Um sorriso no rosto, um abraço, um convite para se divertir, palavras esclarecedoras e uma pergunta: Posso ajudar? Assim, 135 tutores voluntários, deram as boas-vindas aos aprovados em primeira chamada na UnB pelo SiSU e Vestibular para cursos que exigem Habilidade Específica (VHE) durante o registro acadêmico. A etapa presencial ocorreu nesta quinta (31) e sexta-feira (1°), nos quatro campi.
No campus Darcy Ribeiro, os tutores mobilizaram-se para tornar o primeiro contato dos novos estudantes com a Universidade uma experiência única. Caracterizados com coletes verdes, eles receberam com toda atenção aqueles que procuravam por auxílio e orientação. A estudante de Serviço Social Victória Rodrigues fez parte desse time e sentiu-se orgulhosa em colaborar com acolhida aos novos colegas.
Pela primeira vez como tutora, ela considera a mobilização essencial para fortalecer o sentimento de solidariedade no meio acadêmico. “Essa experiência está sendo bem positiva. Os calouros vêm aqui, fazem suas perguntas e nós indicamos tudo para eles direitinho. Isso está sendo de grande ajuda. Também é uma forma de incentivar o fim dos trotes”, opina.
Informações como locais de registro, documentos exigidos, linhas de ônibus para deslocamento ao campus, funcionamento de serviços da Universidade, localização de prédios, obtenção do cartão estudantil e do auxílio socioeconômico eram algumas dúvidas frequentes entre os novatos. Para saná-las, estandes do serviço Posso ajudar? foram montados nos corredores em frente aos anfiteatros do ICC Sul, onde se concentravam os postos de atendimento para o registro acadêmico.
Nas filas para efetuar a confirmação da vaga, não teve quem resistisse ao convite dos tutores para fazer a primeira selfie na Universidade. Até abraços gratuitos foram oferecidos pelos estudantes do grupo Diálogos, para tornar a transição à vida acadêmica mais confortável.
Já nas proximidades dos postos de avaliação biopsicossocial – parada obrigatória para análise da documentação de estudantes aprovados pelos sistemas de cotas –, outras curiosidades estavam disponíveis aos olhos dos novos universitários, como os kits calouro.
De passagem pelo ponto de distribuição, Igor Edwards, recém-aprovado para Agronomia, aproveitou a acolhida da veterana Amanda Ortlieb para retirar o material e sanar algumas dúvidas. A conversa começou tímida, mas logo se transformou em um bate-papo descontraído, quando descobriram pertencer ao mesmo curso. “Vou ter que ouvir sertanejo e usar botina?”, brincou Igor com a veterana. Essa foi também oportunidade de conhecer melhor sua graduação e certificar-se de que fez a escolha certa.
Pai, mãe e irmã acompanhavam o jovem e não contiveram o interesse em saber mais informações. “A veterana falou um monte de coisas que me interessavam sobre as disciplinas, o estágio, se ele vai ter que andar muito para pegar todas as aulas. É bom ter o pessoal à disposição para nos orientar”, aprovou a mãe, Elci Matos. Já habituada com as recepções calorosas da Universidade, ela comemora a aprovação de um filho na UnB pela terceira vez. “Para mim, um ciclo se fechou. Foi uma grande realização”, festeja. George Edwards, pai de Igor, completa: “A acolhida foi muito boa. Eu só agradeço”.
Poder proporcionar uma recepção alegre e introduzir os novos estudantes ao ambiente acadêmico com informação e diversão é algo que a tutora Amanda Ortlieb acredita ser um diferencial para os primeiros passos na Universidade. “Foi muito legal passar isso para aquela família, principalmente porque o Igor não tinha certeza se era o curso que queria”, comenta.
Amanda lamenta não ter vivido a mesma experiência durante seu ingresso. “Na época, não havia esse programa de acolhimento dos calouros, então fiquei muito perdida. A minha sorte é que eu conhecia algumas pessoas aqui”, afirma.
Para a pedagoga do Serviço de Orientação ao Universitário (SOU), Márcia Rodrigues, um dos pontos importantes desse trabalho é o fato de tornar o ambiente acadêmico mais humano e interativo, oferecer o suporte aos primeiros voos alçados dentro da Universidade e promover acolhimento afetuoso.
O SOU é responsável pela capacitação dos tutores, equipe formada por veteranos de diversos cursos. “A proposta de acolhida pelos veteranos vem da ideia de que eles já foram calouros um dia e tiveram essa experiência de chegada. Por isso, construímos esse momento de recepção junto com eles. A partir daí, podemos construir uma UnB mais humana, calorosa e afetiva”, enfatiza.
SE SENTIR EM CASA – Os primeiros contatos com a Universidade trazem um mundo de descobertas e emoções. E por que não expressar essa experiência em palavras? Essa é a proposta trazida pelos tutores com o Mural dos Sentimentos. No espaço, os novatos puderam compartilhar as primeiras sensações de estar na UnB.
Logo na entrada do ICC Sul, outro mural faz um convite aos recém-chegados para registrarem suas origens. Ali, inicia-se a descoberta de um ambiente plural, constituído por pessoas de diversos cantos do Brasil.
A carioca Júlia Demogalski é uma delas. A aprovada em Engenharia Ambiental é filha de militar e morou em várias cidades do país, acompanhando o pai. O maior anseio era poder algum dia viver em Brasília, projeto que concretizou recentemente. “O meu sonho era estudar na UnB. E isso se juntou ao sonho de morar aqui. Foi só sucesso”, alegra-se. Em seu primeiro dia na Universidade, não esconde o desejo de sentir-se em casa. “Acho que essa recepção vai atender às minhas expectativas."
Parte do sentimento de pertença também vem da possibilidade de conhecer cada canto da imensidão do campus. Para isso, nada melhor do que um passeio. A turma do Tour pelo Campus encarregou-se de ambientar os recém-chegados, em uma visita guiada pelos principais pontos da Universidade.
“Os calouros chegam muito animados para conhecer o campus. Esse é um norte para se sentirem bem acomodados. Como a Universidade é muito grande, às vezes eles ficam deslocados. O tour ajuda-os a se identificar com o ambiente”, declara a estudante de psicologia Tainara dos Santos, envolvida na atividade.
Para deixar o ambiente mais descontraído, atrações culturais também animaram as manhãs e tardes de registro. Shows, performance LGBT, dança e apresentações de cheerleaders se incluíram à programação, organizada pela Diretoria de Organizações Comunitárias, Cultura e Arte (Docca/DAC).
Produtora cultural da diretoria, Lorena Bicalho destaca a participação dos veteranos nas performances e a promoção da pluralidade como pontos-chave para incentivar a identificação com essa nova realidade.
“A ideia é apresentar aos estudantes que estão entrando um pouco do que a comunidade interna produz em arte e cultura e acolher os alunos em um ambiente agradável. Queremos mostrar que a Universidade é um lugar acolhedor para a diversidade”, afirma.
INSPIRAUnB – Para quem entra na UnB, é inegável o orgulho por tamanha conquista. Fortalecer esse sentimento é um dos estímulos trazidos pela campanha UnB, sua linda!, cujo foco é a valorização da Universidade, em todo o seu potencial e diversidade.
Nos dias 13 e 14 de março, o #inspiraUnB, aula inaugural do semestre letivo, promove duas atividades para aproximar a comunidade acadêmica da instituição e descobrir o que de melhor a Universidade proporciona a seu público: o conhecimento. A programação será divulgada em breve nos canais de comunicação da UnB.