O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade de Brasília aprovou, por unanimidade, a Política de Inovação da instituição, em reunião na última sexta-feira (31). O documento traz princípios para nortear as ações de promoção da inovação na UnB de maneira transversal. A política já havia sido discutida e aprovada, também por unanimidade, no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), no final do ano passado.
“Este é um divisor de águas para a UnB, assim como foi o Plano de Internacionalização, pois é o primeiro documento de nossa história que versa sobre o tema da inovação”, destacou o vice-reitor Enrique Huelva. “A política traz princípios que vão orientar as nossas ações no que diz respeito à inovação e à transferência tecnológica, considerando toda a amplitude e complexidade da atuação da Universidade”, acrescentou.
“Com a política de inovação, atendemos a exigências legais sem deixar de considerar as muitas especificidades da UnB”, comentou a decana de Pesquisa e Inovação (DPI), Maria Emília Walter. Um exemplo é a clara referência ao apoio à inovação em políticas públicas, algo relacionado à localização geográfica da instituição, que mantém muitos projetos junto ao poder público. Também há destaque para a inovação tecnológica no âmbito das ciências sociais.
A diretora de Pesquisa do DPI, Cláudia Amorim, lembrou que a construção do documento foi democrática. “Foi um processo lento, em que reunimos um grupo de trabalho para estudar o assunto e ouvir todas as unidades acadêmicas”, frisou. O tema foi discutido em duas reuniões do Cepe, antes de ser aprovado pelo colegiado.
No parecer sobre o texto, o diretor do Instituto de Ciências Biológicas (IB), Jaime Santana, destacou a qualidade do trabalho. “Essa resolução representa um passo necessário para a internalização dos marcos de CT&I [Ciência, Tecnologia e Inovação] pela UnB e a transparência das normas internas a serem observadas na relação institucional com entidades nacionais e internacionais públicas e privadas”, escreveu o docente.
ALERTA – Na reunião, o professor Marcelo Brígido, representante do IB no Consuni, leu uma carta assinada por três docentes da área de Biologia Evolutiva, com alerta sobre o potencial dano de ensinar o criacionismo “como alternativa à teoria evolutiva desde a educação básica”. Tal hipótese foi levantada pelo recém-empossado presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Benedito Guimarães Neto, em outubro passado – algo que alarmou a comunidade científica brasileira.
A manifestação das docentes do IB foi aprovada por aclamação pelos conselheiros. “O criacionismo não é reconhecido pela comunidade científica de nenhum país. (...) A Teoria Evolutiva fornece bases para entender fenômenos cotidianos, como restrições ao uso de antibióticos, e é ensinada nas escolas do mundo todo porque induz o aluno a pensar, associar fatos e tirar suas próprias conclusões”, diz a carta.
>> Leia a íntegra da manifestação subscrita pelo Consuni
MODERNIZAÇÃO – Durante o Consuni, o diretor do Arquivo Central (ACE), Rodrigo de Feitas, apresentou um módulo do SIGRH (sistema de gestão integrada da Universidade) que reúne as normas da instituição – tanto o Estatuto e o Regimento Geral quanto as aprovadas pelos conselhos superiores. Para usuários, o módulo SIGRH – Colegiados está acessível no menu Consultas > Resoluções.
>> Link está disponível à comunidade em geral
“Sempre tivemos dificuldade para encontrar, de forma rápida, os normativos e as resoluções da UnB. Com essa ferramenta, isso começa a ser resolvido”, pontuou a reitora Márcia Abrahão. Já estão disponíveis todas as resoluções do Consuni, do Cepe e do Conselho de Administração (CAD), de 2010 a 2019. O trabalho de inserção continua. A previsão é que o módulo também permita a convocação para as reuniões de colegiado, simplificando o trabalho da Subsecretaria de Órgãos Colegiados (SOC).
Os conselheiros também aprovaram a outorga de títulos a três membros da comunidade universitária: para o docente Nielsen de Paula Pires, o de Professor Emérito, proposto pelo Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam); para o servidor técnico Eliésio Alcântara Lima, o Mérito Universitário, proposto pela Faculdade de Ciências da Saúde (FS); e para o economista estadunidense Thomas J. Sargent, o de Doutor Honoris Causa, proposto pela Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas (Face).
Matéria atualizada em 6/2/2020 para disponibilização da Política de Inovação.