A diretora de Relações Internacionais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Concepta Margaret McManus Pimentel, foi convidada pelo Decanato de Pós-Graduação (DPG) para um encontro com docentes da Universidade de Brasília para tratarem sobre os desafios e as estratégias para internacionalizar a pós-graduação.
Entre as estratégias apontadas pela diretora da Capes para galgar bons resultados na internacionalização acadêmica estão as parcerias estratégicas. “É preciso escolher parceiros de pesquisas de acordo também com o impacto de suas publicações. Não basta ser uma instituição de fora, é preciso verificar em quais áreas essa instituição tem publicado com alto fator de impacto”, sustentou.
Dados apresentados pela gestora indicam que 63% dos pesquisadores brasileiros não se relacionam com pesquisadores do exterior, o que resulta em um impacto de suas publicações 40% menor do que aqueles que têm algum vínculo. As parcerias entre academia e indústria também estão em descompasso quando comparadas a países que têm feito ciência de ponta. “A UnB tem muitas relações no mundo inteiro, mas precisa pensar em como aproveitar melhor essas relações e ser mais solicitada no cenário internacional”, afirmou a diretora.
Outras estratégias foram enumeradas por Concepta Pimentel: melhorar o nível linguístico dos alunos da pós-graduação, considerando o inglês como idioma predominante na produção científica mundial; disponibilizar versões dos sites dos programas de pós-graduação em inglês; buscar apoio de agências internacionais de financiamento; adotar estratégias para atrair mais alunos e pesquisadores para o país.
“Temos dedicado esforços no sentido de internacionalizar os programas de pós-graduação da UnB. Queremos melhorar nossa capacidade de emplacar pesquisas com recursos internacionais, de publicar mais com recursos de fora. O Brasil ainda é muito dependente de outros países em termos de recursos científicos e tecnológicos. Propiciar esse intercâmbio científico e cultural é importante para alcançarmos um nível de excelência”, afirmou a decana de Pós-Graduação, Helena Shimizu.
NOVIDADE – De acordo com Concepta Pimentel, para o segundo semestre a Capes lançará novo edital, ainda em elaboração, visando fomentar a internacionalização da pós-graduação. “Estamos pensando em um programa no qual a instituição proponha metodologias de internacionalização de acordo com sua realidade. Para isso, orientamos que a Universidade faça um planejamento estratégico baseado na sua realidade e, por meio de uma comissão representativa, identifique quais são seus parceiros internacionais estratégicos e áreas prioritárias”, esclareceu a gestora.
Informações detalhadas sobre o certame ainda não estão disponíveis. Contudo, recentemente a proposta foi apresentada aos pró-reitores de cada uma das regiões do país. “A importância desse edital será de trazer maior organicidade para as interações internacionais e de atrair pesquisadores e estudantes do exterior para fazerem pesquisas e estudarem no Brasil”, opina Sônia Báo, professora do Instituto de Ciências Biológicas da UnB e integrante do Grupo de Trabalho da Capes responsável pelas diretrizes e implementação do novo programa de internacionalização das Instituições de Ensino Superior do País.
SOBRE – Promovida pelo Decanato de Pós-Graduação, a palestra Desafios e Estratégias para Internacionalização dos Programas de Pós-Graduação integra as iniciativas do DPG para apoiar o fortalecimento deste nível de ensino na UnB. O encontro, aconteceu na última sexta-feira (5), no auditório do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT/UnB). Em meses anteriores, o presidente da Capes, Abílio Baeta Neves, e a diretora de Avaliação do órgão estiveram na UnB tratando sobre internacionalização das universidades e sobre critérios de classificação para cursos de pós-graduação.
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