COVID-19

Pesquisadores da FAU buscam desenvolver mapas que ajudem a mobilidade urbana. Projeto aguarda financiadores

 

Pesquisadores buscam deixar os fluxos de transporte público do DF mais seguros. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 

Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de Brasília busca ajudar a retomada econômica do Distrito Federal oferecendo mais segurança na mobilidade urbana. Pesquisadores do Laboratório de Estudos da Urbe (LabeUrbe) têm buscado novas soluções para que a população possa ter mais tranquilidade no cenário pós-pandemia. O trabalho faz parte do portfólio Covid-19, UnB em ação, que contém iniciativas capitaneadas pela Universidade para o combate à pandemia e suas consequências. A sistematização e elaboração do documento foi feita pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de Combate à covid-19 (Copei).

 

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Diante do cenário que indica queda pronunciada nos Produtos Internos Brutos ao redor do mundo e da grande incerteza do que virá após a crise sanitária e econômica, os integrantes do projeto pensaram que poderiam contribuir formulando perspectivas centradas em transporte e mobilidade no pós-pandemia. Dessa forma, eles acreditam ser possível mitigar os efeitos negativos sobre o mercado de trabalho em um futuro próximo, auxiliando as autoridades e sociedade a entender como melhor lidar com a questão do deslocamento.

 

"O deslocamento é fundamental para o mercado de trabalho e a economia vai precisar de toda medida possível de recuperação", explica o coordenador do projeto e professor da FAU, Carlos Henrique de Lima. A equipe congrega quatro professores, três alunos de doutorado, um de mestrado e um da graduação. No momento, o grupo desenvolve atividades iniciais, como a elaboração de artigos e levantamento de dados bibliográficos.

UnB segue empenhada no compromisso de oferecer contribuições que possam orientar a tomada de decisões no contexto da pandemia com trabalhos interdisciplinares. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

 

Os pesquisadores aguardam financiamento para partir para outras etapas, como a produção de mapas que identifiquem circulação intra-bairros por meio de linhas de ônibus menores, que ligam diferentes áreas de uma mesma Região Administrativa (RA). 

 

Uma das ações futuras será a sobreposição de informações coletadas junto aos coletivos locais – que muitas vezes têm acesso mais direto ao território – com aquelas provenientes de órgãos oficiais. "Pode ajudar a visibilizar grupos sociais, regiões, comunidades inteiras que estejam sendo mal atendidas pelas políticas públicas", pondera o professor da FAU, Leandro Cruz, que também faz parte do projeto.

 

Com a junção dos dois tipos de informação, o grupo espera conseguir se aproximar das comunidades mais afetadas e fragilizadas por conta da pandemia.

 

REGIÃO POPULOSA Inicialmente, o grupo está focado em desenvolver mapas que proponham um sistema de articulação a partir da Estação Asa Sul do metrô, que também é terminal de ônibus. O fluxo e as demandas seriam analisados em relação às regiões de Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Estrutural, incluindo ainda Pôr do Sol, Sol Nascente, Guariroba, P Sul e P Norte. 

 

Levantamento de densidades urbanas nas RAs do Distrito Federal feito em 2017 pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) indica que Ceilândia tem densidade populacional de 129,94 habitantes por hectare. No Plano Piloto, onde fica o Terminal da Asa Sul, o índice cai para 20,64 hab/ha. O grupo pretende criar mapas que possam representar a realidade de cada área e sirvam de subsídio para articular esforços junto aos órgãos e instituições públicas e privadas que possam auxiliar na melhoria de transporte para as comunidades.

 

"Esperamos oferecer melhoria de transporte e deslocamentos para a população e temos feito a pesquisa a partir de pautas e reivindicações dos movimentos sociais populares", acrescenta Carlos Henrique.

"Esperamos oferecer projetos para o debate público e ampliar o diálogo com grupos que trabalham com transporte público", explica o coordenador do projeto, Carlos Henrique de Lima. Foto: Roverna Rosa/Agência Brasil

 

INSPIRAÇÃO A ideia de desenvolver o trabalho veio como uma resposta ao sentido de urgência trazido pelo contexto da covid-19. "Deveríamos e poderíamos trazer respostas ao contexto da pandemia e decidimos unir isso à nossa vontade de promover estudos interdisciplinares, retomando ou criando redes com outras unidades da UnB", destaca o professor Leandro Cruz.

 

De acordo com o docente, o momento de emergência em saúde pública exige que todos trabalhem juntos para construção de soluções adequadas para a situação atual. 

 

"É o momento de potencializamos relações entre universidade e movimentos sociais como agentes relevantes na construção do conhecimento, através de atividades de pesquisa e extensão", reforça o docente.

 

FUNDO – A Universidade de Brasília deu mais um passo para aprimorar o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Por meio de convênio com a Finatec, fundação de apoio à UnB, foi criado um fundo para arrecadar doações para projetos de pesquisa, inovação e extensão com foco no combate à covid-19. Todos os projetos do portfólio da Universidade foram aprovados pelo Copei. 

 

Para doar, basta que pessoas e empresas acessem a internet, pelo link: https://www.finatec.org.br/doacaoprojetos/form. No endereço, é possível definir se a doação irá para um projeto específico ou para o fundo geral. Outro caminho é fazer a doação por meio de depósito (Banco do Brasil, agência 3382-0, conta 7274-5). Para doações em serviços, materiais ou equipamentos, é preciso, primeiro, articular a ação junto ao Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), por meio do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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