Para abordar os desafios e as perspectivas de diferentes unidades acadêmicas e administrativas, a Secretaria de Comunicação entrevista gestores da Universidade de Brasília. A decana de Pesquisa e Inovação (DPI), Maria Emília Walter, fala sobre o papel do novo decanato.
A criação de mais um decanato na Universidade de Brasília surge com o foco no estímulo à pesquisa e à inovação e com o objetivo de tornar a UnB referência na área. Após a aprovação pelo Conselho Universitário (Consuni), o Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI) se consolidou com a publicação do nome da nova gestora no Diário Oficial da União.
Indicada pela reitora Márcia Abrahão, a ex-diretora de Desenvolvimento Institucional e Inovação (DIRDI) Maria Emília Walter assume o DPI. A professora da Ciência da Computação leciona na Universidade desde a década de 1980. Foi chefe de departamento e diretora do Instituto de Ciências Exatas. Desenvolve estudos na área de Biologia Computacional.
A nova decana comenta que a maior dificuldade da Universidade de Brasília para realizar pesquisa e inovação é o trâmite de processos. “É nisso que vamos trabalhar bastante. Fizemos visitas técnicas a outras universidades, como a Unicamp. Eles têm um caminho de tramitação de processos muito célere e sem perder de vista a parte legal. Eles colocaram junto a parte de aprovação de contratos e convênios, a da procuradoria jurídica e a de mérito científico”, descreve. “Essas universidades, como as estaduais paulistas [USP, Unicamp e Unesp] e algumas federais, estão na ponta da pesquisa e inovação, integram rankings internacionais e se despontam na América Latina”, continua.
De acordo com ela, outro ponto que deve receber atenção é o mapeamento das iniciativas de inovação. “Existem várias ações fragmentadas na UnB, e a própria Universidade não tem muita clareza do que está sendo feito em termos de inovação. Conversando com as pessoas, percebe-se que várias iniciativas de docentes não aparecem nem dentro da própria unidade, quem dirá na UnB”, aponta.
DPI – O novo decanato deverá ser formado pela Diretoria de Pesquisa – atualmente alocada no Decanato de Pós-Graduação (DPG), antigo Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP) –, pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) e pela Diretoria de Apoio a Projetos Acadêmicos (DPA), hoje parte do Decanato de Administração (DAF).
“Em um primeiro momento, para não ter quebra de continuidade, eles virão com a estrutura inteira em que estão. Temos de ouvir as pessoas para saber como são as tramitações e como poderemos melhorá-las. O que vimos nas universidades que visitamos recentemente, e que fazem isso mais rapidamente, é que elas têm alguns modelos prontos para acelerar. Queremos ver como podemos melhorar isso”, afirma Maria Emília Walter.
2017/2020 – “Ao fim do quadriênio, esperamos aumentar a captação de projetos de pesquisas. Isso é uma expectativa muito ambiciosa. Esperamos ter mapeado essas iniciativas de inovação, o máximo possível, e esperamos ter conseguido colocar os pesquisadores da UnB em maior contato com indústria, governo federal, empresas, enfim, com ações de inovação”, projeta.
“Nesse sentido, nós reposicionamos os mestrados profissionais. Por exemplo, no meu departamento, que é o da computação, nós levamos inovação para os órgãos do governo federal. Quem desenvolve são alunos nossos do mestrado. Mas não capitalizamos isso e não valorizamos isso internamente. A inovação não se resume aos projetos. Ela tem toda uma questão de formação e de oferecer cursos de especialização e de mestrado profissional que vão ser mais valorizados”, explica.
Ainda sobre os planos, Maria Emília Walter adianta projeto da decana de Pós-Graduação (DPG), Helena Eri Shimizu, de criar uma coordenação de internacionalização e de colaboração científica em diálogo com os dois decanatos.
“No fim de quatro anos, esperamos ter uma visão mais clara do que existe na Universidade; ter informações mais precisas do que estamos desenvolvendo dentro da UnB; identificar as necessidades da comunidade externa. É isso que as demais universidades estão fazendo. Em particular, as estaduais paulistas fazem muito bem, assim como a UFMG, a UFPE e a UFABC. Estão bastante ativas nesse sentido. Queremos avançar nisso”, encerra.
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