INTERCÂMBIO

A dupla foi selecionada entre quase mil inscritos de todo o país para compor um grupo de 50 intercambistas. Eles passarão 15 dias em Moçambique, em setembro

A estudante de História Thaiane Miranda celebra a seleção para o intercâmbio Caminhos Amefricanos, que proporcionará uma imersão cultural e social em Moçambique. Foto: Arquivo pessoal

 

“Sempre quis fazer um intercâmbio, mas nunca pude por causa dos custos”, conta Thaiane Miranda, graduanda em História pela UnB. Ela e o estudante Victor Hugo, de Psicologia, estão de malas prontas para embarcar para Moçambique, junto com os demais 48 selecionados para participar do intercâmbio Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbio Sul-Sul.

 

Trata-se do primeiro edital do projeto, realizado pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR), Ministério da Educação (MEC) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O objetivo é possibilitar intercâmbios na América Latina e na África, para estimular e promover a socialização de conhecimentos, de experiências e de políticas públicas de combate ao racismo.

 

Com resultado publicado em junho, os alunos estão nos últimos preparativos para passar quinze dias em Moçambique, de 16 a 30 de setembro. “É uma oportunidade única, com bolsa integral em todas as etapas. Isso possibilitou a minha participação”, afirma Thaiane. Ser selecionada não foi fácil. Com abrangência nacional, a edição contou com 998 inscritos para as 50 vagas disponíveis. 

 

“Fiquei muito apreensiva e foi uma surpresa me ver na lista de selecionados”. A estudante ressalta que a vivência terá um impacto positivo em sua trajetória acadêmica e pessoal. Ademais, a seleção foi oportuna para que Thaiane Miranda pudesse aprofundar sua pesquisa sobre tecidos africanos. “Quando vi a oportunidade, comecei a pesquisar sobre a capulana, um tecido tradicional de Moçambique, e nele embasei a proposta de trabalho de pesquisa que submeti ao intercâmbio”, relata.

 

TRAJETÓRIA – “É a primeira vez que eu vou viajar de avião e sou a primeira pessoa da minha família a tirar um passaporte e a sair do país”, conta. “É uma sensação de que tudo o que fiz durante esses anos de graduação está sendo visto, e está servindo para algo”. 

 

Moradora da Ceilândia, Thaiane ingressou na UnB pelo sistema de cotas social e racial. Cursando o oitavo período do curso, tem trilhado os primeiros passos de uma carreira acadêmica: foi bolsista do Programa de Iniciação à Docência (Pibid) no subprojeto História-Sociologia e participou do projeto de extensão Outras Brasílias.

 

>> Confira matéria do nº 29 da Revista Darcy sobre o projeto de extensão Outras Brasílias

 

Atualmente, faz parte do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (Pibex) com o projeto Brinquedotecas Itinerantes – antirracismo e livre brincar para a primeira infância. Também é pesquisadora voluntária em nível de iniciação científica, investigando tecidos africanos no Atlântico e na diáspora africana, entre os séculos XV e XXI.

 

INTERNACIONALIZAÇÃO – Para a UnB, a participação de dois alunos no programa Caminhos Amefricanos é motivo de orgulho, como afirma o secretário de Assuntos Internacionais, Virgílio Almeida. “A aprovação de Thaiane e Victor representa uma conquista significativa, para os estudantes e para a UnB, pois coloca os discentes no centro de uma experiência única de aprendizagem e de troca de conhecimentos”, afirma.

 

“Em um cenário global, programas como este são essenciais para promover o desenvolvimento pessoal e acadêmico dos participantes, ao mesmo tempo em que fortalecem as iniciativas de internacionalização”, comenta. O docente salienta que a participação “também é um indicativo do compromisso da Universidade com a formação de pessoas preparadas para atuar em contextos internacionais e multiculturais”. 

 

O segundo edital do programa está em andamento. Das 230 candidaturas, serão selecionados 50 estudantes para atividades em Cabo Verde, e 50 professores, entre 254 inscritos, para uma ação formativa na Colômbia.

 

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