Na manhã desta quarta-feira (18), os cerca de 300 indígenas que estiveram reunidos no Centro Comunitário Athos Bulcão, no campus Darcy Ribeiro, durante o 3º Fórum Nacional de Educação Indígena, uniram-se a outros defensores da causa e organizaram uma marcha, que partiu da Catedral e deslocou-se em direção ao Ministério da Educação (MEC). Os manifestantes já haviam protocolado um documento no dia anterior e buscavam dar visibilidade às demandas.
“Brasília está perto do Ministério da Educação e do Congresso, onde tivemos audiências. A Universidade é fundamental para a articulação dessas reuniões”, defende Gilmar Veron, um dos coordenadores do fórum e originário do povo Terena.
O encontro na UnB aconteceu entre 15 e 19 de outubro. Com objetivo de fomentar novas políticas públicas que contemplem as necessidades dos povos tradicionais e nativos, professores indígenas e não indígenas se reuniram em mesas e palestras para discutir soluções em educação.
“É importante debatermos não apenas as políticas de educação nas aldeias, mas também no contexto das escolas urbanas, onde o índio ainda é retratado como em 1500”, defende Maria do Socorro Oliveira, professora de escola indígena em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul.
O fórum esteve aberto também a profissionais da educação não indígena que desejassem conhecer mais sobre o tema. “É essencial a participação do pedagogo nesse tipo de evento, uma vez que os indígenas não ficam só em suas aldeias. É importante que nós tenhamos conhecimento para saber o que passar”, observa Natália Câmara, estudante de Pedagogia na UnB.
GERAÇÕES FUTURAS – Um dos enfoques do encontro foi a apresentação de propostas para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para tanto, houve organização de mesas específicas para os ensinos básico, fundamental e médio.
“A formação da universidade não é suficiente. O fórum atua como formação complementar para mudarmos o panorama da educação”, opina Maria do Socorro. Ela compareceu ao encontro com os três filhos que, conforme considera, são os principais afetados pelas mudanças discutidas no fórum. “Ao crescer nesse contexto de militância, eles têm a oportunidade de fortalecer a identidade indígena e a disseminação do conhecimento”, afirma.