Nascido em Barra do Piraí (RJ), Diogo Monzo, 31 anos, despertou o interesse pela música aos 12. Começou a fazer aulas de percussão e aprendeu principalmente a tocar pandeiro. Também fez aula de canto. Foi quando descobriu outro instrumento pelo qual nutriu uma verdadeira paixão: o piano.
“Eu o tocava de vez em quando, até que o professor de piano da escola de música, Rogério Toledo, entendeu que eu tinha muita facilidade para aprender e decidiu investir em mim. Ele me deu aula de graça, pois eu não tinha como pagar, e foi quem me preparou para o vestibular em Música”, conta, agradecido, Diogo Monzo. Formado em Piano Clássico pelo Centro Universitário Conservatório Brasileiro de Música, ele hoje é mestrando do Programa de Pós-graduação Música em Contexto, da Universidade de Brasília.
De lá pra cá, atuou, durante quatro anos, como ministro de Música da Segunda Igreja Batista de Barra do Piraí, onde desenvolveu projetos com coros de todas as faixas etárias. Fundou uma escola de artes, desenvolveu projetos sociais na área de música – que atenderam mais de 200 crianças e suas famílias – e produziu musicais com a participação de mais de 300 pessoas. “Tive um crescimento musical de um valor inestimável lá”, relembra o estudante.
Monzo, que já escreveu um livro e produziu dois CDs – Hinos Tradicionais Sob Uma Nova Concepcão e Meu Samba Parece Com Quê? –, foi escolhido um dos melhores instrumentistas de 2015 pela edição especial Melhores da Música Brasileira, do site Embrulhador. Também ficou entre os Top 5 na Made in New York jazz competition, o que lhe renderá participação no Gala Concert, no próximo dia 21, no Tribeca Performing Arts Center.
“Foi a primeira vez que participei de uma competição internacional”, afirma o estudante da UnB. “O fato de estar entre os melhores faz a gente se ver em outra perspectiva, não tão distante dos outros músicos do mundo. Muitas vezes não observamos ou nem mesmo paramos para pensar o quanto já crescemos como músico, como artista e o quanto ainda precisamos melhorar.”
O pianista se sente orgulhoso por poder mostrar o bom trabalho que tem sido feito no país. “Representar a UnB e o Brasil é uma oportunidade fantástica, traz um sentimento muito bom. A música brasileira é rica e respeitada, vários músicos têm representado o país pelo mundo e tornado a nossa música cada vez mais conhecida. E eu quero ser mais um”, almeja.
Em Nova Iorque, no Gala Concert, Diogo Monzo tocará quatro músicas com artistas consagrados do jazz, como Federico Malaman, Tommy Campbell, Yiannis Papadopoulos, Yaacov Matman, Rufus Reid, Bob Sanabria, Philip Harper e João Barradas. “Será uma oportunidade de conhecer de perto esses grandes músicos. Poder tocar com eles será uma experiência incrível e única”, declara Monzo.
OUTROS PRÊMIOS – Além do bom resultado na competição Made in New York Jazz, o mestrando da UnB também espera conquistar o Prêmio da Música Brasileira. Monzo é um dos indicados para a audição 2016 do prêmio pelo trabalho produzido no CD Meu Samba Parece Com Quê?, em que há seis composições próprias e outras três de músicos como Tom Jobim e Newton Mendonça, Ernesto Nazareth e Nabor Nunes Filho. “Esse CD foi gravado em Brasília e é de trio (baixo, piano e bateria), exceto a primeira música, um quarteto com a participação do sax soprano”, explica Diogo Monzo. “Mas a caminhada musical não tem um fim, sempre há novos desafios”, finaliza o estudante pianista.