EDUCAÇÃO PÚBLICA

Eventos reuniram 15 instituições para debater o tema Plataformização, ciência aberta e desinformação. Mais de 2,8 mil estudantes apresentaram pesquisas voltadas à tecnologia, inovação e ações afirmativas

 

Cerimônia em 23 de setembro marcou o início do 31º Congresso de Iniciação Científica da Universidade de Brasília e do 22º Congresso de Iniciação Científica do Distrito Federal. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A UnB recebeu o 31º Congresso de Iniciação Científica da Universidade de Brasília e o 22º Congresso de Iniciação Científica do Distrito Federal, entre 23 e 26 de setembro. O encontro reuniu estudantes e pesquisadores para debater o tema Plataformização, ciência aberta e desinformação, destacando a importância da formação científica para as novas gerações. O evento de abertura ocorreu no Auditório da ADUnB, no dia 23.


Nesta edição, cerca de 2,8 mil estudantes apresentaram pesquisas desenvolvidas entre setembro de 2024 e agosto de 2025, em modalidades como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e o Programa de Iniciação Científica no Ensino Médio (PIBIC-EM), incluindo iniciativas voltadas à tecnologia, inovação e ações afirmativas. Houve, ainda, 300 projetos financiados com recursos da UnB, outros 304 contaram com bolsas da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e 644 receberam apoio do CNPq.


A reitora Rozana Naves ressaltou a relevância histórica do congresso da UnB, que completa 31 anos de realização ininterrupta, e o impacto da cooperação entre instituições na construção do conhecimento. “A Universidade de Brasília acredita em conhecimento compartilhado. É isso que está na base dessa articulação, da possibilidade de nós, hoje, entre 15 instituições, promovermos esse importante evento, que é acadêmico, mas que tem um grande impacto na sociedade do Distrito Federal”, explicou.


Rozana Naves também destacou a importância da iniciação científica como elo entre ensino, pesquisa e extensão. Para a reitora, o programa não apenas estimula a produção científica desde a graduação, mas também contribui para formar cidadãos críticos capazes de enfrentar discursos negacionistas. “Formar novos pesquisadores sobre o método científico é o que vai nos ajudar a enfrentar discursos que questionam o papel da ciência e das instituições de educação superior para o desenvolvimento do país”, enfatizou.


A reitora da Universidade do Distrito Federal (UnDF), Simone Pereira Costa Benck, celebrou a participação de 12 trabalhos de estudantes da universidade no congresso. Para ela, a iniciação científica deve estar vinculada às necessidades do território e à transformação social: “Os projetos visam produzir conhecimento que ultrapassa os limites da universidade e se converte em soluções concretas para a vida das pessoas. A pesquisa deixa de ser um mero exercício acadêmico e se torna a força viva de transformação social”.


O reitor do IESB, Luiz Cláudio Costa, defendeu a importância da iniciação científica para a formação dos estudantes e a contribuição das instituições na consolidação do congresso. “Vocês construíram esse espaço mostrando o interesse pela ciência, e isso faz parte da nossa formação. A UnB, ao longo de 31 edições, cumpriu seu papel de referência em excelência e qualidade ao convidar outras instituições a participarem desse processo. Isso é fantástico, isso é desenvolvimento”, afirmou. Para ele, o Brasil demonstra vigor e potência graças a iniciativas como essa, que articulam estudantes, professores e instituições em torno da ciência.

A reitora Rozana Naves celebrou os 31 anos de realização ininterrupta do evento promovido pela UnB e que, nesta edição, reuniu 15 instituições. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

O reitor do Centro Universitário UDF, André Ricardo Rosa Leão, avaliou que a consolidação do congresso é um pilar fundamental da produção de conhecimento no Distrito Federal. “O conhecimento floresce quando as fronteiras se dissolvem, quando unimos expertises, recursos, ideias e criatividade. Assim, a produção científica se torna mais robusta, abrangente e impactante para a sociedade”, disse.


Também participaram da mesa de abertura o decano de Pós-Graduação da UnB, Roberto Goulart Menezes; a pró-reitora acadêmica da Universidade Católica de Brasília, Silvia Keli de Barros Alcanfor; a coordenadora-geral de Cooperação Nacional em CT&I/CNPq, Lisandra Helena Santos; e o diretor de Ensino do Colégio Militar de Brasília, coronel Marcelo Flávio Sartori Aguiar.


ATIVIDADES – A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Fabrício Monteiro Neves, do Departamento de Sociologia da UnB, com mediação do professor Juscelino Eudâmidas Bezerra, diretor de Fomento à Iniciação Científica. O tema escolhido dialoga diretamente com a bandeira da Universidade de Brasília contra a desinformação, que vem sendo enfrentada em múltiplas frentes, e reforça o papel da ciência e da educação na promoção de conhecimento qualificado e confiável.


A programação incluiu apresentações de pôsteres no Centro Comunitário Athos Bulcão, com atividades que culminaram em uma mesa de encerramento sobre desinformação científica na área da saúde, com especialistas da UFRJ e da UnB. Houve também a entrega do Prêmio Destaque de Iniciação Científica em cada grande área do conhecimento.


Com 31 anos de realização ininterrupta, o congresso consolidou-se como evento histórico e científico no país. Criado como espaço de valorização da pesquisa estudantil na UnB, o encontro passou a incluir, a partir de 2004, outras instituições do Distrito Federal. Hoje, é um marco regional da iniciação científica, reunindo 11 instituições públicas e privadas de ensino superior e médio, o que reforça sua diversidade institucional e amplitude de impacto.


ENFRENTAMENTO – A Universidade de Brasília lançou, em 8 de janeiro deste ano, o Comitê de Enfrentamento à Desinformação, instituído pelo Ato da Reitoria nº 51/2025. Composto por representantes de diversas unidades e áreas de conhecimento da UnB e entidades como a Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), o comitê tem a missão de fomentar debates, pesquisas e ações no campo do ensino, da pesquisa e da extensão, além de apoiar a comunicação institucional e propor estratégias de letramento digital e educação midiática.


Em março, a UnB lançou o primeiro edital para apoiar propostas de projetos e ações de ensino, pesquisa, inovação e extensão que contribuam para o enfrentamento à desinformação. O edital concederá bolsas para o desenvolvimento das ações, com auxílios variando de R$ 700 a R$ 1,6 mil pagos em até sete parcelas, e R$ 8 mil em parcela única para o proponente-coordenador.

 

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