Na última quinta-feira (13), o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade de Brasília definiu os membros representantes das unidades acadêmicas que farão parte do comitê assessor do Banco de Professor Equivalente (BPEq). O comitê, cuja formação foi estabelecida por resolução do conselho, deve propor diretrizes para a gestão das vagas de docentes na Universidade.
“O comitê assessor não é uma instância deliberativa; ele vai elaborar propostas para subsidiar as decisões do Cepe e das câmaras vinculadas ao conselho”, explicou o vice-reitor, Enrique Huelva. “Isso dará mais transparência ao processo de contratação e distribuição das vagas de professores”, detalhou. A escolha dos membros foi feita por votação, a partir de nomes indicados pelos institutos e faculdades, agrupados nas quatro grandes áreas do conhecimento.
Os eleitos para o comitê do Bpeq são: Emerson Fachin Martins, da Faculdade UnB Ceilândia, Luiz Guilherme de Oliveira, da Faculdade UnB Planaltina, Regina Dalcastagnè, do Instituto de Letras, e Eiiti Sato, do Instituto de Relações Internacionais. Além deles, compõem o grupo as decanas de Graduação, Pós-Graduação e Gestão de Pessoas e o vice-reitor.
O Cepe também definiu os representantes de unidades acadêmicas que farão parte da comissão de internacionalização da UnB. Para esse grupo, foram eleitos: Laila Salmen Espindola, da Faculdade de Ciências da Saúde, Sérgio Sauer, da Faculdade UnB Planaltina, Denise Bomtempo, do Instituto de Ciências Humanas, e Carlos Benedito Martins, do Instituto de Ciências Sociais.
A comissão será responsável por delinear as prioridades estratégicas e os eixos de ação da internacionalização da UnB. Também fazem parte do grupo as decanas de Graduação, Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação e Extensão, além do vice-reitor, da chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais e de dois representantes dos estudantes (ainda a serem indicados ao Cepe).
SISUnB – Durante a reunião, a decana de Ensino de Graduação, Cláudia Garcia, apresentou dados sobre o impacto da implantação do Sistema Informatizado de Seleção dos Cursos de Graduação da UnB (SISUnB). Em vigor desde o segundo semestre do ano passado, o SISUnB permite que o candidato use a nota atingida durante o processo seletivo para mudar a pré-opção do curso. É possível alterar a graduação, o turno e/ou o campus inicialmente selecionado.
“Sessenta por cento dos candidatos selecionados pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS) , no fim do ano, ingressaram em um curso diferente do apontado na primeira opção”, disse a decana. “Ou seja, eles entraram por conta da nota, sem levar em conta a vocação”, ressaltou. Os números foram passados à UnB pelo Cebraspe, responsável pelos processos seletivos.
Os casos mais emblemáticos estão nas graduações da área de saúde. “Boa parte das vagas foi preenchida por alunos que, originalmente, queriam ingressar em Medicina.” No curso de Odontologia, por exemplo, 91% das vagas foram ocupadas por estudantes que não tinham essa graduação como primeira opção. A preocupação é que esses movimentos aumentem as taxas de evasão e de retenção da Universidade.
Muitos conselheiros ponderaram que a implantação do SISUnB é recente e que, portanto, não é possível concluir se há prejuízo à UnB. “Acho difícil tirarmos qualquer conclusão neste momento. É comum que muitos alunos se apaixonem pelo curso com o passar dos semestres”, lembrou o professor Donald Pianto, do Instituto de Ciências Exatas.
Para o professor Alexandre Romariz, da Faculdade de Tecnologia, nem sempre o estudante que ingressou no curso desejado se torna o mais preparado para seguir naquela graduação. “Vejo isso acontecer com frequência no meu curso, a Engenharia Elétrica, que tem carga grande de disciplinas na área de Matemática, o que pode afastar alguns alunos”, argumentou. Uma comissão será criada, no âmbito da Câmara de Ensino de Graduação (CEG), para avaliar o desempenho acadêmico dos estudantes que entraram via SISUnB.
ESPECIALIZAÇÕES – O Cepe discutiu, ainda, a situação dos cursos de especialização ofertados pela UnB. Parte dos conselheiros manifestou preocupação com o arquivamento da PEC 395, que tratava da cobrança de mensalidade na pós-graduação lato sensu e que foi derrubada na Câmara dos Deputados no fim de março.
Na semana passada, a Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação (CPP) emitiu uma carta lamentando o arquivamento da PEC e sugerindo ao Cepe que se manifeste favoravelmente à cobrança de mensalidades. O assunto, entretanto, não é consenso na comunidade universitária. Nesta quinta-feira (20), o Supremo Tribunal Federal deve analisar um caso específico sobre esse tema.