Nesta segunda-feira (25), estudantes, professores e pessoas da comunidade se juntaram para conversar e conhecer um pouco mais sobre a cultura indígena. No Centro de Convivência Multicultural dos Povos Indígenas da UnB, a Maloca, uma oficina ao ar livre ensinou sobre a vasta variedade de plantas e ervas medicinais usadas pelos povos indígenas brasileiros.
“O urucum e o boldo são ótimos para ajudar no sistema digestivo, assim como o anis estrelado e a guiné são bons anti-inflamatórios. Já o aloe vera, extraído da babosa, é bastante usado para tratamentos de pele e cabelo”, explicou a assistente social Cláudia Renault, responsável pela oficina e pela Coordenação Indígena da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da UnB.
Na roda de conversa, o estudante indígena do curso de Antropologia Renan Silva destacou alguns assuntos: os anciãos curandeiros indígenas e a importância de manter viva a cultura ancestral dos povos. “É importante lembrar que os conhecimentos são passados por dialética, não existe um ensinamento. São transmitidos dos mais velhos aos mais novos”, disse Renan.
Já a discente indígena Lilian Pecha, do curso de Direito, contou sobre suas experiências como parte de uma família de indígenas benzedeiros e curandeiros. “Na nossa cosmologia, não é só uma terra, é morada da nossa espiritualidade, das nossas plantas medicinais”, descreveu a estudante, pertencente ao povo Tukano.
Renan Silva também comentou sobre a falta de assistência do governo em relação à saúde indígena e como isso afetou as comunidades na pandemia de covid-19. Os indígenas utilizaram conhecimentos ancestrais sobre terras e plantas para se proteger do vírus, até então desconhecido. “O povo indígena se protegeu com o que tinha. Não teve assistência. Os postos de saúde são sempre longe das comunidades”, explicou.
>> Relembre a atuação da UnB com indígenas durante a pandemia
Além de tirar dúvidas, os participantes tiveram a oportunidade de tocar, manusear e conhecer um pouco mais sobre os diversos tipos de plantas, sementes, folhas e ervas medicinais. Mudas de arruda e boldo, entre outras plantas, também foram sorteadas aos participantes. Durante toda a Semana Universitária, o contato com a cultura indígena continuará a ocorrer na Maloca, sede de eventos, exposições, palestras e oficinas para toda a comunidade.
FAC NA SEMUNI – A Semana Universitária 2023 está a todo vapor! Até 29 de setembro, estudantes, professores, técnicos, pesquisadores e comunidade externa circulam pelos campi, envolvidos em centenas de atividades que apresentam a UnB e suas ações de ensino, pesquisa e extensão ao público.
Uma equipe de estudantes da disciplina Apuração Jornalística, da Faculdade de Comunicação, está acompanhando a programação e produzindo registros como o que você leu agora.
Para eles, uma oportunidade ímpar de praticar o que aprendem. Para o público leitor, a chance de ficar ainda mais bem informado sobre o que acontece na Semana Universitária. Fique ligado nos canais oficiais da Universidade de Brasília e aproveite o resultado dessa parceria.
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Veja como foi a abertura da Semana Universitária:
*estudante de Jornalismo da Faculdade de Comunicação (FAC), sob supervisão do professor Sérgio de Sá