“O Brasil ocupa o 5o lugar no ranking de violência contra a mulher. Vamos mudar isso?”. “Queremos uma sociedade sem feminicídio. Nossas vidas importam!”. Essas são algumas frases presentes em dezenas de cartazes afixados próximo ao anfiteatro 9 do ICC Sul como parte da mobilização do Dia Laranja pela Eliminação da Violência Contra a Mulher.
Promovido Diretoria de Diversidade (DIV) do Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) da UnB, em parceria com a ONU Mulheres, a mobilização acontece no dia 25 de cada mês. Dessa vez, a programação foi iniciada com a oficina de cartazes. “Nossa proposta foi fazer um ato que chame atenção das pessoas de dentro da Universidade, porque já percebemos que, muitas vezes, só participam dos debates quem está sensibilizado pela causa. Então, pensamos uma atividade que realmente jogasse luz no tema”, explica Silvia Bandim, diretora na Coordenação dos Direitos da Mulher da DIV.
Após a oficina, os participantes interagiram em uma roda de conversa onde foram apresentadas as ações executadas pela Diretoria no primeiro semestre do ano. Entre os resultados, está o Relatório de construção coletiva de ações para o enfrentamento da violência contra mulheres na UnB - um plano de ação elaborado com a participação de mais de 60 mulheres, com as estratégias a serem adotadas pela DIV na eliminação das mais variadas formas de discriminação e violência.
Outro avanço é a estruturação de uma rede de cuidado e apoio às mulheres vítimas de violência na UnB, com atores internos e externos, como a Ouvidoria da instituição, a Defensoria Pública de Mulheres, a Delegacia da Mulher e a Casa da Mulher Brasileira. Por meio dessas parcerias, a Diretoria estabeleceu um fluxo de acolhimento e encaminhamento das mulheres que sofram violência de gênero.
Também foi apresentado o Plano de Respeito à Diversidade, disponível na DIV em versão preliminar para consulta e colaboração da comunidade universitária, cujo objetivo é ser uma complementação ao Estatuto e Regimento Geral e ao Código de Ética adotados pela UnB. “A regulamentação que existe é muito aberta, não prevê punições específicas. A ideia é que sejam configurados esses crimes relacionados à diversidade e às questões de gênero”, explica Bandim.
Entre as atividades realizadas constam reuniões com discentes, docentes, técnicos e coletivos feministas da UnB, bem como encontros e debates, a exemplo da aula pública Violência contra as mulheres: o que é, o que fazer, como encaminhar?, e do debate Violência Contra Mulheres Transexuais, Bissexuais e Lésbicas: Contextos e Enfrentamentos. Outra ação é o Cine DIVas, que quinzenalmente exibe filmes com a temática de gênero e posterior discussão sobre os direitos das mulheres no campus. O balanço completo do período está disponível no Relatório de Atividades e Eventos da Diretoria de Diversidade.
Encerrando a programação do dia, foram reunidas sugestões para uma carta coletiva destinada aos candidatos à Reitoria solicitando que se comprometam com as demandas da luta pelos diretos da mulher na instituição. A estudante de Ciências Sociais e integrante do Coletivo Afetadas Letícia Maia tem acompanhado todos os Dias Laranja e opina: “é importante combater a violência contra a mulher. Essa discussão não é muito comum dentro da Universidade, por isso, a mobilização é essencial. As pessoas, às vezes, naturalizam a violência de gênero, ou não sabem bem o que é ou como acontece”. Além do Coletivo e da ONU Mulheres, também estiveram presentes integrantes da Secretaria de Diversidade do Partido Verde que, por meio do projeto #ApitAção, apoiam a causa.
COLABORE – Dúvidas e contribuições sobre documentos apresentados pela DIV podem ser tratadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., pelo telefone 3107-5645 ou presencialmente na Diretoria, localizada na Sala AT 199/7, ICC Sul, campus Darcy Ribeiro.
SOBRE – O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, quando lançou a campanha UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres (2008), proclamou que o dia 25 de cada mês seria o Dia Laranja, uma oportunidade para ampliar a conscientização e agir pela eliminação da violência contra mulheres e meninas. A cor, simbólica, foi escolhida por ser vibrante e otimista.