CONSCIENTIZAÇÃO

Durante oito finais de semanas consecutivos, o Primatas do Cerrado realizou diferentes atividades educativas, com banners, jogos, trilha guiada e livreto

Ações envolveram público de diferentes faixas etárias e contou com a utilização materiais lúdicos e ilustrativos para conscientizar os frequentadores do parque. Foto: Arquivo pessoal

 

Com o objetivo de compartilhar conhecimento acerca do macaco-prego-amarelo, o projeto de extensão Primatas do Cerrado, do Instituto de Ciências Biológicas (IB), realizou ações durante 16 dias de agosto e setembro, aos sábados e domingos, no Parque Nacional de Brasília (PNB).

As atividades educativas foram realizadas em parceria com o Programa de Voluntariado do ICMBio, com ações focadas na interação do público com os primatas em seu habitat natural. O projeto, iniciado em 2020, atua em duas vertentes: divulgação científica nas redes sociais e educação ambiental, como a desenvolvida no PNB.

“O intuito desse contato presencial com o público é trazer uma nova visão sobre situações que muitas vezes eles desconhecem, como os prejuízos decorrentes da oferta de alimentos aos macacos, por exemplo”, explica Jéssica Mendes, coordenadora-adjunta e pós-graduanda em Biologia Animal.

Extensionistas do projeto da UnB e voluntários do ICMBio participaram da ação, com foco em melhorar a relação conflituosa entre os macacos-prego e usuários das piscinas. Foto: Arquivo Pessoal

 

“Em ambas as atuações, buscamos fazer com que a população simpatize com os animais e entenda a importância deles para a natureza, o porquê protegê-los e conservá-los”, diz Samara Teixeira, que também é doutoranda em Biologia Animal e coordenadora-adjunta da extensão. Segundo ela, é preciso realmente trazer essa consciência ecológica para a sociedade.

PRIMATAS DO CERRADO – Essa foi a primeira ação externa do projeto e contou com a participação de 35 voluntários de diversas áreas, oito extensionistas de Ciências Biológicas e Medicina Veterinária, as duas coordenadoras-adjuntas e a coordenadora-geral, professora Maria Clotilde Tavares, do Departamento de Ciências Fisiológicas.

Na oportunidade, o grupo orientou os visitantes sobre a maneira apropriada de interagir com os macacos e os riscos da alimentação indiscriminada. Também repassaram informações para desmistificar preconceitos a respeito dos primatas, combatendo percepções negativas e destacando o papel ecológico dos macacos.

“A educação ambiental é a chave para a conservação das espécies. Estamos perdendo populações de primatas e outros animais devido ao tráfico de animais silvestres e destruição de seus hábitats, e o impacto desses desastres afeta a todos nós”, destaca Maria Clotilde.

O macaco-prego-amarelo é uma espécie comum nos biomas do Cerrado e da Caatinga. Mas, desde 2015 é classificada como quase ameaçada de extinção, em consequência da constante redução dos habitats, devido à expansão urbana e agrícola.

A ação contou com diversos materiais, como: banners, jogos interativos e trilhas ecológicas, enriquecendo a experiência dos visitantes de todas as idades. Foto: Arquivo Pessoal

 

“Quanto mais envolvimento tivermos da sociedade, mais fácil fica preservá-los. Afinal, cuidamos daquilo que conhecemos, não é mesmo?”, salienta Jéssica Mendes. Segundo ela, temos que compreender que sem esses animais não há florestas e perceber que sem eles haverá um desequilíbrio ecológico enorme.

A ação educativa contou com financiamento da International Primatological Society, por meio do edital Lawrence Jacobsen Education Development. As atividades com primatas tiveram início no Centro de Primatologia (CP), onde diversas pesquisas foram desenvolvidas sob orientação da coordenadora-geral do projeto.

Ainda não há expectativa de outra ação presencial, mas a equipe se diz aberta à convites de escolas públicas, instituições e ONGs que tenham interesse em conversar sobre a importância dos primatas e apresentar as espécies presentes no bioma Cerrado às pessoas.

“Ainda temos o trabalho nas redes sociais, onde os extensionistas são treinados para transmitirem o conhecimento científico ao público externo, utilizando-se de uma linguagem acessível e lúdica”, relembra Samara Teixeira. “Toda a atuação do projeto tem como intuito popularizar o conhecimento que está sendo desenvolvido no meio acadêmico, mostrando a relevância da educação ambiental para a população”, enfatiza.

 

 

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