A Universidade de Brasília prepara ações para ampliar o acesso de técnicos e docentes a serviços de saúde. Com base em análise feita por comissão instituída pela administração superior, cujo relatório ficou pronto em junho, a UnB deve lançar edital para contratação de plano empresarial para os servidores (que hoje negociam com as operadoras de maneira individual). Com isso, a expectativa é que a comunidade pague de 30% a 40% menos do que os valores de mercado.
Os caminhos foram apresentados pelos membros da comissão em reunião com a reitora Márcia Abrahão na semana passada. No relatório, o grupo concluiu que a forma como a UnB tem negociado ao longo dos anos com as prestadoras de serviço de saúde suplementar deixa os servidores à mercê das empresas.
A comissão também apontou que a crise econômica tem feito mais pessoas deixarem os planos. Até o final do ano passado, 8.339 servidores (entre ativos e aposentados) e dependentes contavam com algum serviço de saúde suplementar. Em maio, o número caiu para 8.214.
"Nós tivemos muitas perdas salariais com o passar dos anos, enquanto os planos somaram aumentos exorbitantes. No curto prazo, sugerimos, então, que a UnB faça a negociação de um plano empresarial, para que possamos diminuir o preço das mensalidades", explicou a professora Larissa Polejack, diretora de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu/DAC), que presidiu a comissão.
O grupo foi instituído em 2018 e tem, além da professora Larissa, os docentes Aldo João de Sousa e Cláudio Lorenzo, como representantes da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), a técnica Francisca de Albuquerque, do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), e os servidores Selma Regina Lopes, do Decanato de Administração (DAF), e Carlos Américo, do Decanato de Gestão de Pessoas (DGP).
Atualmente, há três operadoras e uma corretora prestando serviços à comunidade da UnB. Entretanto, a negociação é feita de maneira individual, o que diminui as chances de os interessados conseguirem preços melhores. "O objetivo da nossa proposta é cobrir 100% da força de trabalho e de aposentados e pensionistas, ou o que for mais próximo disso, para democratizar o acesso a esse tipo de serviço", disse Carlos Américo.
AUXÍLIO – Os servidores públicos contam que aderem a um plano empresarial podem contar com um auxílio saúde que varia de R$ 101,56 a R$ 205,63. "O valor é baixo, mas se for somado ao desconto que esperamos conseguir com a contratação de um plano empresarial, ajudará a fazer com que as mensalidades fiquem de 30% a 40% mais baixas do que o valor de mercado", comenta Carlos. No termo de referência, a UnB deve estabelecer os valores máximos pagos pelo beneficiário (titular ou dependente) de cada faixa etária. Além disso, estarão previstas categorias com e sem coparticipação.
"Nós temos nos preocupado, cada vez mais, com o bem-estar da nossa comunidade. Criamos a Dasu [Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária] e, agora, queremos dar melhores condições de acesso ao serviço de saúde privada, para os que assim desejarem", disse a reitora.
O professor Aldo João de Sousa, um dos representantes da ADUnB na comissão, lembrou que a carteira de potenciais clientes ligados à Universidade é muito grande. "Temos 12.283 servidores, entre ativos, aposentados e pensionistas [número total, com e sem plano de saúde]. Normalmente, as pessoas ingressam no plano com pelo menos um dependente. Mesmo que a adesão não seja maciça, estamos falando de cerca de 15 mil pessoas. É um mercado muito interessante para as empresas", observou.
"O cenário realmente não é o mais propício para negociações deste tipo, por conta da pandemia. Mas precisamos avançar nisso e também conscientizar a comunidade sobre as possibilidades que existem nessa área", defendeu a professora Larissa. No longo prazo, a proposta da comissão é que a instituição se aproxime do modelo de atenção à saúde adotado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que tem um plano próprio de assistência.
SUS – Em outra frente, a administração está elaborando um projeto para a implementação de uma unidade básica de saúde (UBS) no campus Darcy Ribeiro. "Fizemos uma primeira conversa com o pessoal da atenção primária da Secretaria de Saúde, para saber se haveria interesse nessa iniciativa conjunta, e eles deram sinal positivo", contou Larissa. A proposta é que o local funcione como uma UBS escola, de modo semelhante à que existe na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
"É um desejo antigo que a UnB passe a ser entendida como território. Temos pessoas que moram no campus, na Colina e na Casa do Estudante, mas não é apenas isso. Há muita gente que vive em situação de rua perto do campus, com dificuldade de acesso a serviços de saúde", observou a diretora da Dasu. "Uma UBS escola atenderia a essa população e serviria como espaço para o aprendizado de nossos estudantes".
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