Realizada na quarta (19), a Feira de Inovação e Tecnologia (FIT) é oportunidade para estudantes apresentarem projetos elaborados nas disciplinas e nas atividades de pesquisa, desenvolvidas ao longo do semestre. Tudo sob o olhar curioso da comunidade, convidada a conhecer o que se faz na Universidade.
Sediada na Faculdade UnB Gama (FGA), a FIT acontece desde de 2018 e está na sétima edição este ano. No evento, estavam expostos protótipos desenvovidos na disciplina Projeto Integrador II, como explicou o docente de Engenharia de Energia Alex Reis, coordenador da FIT.
A FGA é o campus da Universidade de Brasília dedicado aos cursos de graduação de diversas áreas da engenharia. Por isso mesmo, visitantes e colegas discentes e docentes depararam-se com projetos inventivos, com olhar em sustentabilidade, praticidade e eficiência. Exemplo é a proposta que une tecnologia, meio ambiente e manejo adequado de lixo tóxico por meio de uma máquina de descarte de pilhas.
UNB FAZ, COMUNIDADE VÊ E PARTICIPA – Para facilitar o momento de pintar uma parede, o Robô Pintor define em seu sistema o espaço que irá receber a coloração e, com isso, o único trabalho é apertar um botão. Para o estudante de Engenharia de Software Yudi Yamane, é sempre interessante apresentar para o público e perceber a vontade das pessoas de interagir e entender como funciona o protótipo.
“É uma troca de experiências: a pessoa aprende um pouquinho de como foi executado o projeto e o estudante também aprende com o novo ponto de vista, oferecido pelo visitante", mencionou. Yudi Yamane e outros 15 colegas passaram quatro meses desenvolvendo o funcionamento do robô que pode, inclusive, ser aplicado na rotina de pessoas com dificuldades de locomoção.
Reunindo estudantes dos cursos de Engenharia Eletrônica, de Software e de Energia, o projeto MiAuFeeder é uma máquina automática para alimentar animais de estimação. Com o apoio de um aplicativo, o usuário será capaz de programar os horários para comer e a quantidade de ração que deve ser fornecida ao pet.
João Victor Valadão, discente de Engenharia de Software, contou que a reeducação alimentar dos bichos de estimação foi um dos pontos levantados pela equipe para o desenvolvimento do projeto.
“Assim que um horário é definido, o primeiro motor libera a ração, que cairá na bandeja em baixo. Lá há uma balança que faz medição da quantidade pré-determinada. Daí, é acionado o segundo motor que despeja o conteúdo no comedouro. A ração fica disponível durante o tempo programado e, depois, possíveis restos são coletados para dentro da bandeja, que realizará uma nova pesagem para identificar se o animal comeu ou não”, detalhou.
SAÚDE E APRENDIZADO DE FORMA LÚDICA – Com símbolo da maior ave brasileira estampando a marca, o projeto Empoderamento, Mobilidade e Autonomia (EMA) foi criado em 2015 em parceria dos cursos de Engenharias, Fisioterapia e Educação Física. O grupo atua com pessoas paraplégicas e tetraplégicas na utilização de tecnologias de reabilitação.
É o caso de um triciclo adaptado que gera estímulos elétricos para que pacientes com paralisia nos membros realizem o movimento da pedalada. O atleta paralímpico Estevão Lopes participa do projeto desde o início. Ele conta que, com o uso da tecnologia, percebeu benefícios em seu corpo.
Começar a testar a tecnologia, contudo, não foi tão simples. Isso porque Estevão pensava ser impossível conseguir pedalar. “Após muita insistência de uma das fisioterapeutas, resolvi experimentar e digo que foi amor ao primeiro choque. Depois que meu músculo foi estimulado pela primeira vez, eu não parei mais”, diz.
Coordenador do projeto EMA, o professor de Engenharia Elétrica Roberto Baptista também é responsável por outros protótipos expostos da FIT. Um deles é tocado pela equipe Unbeatables, do termo em inglês imbatíveis: com o robô NAO, participam de competições de futebol de robôs humanoides. Além disso, a invenção é levada às escolas para ensinar robótica de forma interativa aos estudantes mais novos.
“É uma oportunidade que temos para estudar a robótica em si, a tecnologia, a parte da visão computacional e a área de Inteligência Artificial (IA). E, a partir desses conhecimentos, conseguimos criar algo que aplicamos no nosso dia a dia”, elencou a discente de Engenharia Eletrônica Fernanda Diniz, participante do projeto.
Segundo o docente Roberto Baptista, o principal é que estudantes obtenham a experiência de trabalhar com um equipamento de alta complexidade. “Esse projeto é fundamental para que alunos realmente implementem o que aprendem em sala de aula, em uma plataforma robótica avançada", destaca.
*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.