OPINIÃO

José Carmine Dianese é professor emérito da UnB, PhD em Fitopatologia pela University of California-Davis, Fellow da  American Phytophological Society (APS), recipiente do Emil Mrak International Award-Univ. of California-Davis, Honoray Member-Mycological Society of America, Membro Honorário da Associação Latino-Americana de Micologia, ex-Diretor do Instituto de Ciências Biológicas da UnB. Foi membro do Permanent Nomenclature Committee for Fungi da Intern. Assoc. of Plant Taxonomists, além de membro do Executice Committee da International Mycological Association e do Mycology Committee da APS.

José Carmine Dianese

 

Texto sobre o legado da professora Mariza Sanchez do Instituto de Ciências Biológicas, falecida em 28 de novembro de 2015.

 

Em meados de 1980, Mariza Sanchez então docente da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi admitida no Mestrado em Fitopatologia da UnB e, sob minha orientação trabalhou e concluiu o seu mestrado, produzindo uma dissertação que equivale, a algumas das teses de doutorado produzidas Brasil afora. Após o mestrado retornou à UFU e pouco tempo depois ela se aposentou precocemente.

 

Voltou a Brasília e iniciou uma luta que viria a durar quase 24 anos na UnB. Naquela época, o desafio era identificar os fungos do Cerrado que eram coletados pelos alunos de pós-graduação como um requisito da disciplina Fungos Fitopatogênicos. Estimulado pelos próprios alunos e pela Profa. Mariza Sanchez, decidi aceitar o desafio de melhor conhecer os fungos do Cerrado. Para isso foi imprescindível a parceria com a Profa. Mariza Sanchez. Assim, ao enxergarmos a importância de se coletar e depositar na UnB em caráter permanente, um patrimônio biológico de imenso valor, foi iniciada o que é hoje a Coleção Micológica do Herbário UB (Universidade de Brasília), originalmente implantada graças a financiamento da Fundação Banco do Brasil e CNPq.

 

Logo no início, a Profa. Mariza Sanchez assumiu o controle do livro-tombo da Coleção onde, do próprio punho, preencheu a grande maioria dos registros de todos os seus atuais 8 volumes. Participou de coletas de fungos inclusive nas áreas mais remotas do Cerrado Brasileiro (ver mapa) e sua dedicação durou de 2 de outubro de 1991 até agosto de 2014 quando ela inscreveu no livro-tombo o seu último registro, o de número 23.088, três meses antes de sua demissão imposta no dia 30 de novembro de 2014, um ano antes de sua morte no mesmo mês em 2015.

 

Na UnB foi voluntária, bolsista ITI e Professor substituto, nos primeiros 6 anos; tornou-se curadora da Coleção Micológica contratada pelo Prof. Lauro Morhy como prestadora de serviços, assim permanecendo por mais de 18 anos. Leia a íntegra do artigo.

 

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