência. É também autor de três livros e diretor de quatro documentários, três deles premiados.

No Distrito Federal, foi secretário de governo de Cristovam Buarque e de articulação institucional do ex-governador Joaquim Roriz. Em 2015, foi chefe da Casa Civil na gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB) no DF. Mais recentemente, fez parte da equipe de comunicação na campanha de Leandro Grass (PV) ao GDF e integrou, na esfera federal, o grupo técnico de comunicação na transição de governos, antes de ser nomeado para a presidência da EBC. A Secretaria de Comunicação (Secom) da UnB conversou com Hélio Doyle sobre a sua nomeação.

Antes de tudo, parabéns! Ficamos muito felizes com a notícia. Como se sente com a nomeação?

Sinto-me animado em participar, na EBC, deste momento de retomada e reconstrução da comunicação pública no país. É um desafio grande, mas acredito que a EBC retomará seu projeto interrompido em 2016.

Há uma expectativa muito grande sobre os rumos que a Empresa Brasil de Comunicação irá seguir no atual governo. Tendo em vista os fortes ataques que a empresa sofreu anteriormente, inclusive com ameaças de privatização, qual a importância de uma estrutura de comunicação como esta e o que o novo governo representa para a retomada da comunicação pública como política de Estado no Brasil?

Nossa missão principal é restaurar a comunicação pública da EBC, como um sistema complementar ao privado e ao estatal, conforme prevê a nossa Constituição Federal. Nós vemos a EBC como um grande instrumento que o país tem para fazer uma comunicação pública eficiente, que chegue realmente às pessoas. Queremos fazer uma comunicação isenta, de qualidade, independente. E o jornalismo vai ser um carro-chefe nesse sentido. Ao mesmo tempo, queremos prestar ao governo serviços de qualidade para sua comunicação.

Quais seriam as prioridades nesse primeiro momento e como imagina que estará a EBC daqui a quatro anos, ao final do mandato do presidente Lula? Quais são os maiores desafios na sua opinião? Haverá investimento em novas estratégias de comunicação, considerando, por exemplo, maior presença na TV aberta, rádios FM e disputa de espaço na internet?

Nossa principal tarefa, no momento, é fazer uma separação clara entre o que é informação pública e informação de governo. Nos últimos anos, essas duas dimensões se misturaram na EBC, prejudicando a qualidade da comunicação pública, que é a missão principal da empresa, e fazendo propaganda do governo, o que não é papel da empresa. Neste momento, estamos trabalhando intensamente para redesenhar as áreas de produção de conteúdo para poder ter a comunicação pública, que é o nosso foco principal, e prestar serviços de comunicação governamental. Espero que ao final dos quatro anos essa separação esteja consolidada.

Como suas experiências anteriores podem ajudá-lo a desempenhar bem essa importante função? Existe previsão de parceria entre EBC e universidades na produção de conteúdo, por exemplo? Alguma ação específica envolvendo a Universidade de Brasília?

Estamos em articulação com a rede de universidades públicas federais, por meio da Andifes, para estabelecer parcerias para a troca de conteúdos, em especial com as emissoras universitárias de rádio e TV. Temos muito interesse em ampliar a cobertura dos nossos veículos sobre ciência e tecnologia e a universidade é um espaço privilegiado para essas pautas. A UnB certamente é uma potencial parceira a partir dos conteúdos produzidos pela UnBTV. Minha experiência profissional como jornalista, documentarista e professor universitário e minha vivência política certamente me ajudarão a cumprir essa tarefa.

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