Projetos desenvolvidos na UnB foram destaque no XIX Encontro Nacional do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec) 2025, realizado entre os dias 7 e 11 de outubro em Porto Alegre (RS). Com cinco colocações em primeiro lugar – incluindo um bicampeonato nacional – e uma em segundo, a premiação consolida a Universidade como polo de inovação.
“A UnB hoje é uma das universidades públicas federais que mais registra tecnologias na forma de patentes e a que mais transfere tecnologia”, aponta o diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT/UnB), Guilherme Gelfuso. “Queremos que todas as pesquisas inovadoras da UnB cheguem a virar produto, que elas voltem para a sociedade”, manifesta, a respeito da inovação dentro da Universidade.
O encontro nacional do Fortec tem como objetivo promover o estreitamento de relações entre universidades, setor produtivo e governo. A organização é a principal entidade brasileira voltada para gestão de inovação e proteção da propriedade intelectual.
VENCEDORES – O projeto Rapha desenvolveu um dispositivo para auxiliar a cicatrização de feridas de pessoas diabéticas e foi campeão nacional e regional na categoria Marca ou Desenho Industrial – que focou em representação, impacto e significado da marca. A coordenadora da iniciativa, professora Suélia Rodrigues (FCTE), destaca que o design foi pensado em três itens: o nome, que significa curar, em hebraico; a forma, semelhante a uma flor; e as cores – cada comprimento de onda tem uma cor e fator de regeneração tecidual, a cor utilizada no LED pelo projeto é vermelha.
“O Rapha tem essa simbologia de curar e eu espero muito profundamente que ele cure. Quando eu recebi o prêmio, nós recebemos o prêmio. Esse prêmio não é meu, é da Universidade de Brasília. Ela tem que se sentir muito orgulhosa”, diz Suélia.
Também campeão nacional e regional na categoria Patente, o projeto Potencializador de fotossíntese baseados em nanopartículas híbridas de carbono, seu processo de obtenção e seu uso como nanobioestimulantes e nanofertilizantes em cultivos agrícolas surgiu da startup KrillTech, parceria da UnB e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O professor do Instituto de Química (IQ) Marcelo Oliveira, um dos inventores, destacou que essa tecnologia é exportada para a Europa e que o prêmio é “um reconhecimento de um trabalho que não foi só meu. Foi um trabalho em equipe, construído a três mãos, com a UnB, Embrapa e KrillTech”.
Além disso, o aplicativo MED UTI BR conquistou o primeiro lugar regional Centro-Oeste na categoria Software. O aplicativo para profissionais da saúde tem como objetivo agrupar as informações mais importantes das medicações e suas interações medicamentosas a fim de facilitar o atendimento. “Nós vemos uma iniciativa que começou em um período de caos [pandemia de covid-19], e se transformou em uma premiação. Agora a intenção é trazer para a rede pública para facilitar esse acesso e fazer com que nós consigamos ter mais saúde e qualidade de vida para esses pacientes”, comenta a integrante do projeto Natália Lopes, egressa da UnB.
A iniciativa Reaproveitamento de fibras de acetato de celulose e filtros de cigarro para obtenção de celulose e papel obteve o segundo lugar regional na categoria Inovação Social ou Ambiental com base em patente. O projeto diminui o descarte inadequado de bitucas de cigarro e as transformam em polpa de celulose, que é utilizada em artesanato. “É sempre bom mostrar que o que nós fazemos aqui na Universidade de Brasília é importante para o desenvolvimento social e econômico do país. Nesse caso foi uma tecnologia que não virou só uma tese, um artigo, mas ela foi para o mercado, veio a criação de uma empresa que traz benefícios sociais e econômicos para o país”, destacou o professor Paulo Suarez (IQ), um dos responsáveis pelo projeto.
*Estagiária de Jornalismo na Secom/UnB
